Golpe de Sorte
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Elenco
Sinopse
Fanny e Jean aparentam ter tudo para serem felizes: são bem-sucedidos profissionalmente, vivem num dos melhores bairros de Paris e têm uma ligação de grande compatibilidade e companheirismo.
Até ao dia em que ela se cruza casualmente com Alain, um colega do liceu francês de Nova Iorque, de quem há muito perdera o rasto. Ele é encantador e faz questão de lhe revelar o quanto a amou na juventude. Isso vai abalar os alicerces aparentemente inabaláveis do casamento dela com Jean. Os encontros de Fanny com Alain vão-se repetindo clandestinamente, até se verem a perder o controlo das próprias vidas.
Estreado fora de competição no Festival de Cinema de Cannes, onde foi ovacionado pelo público, “Golpe de Sorte” tem assinatura do veterano Woody Allen, que chega assim à sua 50.ª obra cinematográfica – a primeira totalmente falada em francês. A dar vida aos protagonistas estão os actores Lou de Laâge, Valérie Lemercier, Melvil Poupaud e Niels Schneider. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
O savoir-faire de Woody Allen em Golpe de Sorte
Dir-se-á: não há nada de novo no novo Woody Allen, que se estreia esta quinta-feira. Verdade, mas o homem ainda sabe o que está a fazer.
Ler maisCríticas dos leitores
O delicioso contador de histórias
Vera L M
Se há alguém que sabe contar uma história é, na minha opinião, sem dúvida Woody Allen. (Quase) cancelado no Mundo inteiro apesar de julgado não culpado em tribunal, perdeu o entusiasmo do público que reage em manada ao que lê em parangonas.
O que tem a vantagem de me levar a uma sala de cinema mais vazia com a alegria imensa de não ter que aturar pipocas alheias. No 50° filme reconfirmei que a contar uma história simples com o sentido de humor, a perspectiva, a profundidade, a fotografia, o detalhe, Woody Allen é incomparável e maravilhoso.
Golpe de Sorte
Berta Pimentel
Apreciei, como sempre os filmes realizados por Woody Allen,
Uma velha neurótica e pedante de braços às estrelas
Maria
É por ser uma velha neurótica, pedante e ultrapassada que mantenho uma velocidade que me permita ver quando salta um novo filme do Woody Allen e fico ali, de braços abertos, a mendigar as estrelas que ele deixa cair enquanto faz aquilo em que é bom: magia.
Desta vez vim empurrada por uma narrativa aberta que parece ter vindo procurar fechar-se na minha neurose… e por cá ficou. Não consigo pensar noutra coisa enquanto as estrelas me caem ao lado e se empilham. Espero uma cadente, a quem possa pedir outro filme que apresse a cura deste, me sare.
Golpe de sorte
Francisco Gonçalves
Está longe do melhor Woody Allen, mas aguenta-se numa mediania acima da média. O tema é o mesmo de "Match Point" (o acaso, a sorte, o destino e como o melhor da vida não está nas nossas mãos), mas o resultado é bem inferior ao desse outro filme.
Apesar disso, "Golpe de Sorte" mantém o espectador em suspenso até tudo se resolver num final irónico quanto baste, mas também algo precipitado e pouco convincente.
Bom e péssimo
Jota
Este filme tem de bom ser uma estória humana, sobre problemas humanos e sobre pessoas como oposto à pipoca. Mau, porque as personagens de Allen são sempre neuróticas, pedantes e ultrapassadas... É um filme para velhos e pedantes... uma casinha daquelas em Paris é para 0,01% da população mundial...
Mas ok, a música é boa, a fotografia óptima e o francês dá-lhe um toque diferente...
2 estrelas
José Miguel Costa
Há muito que a estreia de um filme do Woody Allen deixou de empolgar-me minimamente, aliás, nos últimos anos apenas vou visitá-lo ao cinema quase por obrigação cinéfila (em homenagem àquilo que ele já representou no passado e, quiçá, com a ténue esperança de que "o que foi volte a ser").
Portanto, o meu estado anímico para visionar a sua quinquagésima película (Golpe de Sorte) não era propriamente exultante (embora, desta vez, tivesse um reforço suplementar para o efeito - um quase statement da minha parte -, "furar" o contínuo e excessivo boicote do movimento #MeToo para com o Senhor de 87 anos).
