A Invenção de Hugo
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Elenco
Sinopse
Paris, 1930. Hugo Cabret, de 12 anos, foi criado pelo pai viúvo, cujo trabalho era cuidar do grande relógio da estação de comboios de Montparnasse. Quando este morre inesperadamente num incêndio, Hugo vai viver com o seu tio. Mas, pouco tempo depois, o parente desaparece sem deixar rasto. O rapaz vê-se então obrigado a viver em segredo no interior das paredes da gare. Enquanto sobrevive à custa de esmolas e pequenos roubos, tenta arranjar o autómato do seu pai, seguro de que depois de terminado lhe trará uma mensagem. É então que conhece Isabelle, uma menina que, tal como ele, vive em quase reclusão e abandono em casa do seu tio, um misantropo e sorumbático dono de uma loja de brinquedos. Estranhamente, Isabelle tem a chave em forma de coração que encaixa na pequena fechadura do autómato. Assim, com a amizade de Isabelle, Hugo acaba por viver a maior aventura da sua vida e aprender uma lição muito importante sobre os outros e sobre si mesmo.
Realizado por Martin Scorsese, "A Invenção de Hugo" é baseado no best-seller de Brian Selznick, que se inspira na verdadeira história do cineasta Georges Méliès (1861-1938). Depois de ganhar o Globo de Ouro para melhor realizador, foi nomeado para 11 Óscares, dos quais venceria cinco em categorias técnicas. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
A invenção de Hugo
Fernando Oliveira
“Hugo” é uma extraordinária declaração de amor que Scorsese faz ao Cinema, como a arte capaz de tornar visíveis os sonhos. É também a extraordinária e tocante história de um miúdo para quem o sonho comanda a vida (como escreveu o poeta), e que na constante tentativa de pôr a funcionar um robot (único objecto que lhe sobra da vida comum com o seu pai, entretanto falecido), encontra George Mélies e “juntos” acabam por “consertar” as vidas de ambos.
Com um argumento adaptado por John Logan de “The invention of Hugo Cabret”, novela gráfica escrita e desenhada por Brian Selznick e publicada em 2007, “Hugo” é uma demonstração do prodigioso virtuosismo cinematográfico de Martin Scorsese conjugado com o seu enorme amor ao Cinema e à memória do Cinema. Se as formas cinematográficas de “Hugo” estão perto da perfeição (a arte de Scorsese; a recriação da Paris dos anos 30, a cenografia da gare de Montparnasse e o guarda-roupa dos personagens; o usual extraordinário trabalho de montagem de Thelma Schoonmaker, etc.), é na homenagem ao Cinema como a arte de maravilhar, com a capacidade de fazer acreditar em histórias de encantar, uma espécie de retorno à idade da inocência (das crianças pequenas e grandes da história; dos primeiros criadores de filmes e a sua disponibilidade para fazer sonhar os espectadores dos primeiros filmes; e de nós, cinéfilos, que temos de ter todos em cada um essa inocência para nos deixar arrebatar numa sala escura), que o filme ganha a qualidade de uma apaixonante viagem pelo mundo onde os sonhos se tornam realidade.
Se a história de Hugo (tocante desempenho de Asa Butterfield) terá muito a ver com Dickens; é quando se envolve com o dono de uma loja de brinquedos (Ben Kinsgley), que descobrimos depois ser George Mélies, e a sua neta Isabelle (a talentosa Chloë Grace Moretz), que Scorsese nos leva pela história dos inícios do Cinema e o filme ganha um fôlego quase mágico que emocionará qualquer cinéfilo. Pelos nossos olhos passam “L`arrivée d`un train en gare de La Ciotat” dos irmãos Lumière e a mítica reacção do público durante as primeiras exibições; uma das mais famosas cenas protagonizadas por Harold Lloyd, pendurado no relógio em “Safety last!”; e, claro, os filmes de Méliès, não apenas “Le voyage dans la Lune”, mas também a recriação que Scorsese faz da produção de “Le royaume des fées” e do famoso estúdio de vidro de Méliès que, conta ele, foram dos melhores momentos que teve como cineasta (tudo isto terá um pouco a ver com o trabalho do realizador na preservação e recuperação de filmes ameaçados pela passagem do tempo).
É este culto da memória cinematográfica, utilizando as mais modernas tecnologias, e ao mesmo tempo contando uma história onde as pessoas importam (não apenas as personagens principais, mas também uma série de secundárias que enchem de credibilidade aquele espaço que é um sítio de passagem) que transforma “Hugo” num filme fascinante. ESCRITO NA ALTURA DA ESTREIA (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
Uma obra-prima incompreendida
Angela
Muito bom
César
Não Vão Nas Cantigas Desses Críticos
Hannibal
Barroco
Raul
Scorsese magnífico!
Pipoca Salgada
Entre Paris e o sonho
Carlos Pereira
Podia ser melhor!
Jorge Rosado
Scorsese à deriva
Francisco Gouveia
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