Críticas dos leitores

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A Terra Prometida

2 estrelas

José Miguel Costa

O filme "A Terra Prometida" (menção honrosa no Festival de Veneza), dirigido e co-escrito pelo dinamarquês Nicolaj Arcel (tendo por base a biografia do explorador/militar Ludvig von Kahlen), é um drama histórico com laivos de western.

A acção, que tem por cenário a inóspita e desabitada Jutlândia (extensa península de tundra que atravessa a Dinamarca), inicia-se em 1755, data em que o capitão plebeu (reformado do exército) decide propor, à corte do rei Frederico V, o cultivo e a criação de um colonato na zona geográfica em apreço, exigindo, no caso de ser bem-sucedido nesta jornada hercúlea e quase suicida, a concessão de um titulo de nobreza e o usufruto de uma mansão real.

Esta missão deparou-se com múltiplos obstáculos que o obrigaram a uma luta contínua pela própria sobrevivência, uma vez que, para além das agruras do clima e da infertilidade do solo, teve de confrontrar-se com as investidas nada amistosas dos ciganos nómadas e o sadismo psicótico do nobre que pretendia ser o "dono e senhor" exclusivo daquele território não controlado pela coroa dinamarquesa.

Trata-se de uma obra com uma narrativa oca e pejada dos lugares-comuns de um qualquer blockbuster de aventuras (pseudo) hollywoodesco, onde nem sequer faltam o introspectivo/austero anti-herói solitário e o (estereotipado) vilão "mau como as cobras".

Vale-lhe a performance do protagonista (o sempre inexcedível Mads Mikkelsen, que recebeu por esta sua actuação o galardão de Melhor Actor nos Prémios do Cinema Europeu), bem como direção de fotografia (exímia a captar toda a ambiência austera e desoladora, recorrendo para o efeito a todo um naipe de cores frias).

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O Panda do Kung Fu 4

Panda Kung Fu 4 deveria ter versão original

Penélope

Sempre vi os filmes do Panda Kung Fu na versão original, a versão que sempre preferi, a partir do momento que aprendi a ler...

Considero lamentável a falta de alternativa de escolha, nem que fosse uma única sessão na versão original, à noite por exemplo. Espero que esta seja uma vez sem exemplo futuro.

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O Panda do Kung Fu 4

Porquê só versão PT?

Tania

Não faz sentido não darem opção da versão original. Quem viu todos os outros na VO é uma desilusão.

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Mataram o Pianista

Arte Pura!

Luís Cláudio Albino

Filme documentário longa-metragem, com co-produção internacional de animação (ICA e RTP participam) tem direção de Fernando Trueba (vencedor do Óscar em 1992) e Javier Mariscal - responsável pela animação/desenho (indicado aos Óscar de 2012). No dia da antestreia em Lisboa, ambos estiveram presentes.

A narrativa deste filme é sempre acompanhada com excelente música e imagens imersivas cheias de cor, impactando profundamente no desenrolar da ação desta viagem pela Bossanova. Filme que facilmente cativa pela História, pela Música e pela Imagem, num registo de pura magia no processo criativo da Animação. TOP! Adorei.

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Dias Perfeitos

Dias Perfeitos

Joana Silva

Quem conhece o Japão e não só Tóquio, sabe que o filme ilustra a cultura e mentalidade dos Japoneses. Nada do filme é inventado. As casas de banho em todo o lado são um luxo. É tudo extremamente limpo, ninguém deixa nada no chão, e nem há caixotes do lixo à vista. A vida simples é um must…

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A Irmandade da Sauna

A Irmandade da Sauna

Luís Cláudio Albino

Este documentário aborda histórias partilhadas por mulheres durante as sessões de Sauna de Fumo na região de Vana-Võromaa, Estónia - que é uma tradição reconhecida pela UNESCO como património cultural imaterial da humanidade.

Nessas conversas exclusivamente no feminino, mulheres partilham entre si, segredos e histórias sobre a transformação do corpo, a interrupção da gravidez, a maternidade, o desejo entre mulheres, a doença/cancro e os efeitos colaterais na vida e nas relações, a violação de uma mulher, transportam-nos para um filme/documentário intimista, requer a quem o vê, escuta ativa e sensibilidade, com atenção aos pormenores.

Na fita do tempo, o filme vai decorrendo num registo de confissões e partilha de memórias, algumas dolorosas, que adensam o sentimento comum entre as participantes, de uma narrativa com pontos comuns, culminando com cantos tradicionais folk em forma de mantra "suamos a dor e o medo” - próprios de uma verdadeira Irmandade (da Sauna).

Na minha opinião, a fotografia do filme é muito bem conseguida, quer ao nível dos planos, quer em especial, pela luz e pormenor a que cada momento é registado.

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Culpado - Inocente - Monstro

Culpado inocente monstro

Ulda camacho

Uma narrativa difícil de perceber. Fiquei a pensar que as culturas são estanques, não entendi esse universo. Mas como imagem, e o cinema é imagem, é excelente.

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A Terra Prometida

A terra prometida

Ulda camacho

Bem representado, muito emotivo e um argumento interessante.

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Priscilla

3 estrelas

José Miguel Costa

A Sofia Copolla é sobrevalorizada enquanto realizadora. Admito que esta afirmação expressa de modo tão taxativo possa constituir-se como uma autêntica blasfémia para alguns cinéfilos, mas na realidade, após uma estreia retumbante com dois grandes filmes, "Virgens Suicidas" (1999) e "Lost In Translation" (2003), ela foi-se eclipsando (e nem os ténis All Star que ela, posteriormente, colocou nos pés da "Marie Antoniette" alteram esta percepção).

A sua nova obra, "Priscilla" (um drama biográfico contido, dotado de uma narrativa clássica, sobre a vida solitária da tímida e ingénua Priscilla Presley durante o período em que manteve um relacionamento amoroso com o "Rei do Rock" - 1959 a 1973), apenas parece reforçar esta premissa.

De facto, a exposição da interacção intima e doméstica deste casal (que nos coloca perante uma estrela narcisista, manipuladora, machista, abusadora, depressiva e adita em drogas) soa algo vazia e sem laivos de criatividade. Para além disso, é excessivamente maniqueísta, dado que apenas temos acesso à perspectiva da protagonista (encarnada por Cailee Spaeny, que arrecadou o prémio de Melhor Actriz no Festival de Veneza), tendo por base a adaptação do livro de memórias da própria "Elvis and Me".

Apesar de tudo isto, um filme da Copolla nunca é mau, pois ela filma com enorme sensibilidade, dando uma especial atenção aos pequenos pormenores dos (sempre) excelentes décors e guarda-roupa. E, claro, a banda sonora (que não inclui qualquer música do Elvis Presley, uma vez que a família não o permitiu) nunca desilude.

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Censurado

Profundo e esclarecedor

Nilza Reis

O filme é excepcionalmente autêntico e claramente só não agrada a quem se desilude com a realidade de que soldados não são heróis de quadrinhos ou dos filmes hollywoodianos. São pessoas que possuem defeitos, e no caso em si, de carácter, que impulsionadas por lavagem cerebral de seus governos, acabam por cometer atrocidades contra civis, crianças, inocentes.

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