Críticas dos leitores

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O Rapto

O rapto

Ricardo Maissa

Uma história infelizmente verdadeira que ilustra de modo muito claro a perversidade de pessoas pretensamente boas, neste caso um papa que até foi mais tarde santificado, que não têm escrúpulos para destruir uma família, que não dispunha da força e de mecanismos necessários para lutar contra a poderosa igreja.

Esta não tinha a mais pequena hesitação em mostrar o seu poder e humilhar os mais fracos. Para além da história, extremamente bem narrada, tudo neste filme é magnífico: os cenários, a música de fundo, as interpretações. Um dos melhores filmes que vi nos últimos anos.

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Os Ladrões

Os ladrões

Fernando Oliveira

Quando vi “Os ladrões”, há vinte e tal anos, achei que era um filme demasiado confuso. Agora que o voltei a ver continuo a sentir o mesmo, não porque conta a história num tempo aos ziguezagues, mas porque para além desta escolha parece que nunca chega a um desenlace.

Os personagens de “Os ladrões” parecem ser incapazes de amar, vivem enleadas numa teia de ódios aprisionados numa violência íntima, neles parece habitar uma tristeza sem limites, são por isso personagens sem redenção, sem futuro. Não procura uma resposta para eles.

E se é verdade que Téchiné gosta dos seus personagens (e os seus actores) e das suas contradições (vejam como “olha” para os seus rostos, para o “estremecimento” dos corpos, para hesitação que parece tomar conta deles), o filme mostra-nos o relacionamento entre eles definido como uma constante transacção: a família, as amizades, os amantes, todos podem ser “trocados”. Roubados.

Alex (Daniel Auteuil) é polícia e envolve-se sexualmente com Juliette (Laurence Cotê) que trabalhava para Ivan, irmão de Alex, que aparece morto no início do filme; Juliette e Marie (Catherine Deneuve), uma professora de filosofia, também têm uma relação; Ivan tinha um clube onde Juliette trabalha com o seu irmão gémeo, Jimmy, mas também está envolvido no roubo de carros; e há o filho de Ivan, uma criança com um olhar sempre triste, que “analisa” o que vê.

E todos parecem ter-se acomodados a este desconforto; a única, Marie, que quer “gritar”, fugir ao negrume, e que quando percebe que nunca será amada por Juliette (embora seja entre elas, a cena no banho, o único momento de ternura do filme – comparar com as cenas de sexo entre Alex e Juliette, parecem uma “briga” entre pessoas que se desprezam), que por isso também está presa na solidão que a todos encharca, escolhe o suicídio.

Não deixa de ser uma bela, mas uma beleza “disforme”, análise de sentimentos e emoções, ou da sua ausência, mas que deixa as personagens presas num labirinto sem saída. Deixando-nos também envolvidos nessa tristeza, e isso é desconfortável. Demasiado. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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Os Gatos Não Têm Vertigens

ADOREIII :)))

Jacinta Teixeira

Na minha opinião, eu creio que o filme 'Os Gatos Não Tem Vertigens' (2014) do António Pedro Vasconcelos que faleceu em Março 2024 é um filme excelente. Os personagens estão todos integrados pela experiencias passadas e relações com a família. O argumento é convincente em relação à sociedade portuguesa porque cada geração e classe social é como seriam na vida real

A equipa que tomou as decisões pela escolha de atores escolheu os bem conhecidos para popularizar o filme, no entanto, claro que não pode ser um filme perfeito. Pessoas que criticaram o filme mencionam que 'é telenovelesco' de acordo com um crítico cineasta público.

Acredito que há muito drama, há tempos muito teatrais quando o Jó entra em argumentos e brigas com o pai e os 'amigos dele. Outras dizem que a Rosa perde a direção depois do marido Joaquim, morrer (o extrato da pagina anterior).

Pessoalmente, em geral, eu gostei da película porque têm uma historia interessante, e não acho que e 'Dickenesa' A maneira como Rosa e Jó se se conectam instantaneamente através da solidão, do abandono familiar e da solidariedade e fascinante, já que nenhuma pessoa comum deixava uma pessoa estranha e aleatória e fornecer dinheiro, comida, joias, livros e um lugar para dormir com tudo de graça sem nada em troca.

Na minha opinião, eu creio que o filme 'Os Gatos Não Tem Vertigens' (2014) do António Pedro Vasconcelos que faleceu em Março 2024 é um filme excelente. Os personagens estão todos integrados pela experiencias passadas e relações com a família. O argumento é convincente em relação à sociedade portuguesa porque cada geração e classe social é como seriam na vida real

A equipa que tomou as decisões pela escolha de atores escolheu os bem conhecidos para popularizar o filme, no entanto, claro que não pode ser um filme perfeito. Pessoas que criticaram o filme mencionam que 'é telenovelesco' de acordo com um crítico cineasta público.

Acredito que há muito drama, há tempos muito teatrais quando o Jó entra em argumentos e brigas com o pai e os 'amigos dele. Outras dizem que a Rosa perde a direção depois do marido Joaquim, morrer (o extrato da pagina anterior).

