A Invenção de Hugo
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Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
A invenção de Hugo
Fernando Oliveira
“Hugo” é uma extraordinária declaração de amor que Scorsese faz ao Cinema, como a arte capaz de tornar visíveis os sonhos. É também a extraordinária e tocante história de um miúdo para quem o sonho comanda a vida (como escreveu o poeta), e que na constante tentativa de pôr a funcionar um robot (único objecto que lhe sobra da vida comum com o seu pai, entretanto falecido), encontra George Mélies e “juntos” acabam por “consertar” as vidas de ambos.
Com um argumento adaptado por John Logan de “The invention of Hugo Cabret”, novela gráfica escrita e desenhada por Brian Selznick e publicada em 2007, “Hugo” é uma demonstração do prodigioso virtuosismo cinematográfico de Martin Scorsese conjugado com o seu enorme amor ao Cinema e à memória do Cinema. Se as formas cinematográficas de “Hugo” estão perto da perfeição (a arte de Scorsese; a recriação da Paris dos anos 30, a cenografia da gare de Montparnasse e o guarda-roupa dos personagens; o usual extraordinário trabalho de montagem de Thelma Schoonmaker, etc.), é na homenagem ao Cinema como a arte de maravilhar, com a capacidade de fazer acreditar em histórias de encantar, uma espécie de retorno à idade da inocência (das crianças pequenas e grandes da história; dos primeiros criadores de filmes e a sua disponibilidade para fazer sonhar os espectadores dos primeiros filmes; e de nós, cinéfilos, que temos de ter todos em cada um essa inocência para nos deixar arrebatar numa sala escura), que o filme ganha a qualidade de uma apaixonante viagem pelo mundo onde os sonhos se tornam realidade.
Se a história de Hugo (tocante desempenho de Asa Butterfield) terá muito a ver com Dickens; é quando se envolve com o dono de uma loja de brinquedos (Ben Kinsgley), que descobrimos depois ser George Mélies, e a sua neta Isabelle (a talentosa Chloë Grace Moretz), que Scorsese nos leva pela história dos inícios do Cinema e o filme ganha um fôlego quase mágico que emocionará qualquer cinéfilo. Pelos nossos olhos passam “L`arrivée d`un train en gare de La Ciotat” dos irmãos Lumière e a mítica reacção do público durante as primeiras exibições; uma das mais famosas cenas protagonizadas por Harold Lloyd, pendurado no relógio em “Safety last!”; e, claro, os filmes de Méliès, não apenas “Le voyage dans la Lune”, mas também a recriação que Scorsese faz da produção de “Le royaume des fées” e do famoso estúdio de vidro de Méliès que, conta ele, foram dos melhores momentos que teve como cineasta (tudo isto terá um pouco a ver com o trabalho do realizador na preservação e recuperação de filmes ameaçados pela passagem do tempo).
É este culto da memória cinematográfica, utilizando as mais modernas tecnologias, e ao mesmo tempo contando uma história onde as pessoas importam (não apenas as personagens principais, mas também uma série de secundárias que enchem de credibilidade aquele espaço que é um sítio de passagem) que transforma “Hugo” num filme fascinante. ESCRITO NA ALTURA DA ESTREIA (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
Uma obra-prima incompreendida
Angela
Muito bom
César
Não Vão Nas Cantigas Desses Críticos
Hannibal
Barroco
Raul
Scorsese magnífico!
Pipoca Salgada
Entre Paris e o sonho
Carlos Pereira
Podia ser melhor!
Jorge Rosado
Scorsese à deriva
Francisco Gouveia
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