O Caso de Richard Jewell

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Drama 131 min 2019 M/12 02/01/2020 EUA

Título Original

Richard Jewell

Sinopse

<p>Em 1996, durante os Jogos Olímpicos de Verão em Atlanta (Geórgia, EUA) Richard Jewell, um segurança, encontrou uma bomba e fez com que o Centennial Olympic Park fosse evacuado. Primeiro foi aclamado como um herói, mas depois, tanto no seio das autoridades quanto da imprensa e da opinião pública, foi falsamente acusado de ter sido ele próprio a colocar a bomba.<br />Clint Eastwood adaptou esta história verídica ao cinema, com Paul Walter Hauser como protagonista, à frente de um elenco que inclui também Sam Rockwell, Kathy Bates, Jon Hamm e Olivia Wilde. A base é um artigo de 1997 da revista "Vanity Fair", "American Nightmare: The Ballad of Richard Jewell", escrito por Marie Brenner, bem como o livro de 2019 "The Suspect", de Kent Alexander e Kevin Salwen. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

O suspeito do costume

Luís Miguel Oliveira

Um filme que traz em pleno a habilidade de Clint Eastwood para criar personagens de uma maravilhosa truculência, e depois ficar a vê-las a chocarem umas com as outras.

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Críticas dos leitores

O caso de Richard Jewell

Fernando Oliveira

Nos seus últimos filmes Clint Eastwood quase não tem feito outra coisa senão exaltar a coragem dos americanos contando histórias de manifestações de heroísmo de pessoas comuns postas perante acontecimentos extraordinários. Têm sido filmes menores, esmagados por este excesso ideológico, chamemos-lhe assim (por alguma razão o seu melhor filme dos últimos anos é o “The mule” que olha o “sonho” americano pelo lado oposto), este “O caso de Richard Jewell” é mais um desses filmes. <br />Richard Jewell (Paul Walter Hauser) foi o segurança que durante os Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 evitou danos maiores no atentado à bomba no Centennial Olympic Park que matou duas pessoas e feriu uma centena; foi ele que localizou o engenho e quase ”obrigou” a criar uma zona de segurança antes da explosão. O homem foi herói nacional durante uns dias até os FBI o identificar como principal suspeito e a imprensa transformar a sua vida numa perseguição que durou vários meses. <br />Eastwood pinta Jewell como um loser, um homem gordo e solitário mas sempre disponível, mas que tem uma obsessão quase doentia pela lei e pelas forças policiais. Foi esta obsessão pelo rigor da lei que o fez perder empregos atrás de empregos por causa dos problemas que criava e lhe definiu o perfil de suspeito pelo atentado. <br />Se neste filme Eastwood eliminou muito do negrume que definia os seus filmes anteriores, é até bastante simpático para Jewell, se é exímio a desenhar os “maus” – ninguém é realmente mau neste filme - tão perdidos na vida como todos nós; perde um bocado porque no desejo de “olhar” para a América de hoje pela história de “ontem” – o parecer acima do ser – o realizador deixa muita coisa para trás (Kathy Scruggs, a jornalista interpretada por Olivia Wilde, que com a sua ambição “pisa” a ética jornalista e revela as suspeitas do FBI sobre Jewell, desaparece depois de uma lágrima de remorso) e neste aplanamento o filme perde algum do “peso” narrativo que deveria ter. <br />É, no entanto, um filme muitas vezes divertido (muito por causa do advogado de Jewell interpretado magnificamente por Sam Rockwell), com um travo de angústia à mistura, o classicismo tardio de Eastwood a definir aquela espécie de serenidade narrativa que caracteriza os seus filmes. <br />Pese algum desgosto, não deixa de ser um filme bastante interessante. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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O caso de Richard Jewell

