Críticas dos leitores

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The Apprentice - A História de Trump

Com muito interesse! (mesmo para quem não aprecia o personagem)

Martim Carneiro

A duas semanas da crucial eleição presidencial dos EUA, eis uma oportunidade de conhecer em cinema uma versão sobre o seu percurso de vida. Apesar de romanceada, afigura-se ser uma aproximação muito credível à personagem real, porventura expurgada do mais recente desbragamento, insolência, e verborreica desmedida. Acompanhamos Trampo desde jovem adulto, contido e educado, num crescendo desabrido de ambição, desdenhando qualquer tipo de ética ou moral.

Excepcionais interpretações e caracterizações de Sebastian Stan e de Jeremy Strong, nos papéis de Trump e do seu advogado, respectivamente.

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O Voto de Irena

Muito bom filme histórico!

Martim

Para ver com o coração nas mãos e o estômago colado às costas. Baseado numa história verídica, uma produção polaco-canadiana que recria, com enorme qualidade, um período negro e de terror na história da Humanidade: a invasão da Polónia e o extermínio dos Judeus. Muito Bom filme!

(Saúda-se a Festa do Cinema, pena ser tão curta.)

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Megalopolis

Prolixo

Martim Carneiro

Prolixo Gongórico, sincopado, desconexo. O cinema encanta pela capacidade de nos raptar por uma boa história. Aqui, isso não é alcançado, pese embora alguns deslumbrantes decors interiores e imagens exteriores de rara beleza, talvez inspiradas no art deco Chrysler Building. Realização de alto nível de FFC, como seria expectável, num filme que provavelmente não figurará na história do cinema.

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Reagan

Apaixonadamente Apologético. 3*

Martim Carneiro

Literalmente: "Vamos lá ver": Uma declaração de amor a Ronald Reagan, feita com a luz da admiração ao acompanhar a sua vida desde menino até ao seu fim.

Reproduz um tempo em que os Republicanos evidenciavam temeridade mas também decência e educação, por isso e por muito mais este é um filme a ver, mesmo para quem, como eu, não nutria particular simpatia por RR.

PS - RR cultivava-se pela leitura... o que, como agora está na moda dizer-se: "não é coisa pouca"...(e saúda-se os três dias da Festa do Cinema, pena não serem mais)

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Oh Lá Lá!

Divertido e brinca com xenofobia

Carla Gouveia

Ri-me com gosto bastantes vezes (e estava a ter um dia "não"!). Brinca com a xenofobia mas de forma descontraída, caricaturando o preconceito. Poucos actores mas performances muito bem conseguidas.

A saber a esturro apenas o português abrasileirado (mas imagino que o francês não distinga!). Recomendo!

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Megalopolis

Megalopolis

Fernando Oliveira

Um desejo e um sonho. O desejo de uma utopia, o sonho de que ela não resvale para a distopia. Um caleidoscópio visual e um delírio narrativo, “Megalopolis” é a obra de um homem, Coppola, que a acredita que as histórias que o Cinema nos conta, a forma como nos são contadas, são sempre maiores que a vida. Coisas diferentes.

Num futuro próximo, numa cidade chamada New Rome, icónica de Nova Iorque, encenam-se os jogos de poder que nos lembram as histórias que nos contam da Roma antiga, a tragicidade do Teatro de Shakespeare e a amálgama mediática do presente numa história em que a crueldade e a bondade dos comportamentos sociais, sentimentais e políticos dos personagens tornam-se grandiosas no magnífico “fogo-de-artifício” criado por Coppola.

Um filme talvez ingénuo, que ainda tem fé no Homem. Que acredita no amor, que com ele tudo se redime. E esta ingenuidade é sublime. É certo que no sonho arquitectónico de Cesar Catilina, na sua “loucura”, nos choques de ideias, lembramos a história de Coppola e a sua relação quase sempre conflituosa com a indústria e, parece-me, consigo e com a sua arte.

Mas a história também encena um “Romeu e Julieta”, ela musa (como definida pela mitologia grega) dele, que foge ao sacrifício e desagua num final em que já ninguém consegue acreditar. Só no Cinema, mas não pode ser o Cinema também uma utopia? Ser um sonho? Há um homem, Cesar, que consegue parar o tempo e que inventou uma matéria que consegue manipular sem limites e que lhe deu o prémio Nobel, que desenha uma cidade utópica que choca com as ideias do Presidente da Câmara, Cicero; há uma cidade à beira do abismo social e de uma catástrofe anunciada, uma cidade orgíaca para os ricos, como Julia a filha de Cicero; ela, que se deixa fascinar por Cesar, torna-se sua colaboradora, depois amante e depois esposa; hão os amores, as traições, as lutas de poder, os sonhos e os pesadelos, o populismo; tudo isto engolido numa imagética e narrativa diluviais que sugam para dentro do filme as memórias de cento e trinta anos de Cinema, golfadas de Conhecimento humano, numa imensa e deslumbrante declaração de amor à arte e à criatividade.

Uma enorme vontade de acreditar no Homem e no seu futuro. Um acto de fé. Uma audácia maravilhosa, imprevisível, uma feeria que nos deixa de boca aberta. “Megalopolis” é um filme essencial. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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Robot Selvagem

Robot selvagem

Francisca

Filme incrível. Muito comovente, com uma mensagem muito importante.

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Voo Para a Liberdade

Voo para liberdade

Cristina

Maravilhoso filme.

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2:22 - Hora Fatídica

Fantástico

Salomé

Raramente um filme consegue prender a minha atenção. Este manteve-me agarrada todo o tempo e fez-me ter vontade de rever.

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Megalopolis

(Inclassificável...por enquanto!)

José Miguel Costa

O filme "Megalopolis" (escrito, realizado e produzido pelo octogenário Mestre Francis Ford Coppola) é uma hiperbólica alegoria barroca que aflora, em modo "enxurrada de psicóticos diálogos discursivos", as temáticas da corrupção, dos jogos de poder, da eclosão de populismos políticos e da omnipresente dicotomia conservadorismo versus utopia.

Para transmitir o seu emaranhado de pensamentos/"sentires" soltos faz-se valer de uma caótica mistura de géneros cinematográficos (alguns dos quais questionáveis e teoricamente antagónicos entre si) aparentemente interligados sem coerência estilística, bem como de um grandiloquente aparato visual (que oscila entre a genialidade e a pirosice).

A pouco linear e imprevisível história de cariz épico (narrada em voz off num estilo shakespeariano), que decorre numa decadente Nova Iorque retro-futurista (reencarnação da Roma antiga), tem por base o conflito visceral entre Cesar Catilina (encarnado pelo enigmático Adam Driver), um visionário e idealista arquiteto holistico (capaz de parar o tempo), e o reacionário mayor da cidade (enredado nas negociatas suspeitas dos grandes grupos económicos), decorrente da discórdia sobre a natureza do projecto arquitetónico a implementar numa apetecivel parcela do território.

Perante a idiossincrasia desta obra a critica especializada polarizou-se e consequentemente a adjetivação utilizada pelos dois lados da barricada para defini-la é inversamente oposta (e, igualmentemente, excessiva). Não há "meios-termos". Uns clamam "obra-prima", os outros "desastre total". Quanto a mim, vi-me, em diferentes momentos da projecção, a corroborar as duas visões (bipolaridade?). Na realidade ainda não "desfiz o nó cerebral", pelo que estou longe de concluir se amei ou detestei este delírio cinéfilo. Mas não será este o ingrediente (o desconcertar-nos) para eternizar os grandes filmes?!

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