Pessoalmente, em geral, eu gostei da película porque têm uma historia interessante, e não acho que e 'Dickenesa' A maneira como Rosa e Jó se se conectam instantaneamente através da solidão, do abandono familiar e da solidariedade e fascinante, já que nenhuma pessoa comum deixava uma pessoa estranha e aleatória e fornecer dinheiro, comida, joias, livros e um lugar para dormir com tudo de graça sem nada em troca.

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Os Gatos Não Têm Vertigens

Surpreendente e inovador

José Pedro

Embora com críticas demasiada negativas, acredito que é um filme bem construído: sua ação é desenvolvida como um roteiro elaborado e intrigante. O mais belíssimo cenário de Lisboa apenas realça a incrível atuação de Maria do Céu Guerra é a grande estrela desta obra, que desafiou meus conceitos sobre a terceira idade.

Mesmo o filme com uma narrativa genérica onde o "bonitinho" acaba bem e o vilão é punido, acredito que a mensagem do filme e incrivelmente envolvente porque foram poucas as vezes onde tinha visto pessoas criticarem a forma como a terceira idade é tratada e isolada do resto da sociedade, com um tom de ironia criticando nossos preconceitos sobre os mais velhos e jovens. Muitos pensam que Jó e Rosa deveria agir de forma completamente diferente desta forma, ampliando meus horizontes e me ajudando a mudar a forma que eu penso.

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Os Gatos Não Têm Vertigens

Excelente

Anita Freitas

Eu estou a estudar este filme para o meu exame de português e, sinceramente, adorei. Esta obra explora ideias transgressoras, especialmente para a realidade portuguesa; por exemplo: a amizade entre um adolescente e uma senhora na terceira idade.

A maioria da população não aceita que um jovem de 18 anos possa ser amigo de alguém muito mais velho e ainda por cima de géneros diferentes. Se fosse uma menina de 18 anos a ser amiga de uma senhora mais velha, não haveria tanta polémica. Na minha opinião, o realizador António-Pedro Vasconcelos apresenta estas ideias de uma maneira ótima, desde a forma como constrói os protagonistas, até as personagens secundários como Luísa, especialmente pela maneira que ela reage quando descobre que a sua mãe está vivendo com um jovem.

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Os Gatos Não Têm Vertigens

Amei o filme

LSB

Adorei o filme pela ação, personagens, história, espaço e, em geral, tudo sobre esta obra de João-Pedro de Vasconcelos. A história do filme me cativou pois a amizade entre um jovem e uma mulher com idade para ser sua avó é incomum.

Foi intrigante a maneira como os personagens se desenvolvem ao longo do filme, como, por exemplo, quando Jô começa como alguém frio e independente por não ter seus pais presentes em sua vida: sua mãe o abandona com o pai e esse não se parece importar muito com o filho. Ao longo do filme, Jô se torna mais carinhoso ao conhecer Rosa, pois ela o acolhe no seu lar e ele se sente querido por ela. Também fiquei fascinada com essa obra por se situar em Lisboa, uma cidade muito bonita na minha opinião.

Eles ilustraram bem suas imagens e o uso de cores também. Em conclusão, este filme me pareceu extremamente admirável e seu roteiro também.

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Amo-te Imenso

Grata Surpresa

Luisa Costa Fonseca

Filme simples e bem feito, o que é raro no cinema atual.

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Guerra Civil

Tribunal de Haia já!

Rui Zink

Grande filme, grande carrossel de feira, o melhor de Alex Garland a seguir a "Ex-Machina". Sempre pertinente. E creio que Luís Miguel Oliveira devia ser julgado no Tribunal de Haia.

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Amo-te Imenso

Amo te imenso

Artur Menezes

Filme ligeiro e muito bem conseguido que mostra a beleza da nossa cidade Lisboa.

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O Rapto

3 estrelas

José Miguel Costa

Escolhido para a corrida à palma de ouro do Festival de Cannes, o filme "O Rapto", do octogenário cineasta italiano Marco Bellocchio, é um drama histórico de cariz político-religioso, com uns pozinhos de thriller, que coloca a cru o fanatismo e o abuso de poder da igreja católica na Itália de 1858.

Baseado numa história verídica, reconstrói o episódio de retirada violenta de um menino judeu do seu seio familiar, ordenado pelo próprio Papa Pio IX, com o objectivo de submetê-lo à assimilação forçada dos dogmas da Santa Sé, num seminário de Roma.

Tal barbárie, que à data desencadeou uma aguerrida batalha política e protestos populares (que não se cingiram exclusivamente à Itália), teve por justificação uma lei canónica que determinava que todas as pessoas após o baptismo passavam a pertencer à igreja e consequentemente tinham obrigatoriamente de ser educadas segundo os desígnios católicos (e esta criança, aquando do seu nascimento, alegadamente havia sido baptizada, à revelia dos progenitores, numa cerimónia rudimentar executada por uma empregada doméstica na própria casa da família).

A reconstituição da época, rica em detalhes, revela-se como um magnifico "fresco barroco" mergulhado numa constante ambiência de semiobscuridade (graças a um trabalho de fotografia exímio).

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