Fernando Oliveira

Nos seus últimos filmes Clint Eastwood quase não tem feito outra coisa senão exaltar a coragem dos americanos contando histórias de manifestações de heroísmo de pessoas comuns postas perante acontecimentos extraordinários. Têm sido filmes menores, esmagados por este excesso ideológico, chamemos-lhe assim (por alguma razão o seu melhor filme dos últimos anos é o “The mule” que olha o “sonho” americano pelo lado oposto), este “O caso de Richard Jewell” é mais um desses filmes. <br />Richard Jewell (Paul Walter Hauser) foi o segurança que durante os Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 evitou danos maiores no atentado à bomba no Centennial Olympic Park que matou duas pessoas e feriu uma centena; foi ele que localizou o engenho e quase ”obrigou” a criar uma zona de segurança antes da explosão. O homem foi herói nacional durante uns dias até os FBI o identificar como principal suspeito e a imprensa transformar a sua vida numa perseguição que durou vários meses. <br />Eastwood pinta Jewell como um loser, um homem gordo e solitário mas sempre disponível, mas que tem uma obsessão quase doentia pela lei e pelas forças policiais. Foi esta obsessão pelo rigor da lei que o fez perder empregos atrás de empregos por causa dos problemas que criava e lhe definiu o perfil de suspeito pelo atentado. <br />Se neste filme Eastwood eliminou muito do negrume que definia os seus filmes anteriores, é até bastante simpático para Jewell, se é exímio a desenhar os “maus” – ninguém é realmente mau neste filme - tão perdidos na vida como todos nós; perde um bocado porque no desejo de “olhar” para a América de hoje pela história de “ontem” – o parecer acima do ser – o realizador deixa muita coisa para trás (Kathy Scruggs, a jornalista interpretada por Olivia Wilde, que com a sua ambição “pisa” a ética jornalista e revela as suspeitas do FBI sobre Jewell, desaparece depois de uma lágrima de remorso) e neste aplanamento o filme perde algum do “peso” narrativo que deveria ter. <br />É, no entanto, um filme muitas vezes divertido (muito por causa do advogado de Jewell interpretado magnificamente por Sam Rockwell), com um travo de angústia à mistura, o classicismo tardio de Eastwood a definir aquela espécie de serenidade narrativa que caracteriza os seus filmes. <br />Pese algum desgosto, não deixa de ser um filme bastante interessante. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Fake News, 1996

Pedro Brás Marques

A ânsia dos media pela última novidade e o impacto dessa voracidade na vida do cidadão comum tornam “O Caso de Richard Jewell” um exemplo contemporâneo de violação dos princípios básicos e fundamentais da dignidade humana. <br /> <br />A história, verídica, é simples de contar. Decorriam os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, quando um segurança em serviço no parque olímpico encontra uma bomba. Alerta as autoridades, que prontamente evacuam o recinto, assim se evitando a morte de dezenas de pessoas. Logo endeusado pela sua atitude, Jewell acaba por ver anunciado na comunicação social o facto da polícia estar a analisar a possibilidade de ter sido ele a colocar a bomba. Num estalar de dedos, o herói torna-se vilão e a sua vida é escalpelizada, sem qualquer condescendência, até se concluir que, afinal, ele nada tinha a ver com a autoria do crime. <br /> <br />Tudo isto de passou há vinte e cinco anos, num período onde as redes sociais ainda não existiam, mas nada disso impediu que este sucedâneo de “fake news” se espalhasse aos sete ventos e traumatizasse não só Richard Jewell como a sua família e amigos. A violência da investida dos media foi tremenda, atropelando todos os direitos à sua passagem, deixando a vida do pobre segurança em ruínas. Haveria de os fazer pagar em tribunal, mas o dano já estava feito. <br /> <br />No seu tom seco, Eastwood narra a história de Jewell com a sua habitual economia narrativa e sem qualquer necessidade de estar a dar lições de moral ao espectador, antes confiando na inteligência deste para discernir entre o fútil e o relevante, entre a virtude e o defeito, entre o bem e o mal do que aconteceu, perto da meia-noite, neste outro jardim da Geórgia. <br />Seria injusto não guardar uma nota final para a interpretação de Kathy Bates no papel de mãe de Jewell e para a de Sam Rockwell no do seu advogado. A actriz galardoada por “Misery” tem aqui uma composição soberba, oscilando entre a felicidade inicial e a derrocada posterior. Pungente o seu registo, ao lado do advogado, perante as câmaras a exigir respeito e a clamar pelo seu filho. Não será um Eastwood ‘vintage’, mas é bem melhor do que muito do que por aí vai infectando as salas de cinema…
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Muito bom