E a fraca expectativa, infelizmente, concretizou-se através de uma comediazinha romântica (com um cheirinho de policial) que basicamente não passa de "mais do mesmo" em modo anémico (e que apenas se salva graças à sua "roupagem bonitinha" - uma elegante fotografia e uma harmoniosa banda sonora de natureza jazzística).
Woody Allen, que tenta dissertar sobre a importância do acaso e da sorte, coloca-nos perante um triângulo amoroso (protagonizado exclusivamente por actores franceses - Lou de Laâge, Melvil Poupaud e Niels Schneider), cuja narrativa light (saturada de "pontas soltas" e incongruências) nos relata a história de uma moça, bem casada com um duvidoso milionário, que num belo dia se cruza inesperadamente, em Paris, com um escritor boémio (um ex-colega de escola, com o qual não se relacionava) e eis que "a coisa dá-se" (apesar da dita cuja continuar a gostar do marido). O resto são meras allenices menores!
Um bom filme de Woody Allen
Paulo Lisboa
Fui ver este filme porque sou apreciador de Woody Allen como realizador e porque achei o argumento potencialmente interessante. Gostei do filme, é um filme que se vê bem, embora o argumento seja simples, está bem realizado e prende o espectador do princípio ao fim do filme. Estamos perante um bom filme de Woody Allen. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 16 valores a este filme.
Golpe de sorte
Fernando Oliveira
Woody Allen conta mais uma vez uma das suas histórias sobre gente mais ou menos rica, cheia de tiques burgueses que quase sempre resvalam para o ridículo, gente mais ou menos culta. É também uma história de amores e desamores, e as alegrias e as tristezas que deles brotam.
E o tema recorrente em muitos dos seus últimos filmes, a sorte e o azar definidos pelos acasos do dia-a-dia, a vida como um jogo de dados, ou como uma escolha entre cara e coroa. Será a sorte ou o azar que faz Alain reencontrar em Paris a rapariga, Fanny, que começou a amar anos atrás numa Escola Francesa em Nova Iorque, onde nunca teve coragem de falar com ela? Alain é escritor, está em Paris a escrever um romance; Fanny trabalha numa leiloeira e é casada com Jean Fournier, um homem rico que diz que ganha dinheiro a fazer os ricos ainda mais ricos. Metem conversa, combinam encontros, almoçam juntos nos parques da cidade, ele diz que continua a amá-la; Fanny que amando o marido sente-se muitas vezes entediada, apaixona-se também por ele, tornam-se amantes.
O marido gosta de ter, possuir, Fanny confessa que muitas vezes se sente como um troféu dele, mima-a tanto quanto a controla, e descobre a traição; e há ainda a mãe de Fanny, Camille, que os visita frequentemente. Sem contar mais nada, revelo que a história acabará “mal” para todos, mas que mesmo assim uns têm muita sorte e os outros muito azar. Lá está, o acaso a fazer das suas.
É um filme que se vê sem enfado, é certo – a fotografia de Vittorio Storaro é lindíssima; a realização de Allen surpreende-nos algumas vezes pela “novidade”, os actores (Lou de Laâge, Niels Schneider, Melvil Poupaud ou Valérie Lemercier – a esposa “aprisionada”, o amante, o marido possessivo, a sogra dele “detective”) estão muito bem; o argumento, também de Allen, tem a inteligência de usar e abusar das conversas, das palavras, o que lhe dá uma lhaneza no olhar sobre a quase trágica importância do acaso na vida dos personagens; a música é muito bonita – mas é como a comida sem condimentos: falta-lhe os sabores.
Pouco nos emociona, pouco não nos faz sorrir, e pouco nos provoca. É o Cinema de Allen a fluir, só isso. E isso é apenas bom. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
Venham mais
Jorge
Parece que este é o quinquagésimo oitavo filme de Woody Allen, só como realizador. Parece que com tanto filme, a roda já girou tantas vezes que será difícil surpreender-nos. Puro engano. Há sempre algo de novo para nos extasiar, fica sempre o desejo de ficarmos à espera do próximo. Por isso, venham mais e de preferência com o encanto deste. Mais um golpe de Woody para nossa sorte.
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