Nelson Faria

Está tudo dito: é um Eastwood. Tem 90 anos? Sorte a nossa. Kathy Bates uma grande interpretação. Cinema clássico que dá grande prazer a todos os tipos de público.
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Muito bom

Helena Sousa

Excelente filme, boa interpretação, tema que nos prende até ao final e como é actual infelizmente! Gostei.
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Muito Bom

Diogo Sousa

Bom filme e excelentes actuações dos principais actores.
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Poderoso

Virgílio E. Ribeiro

Um excelente filme com realização e interpretações superlativas. Um ritmo tão absorvente que leva a irritar-nos, quando somos "despertados" para o intervalo! Um cinéfilo que se preze, vai encontrar todos os elementos que verdadeiramente aprecia e que tornam o cinema irresistivelmente sedutor.
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Inimigos Públicos, Heróis Privados...

JR

Já recomposto do enorme flop "15:17 Destino Paris", o enorme Clint Eastwood volta a pegar no tema dos atentados e serve-nos este excelente filme, também ele baseado em fatos verídicos. Se em "Correio da Droga" víramos um Clint em convalescência, aqui saboreamos o grande realizador em toda a sua plenitude. Um filme que nos agarra do princípio ao fim, com uma soberba interpretação de Paul Walter Hauser (já nos havia dado boas indicações em Tonya), sem falsos moralismos mas com a inevitabilidade de por a nu os defeitos de uma América injusta. Richard é vítima, lá, como por aí por esse mundo fora, dos dois principais inimigos: os governos cegos e os media com os olhos desmesuradamente abertos
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Venha o próximo, Clint Eastwood !

Luís Cardoso

Bocejos à parte, mais uma narrativa Eastwoodiana sobre factos reais, a qual, apesar de alguns handicaps já comentados (90 anos é obra!), nos consegue prender até ao último minuto. Excelentes performances do anafado Jewell (Paul Walter Hauser) e, especialmente, de sua mãe, a magnífica Kathy Bates. Gostei! <br />A quem der o tempo como perdido, devolvo o dinheiro ; ) <br />Bons filmes!
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3 estrelas

José Miguel Costa

É impossível ficarmos indiferentes perante o novo filme do nonagenário Clint Eastwood (que, desta vez, coibe-se de dar uma perninha enquanto actor), "O Caso de Richard Jewell". Tal devesse sobretudo à boa história (chocantemente verídica) que lhe serve de base e não tanto à sua estrutura narrativa linear (que faz uso da conservadora fórmula hollywoodesca de exposição dos eventos através da simples ordem cronológica, sem quaisquer saltos temporais), previsível/cliché e até algo maniqueísta (assente em caracterizações pseudo-psicologizantes e estereótipos fáceis que colocam em confronto – com uma visão parcial e unidirecional - a vitima civil quase imaculada com “defeitos branqueados” versus maléficas instituições federais americanas/imprensa). <br /> No entanto, apesar destes “handicaps”, acaba por não esparramar-se ao comprido, possivelmente, graças à performance segura do trio de actores (Paul Walter Hauser - candidato a óscar? -, Olivia Wilde e Sam Rockwell), bem como à inteligente/hábil inserção de registos humorísticos numa película marcadamente política. <br /> <br />Clint Eastwood relata-nos, mais uma vez, em coerência com o seu percurso cinéfilo pós “Gran Turino” (e que saudades da excelência do período pré “Gran Torino”!), a saga de um anónimo (anti) herói branco americano. Desta feita, um frustrado trintão gorducho, solteiro (que ainda vivia com a mãe), obcecado pela lei e ordem (cujo sonho era vir a pertencer às forças de segurança do Estado americano), que saltou para as luzes da ribalta, após em 1996 (durante os Jogos Olímpicos de Verão em Atalanta), ter encontrado no estádio uma mochila armadilhada e promovido a consequente evacuação dos populares (evitando, desse modo, a ocorrência de um maior número de vitimas). <br /> Este acto de heroismo valeu-lhe um curto estado de glória, já que pouco tempo depois verificou-se uma fuga de informação para a imprensa que dava conta de que ele seria o principal suspeito do atentado terrorista em causa (dado que encaixava na perfeição no perfil de terrorista solitário adepto de uma sociedade securitária).
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