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Cry Macho - A Redenção

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Western, Drama, Thriller min 2021 M/12 16/09/2021 EUA

Título Original

Sinopse

Em 1979, o criador de cavalos Mike Milo, que em tempos foi uma estrela dos “rodeos” mas hoje está acabado, é contratado pelo ex-patrão para viajar pelo México e resgatar o seu filho. É esta a premissa desta adaptação do romance de N. Richard Nash, editado em 1975. O filme é protagonizado e realizado por Clint Eastwood, que se junta ao estreante Eduardo Minett no papel do miúdo que ele tem de ir buscar e ao também cantor-compositor country Dwight Yoakam. O guião foi escrito por Nash antes de morrer no ano 2000 e trabalhado por Nick Schenk, que já tinha escrito “Gran Torino” e “Correio de Droga” para Eastwood. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Que viva México

Luís Miguel Oliveira

Um postal de amor ao México.

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Críticas dos leitores

Cry Macho

Fernando Oliveira

Os últimos filmes de Eastwood, onde ele também é actor, serão filmes crepusculares. Histórias de homem velhos, homens que foram ultrapassados pelo tempo, mas que a partir desse desequilíbrio conseguem confrontar a vida serenamente; resmungando muito, é certo, mas com poucos sobressaltos. “Quando somos novos julgamos que sabemos tudo, quando envelhecemos descobrimos que não sabemos nada, e quando percebemos isso é tarde demais”, é o que diz (cito de memória) Mike Milo a Rafo no filme; o envelhecimento aceite sem dramas. <br />No principio do filme Milo é despedido. Foi um nome importante nos rodeos, e é habilíssimo a adestrar cavalos selvagens, mas a morte da mulher e do filho num acidente automóvel mandou-o para a “valeta” e para a bebida. Um ano depois o homem que o tinha despedido procura-o e pede-lhe que vá até ao México procurar o filho que vive com a mãe que o maltrata. Há um jogo entre “o gato e o rato” , entre Milo e a mãe do rapaz, mas este lá encontra Rafo e convence-o a ir com ele para a América. No jogo, Milo é o rato, e os dois vão ter de fugir aos capangas da mãe de Rafo e à polícia pelas paisagens desertas do México. Esta viagem será a menos interessante do filme – o saber de Milo e a ingenuidade de Rafo, diálogos forçados sobre a vida (por exemplo, Macho é o nome de um galo de combate que Rafo usava para ganhar uns trocos na Cidade do México, e o nome serve para uma “lição” sobre ao machismo e a valentia masculina); o que é muito bonito no filme é o “meio”, quando os dois para fugirem da perseguição se escondem num pueblo no “meio de sitio nenhum”: um filme que é todo ele contado delicadamente, neste intervalo da viagem torna-se quase ternurento. Os dois são ajudados por uma viúva que tem uma cantina e cria quatro netas, e entre os sete vai crescendo uma relação que podemos chamar de familiar. Entre Milo e Marta nasce uma atracção, e eles sentem que começam a pertencer a este lugar. O filme é também uma declaração de amor à cultura mexicana e à sensualidade das mulheres mexicanas. <br />Este filme é um desejo de liberdade (os cavalos selvagens, a imensidão das paisagens quase desertas), tudo nele apela à serenidade, à calma, cenas breves filmadas de forma pragmática por quem sabe muito sobre Cinema, a representação é amena, a fotografia discreta. <br />No fim, mesmo sabendo que o pedido do pai de Rafa é interesseiro, Milo deixa-o decidir. Ele volta para os braços de Marta. Dançam um bolero, “Sabor a mi”; e é muito bonita a forma como neste momento, na verdade ao longo de todo o filme, Eastwood filma a sua decrepitude, Marta é muito mais nova do que Milo. O crepúsculo também é muito bonito. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Cry Macho

Fernando Oliveira

Os últimos filmes de Eastwood, onde ele também é actor, serão filmes crepusculares. Histórias de homem velhos, homens que foram ultrapassados pelo tempo, mas que a partir desse desequilíbrio conseguem confrontar a vida serenamente; resmungando muito, é certo, mas com poucos sobressaltos. “Quando somos novos julgamos que sabemos tudo, quando envelhecemos descobrimos que não sabemos nada, e quando percebemos isso é tarde demais”, é o que diz (cito de memória) Mike Milo a Rafo no filme; o envelhecimento aceite sem dramas. <br />No principio do filme Milo é despedido. Foi um nome importante nos rodeos, e é habilíssimo a adestrar cavalos selvagens, mas a morte da mulher e do filho num acidente automóvel mandou-o para a “valeta” e para a bebida. Um ano depois o homem que o tinha despedido procura-o e pede-lhe que vá até ao México procurar o filho que vive com a mãe que o maltrata. Há um jogo entre “o gato e o rato” , entre Milo e a mãe do rapaz, mas este lá encontra Rafo e convence-o a ir com ele para a América. No jogo, Milo é o rato, e os dois vão ter de fugir aos capangas da mãe de Rafo e à polícia pelas paisagens desertas do México. Esta viagem será a menos interessante do filme – o saber de Milo e a ingenuidade de Rafo, diálogos forçados sobre a vida (por exemplo, Macho é o nome de um galo de combate que Rafo usava para ganhar uns trocos na Cidade do México, e o nome serve para uma “lição” sobre ao machismo e a valentia masculina); o que é muito bonito no filme é o “meio”, quando os dois para fugirem da perseguição se escondem num pueblo no “meio de sitio nenhum”: um filme que é todo ele contado delicadamente, neste intervalo da viagem torna-se quase ternurento. Os dois são ajudados por uma viúva que tem uma cantina e cria quatro netas, e entre os sete vai crescendo uma relação que podemos chamar de familiar. Entre Milo e Marta nasce uma atracção, e eles sentem que começam a pertencer a este lugar. O filme é também uma declaração de amor à cultura mexicana e à sensualidade das mulheres mexicanas. <br />Este filme é um desejo de liberdade (os cavalos selvagens, a imensidão das paisagens quase desertas), tudo nele apela à serenidade, à calma, cenas breves filmadas de forma pragmática por quem sabe muito sobre Cinema, a representação é amena, a fotografia discreta. <br />No fim, mesmo sabendo que o pedido do pai de Rafa é interesseiro, Milo deixa-o decidir. Ele volta para os braços de Marta. Dançam um bolero, “Sabor a mi”; e é muito bonita a forma como neste momento, na verdade ao longo de todo o filme, Eastwood filma a sua decrepitude, Marta é muito mais nova do que Milo. O crepúsculo também é muito bonito. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Nem tudo o que parece é

José Santos

Um filme com muitas subtilezas. Com mensagens cifradas. A ver de novo para ir percebendo. Um realizador que está muito marcado pelo actor Clint Eastwood.
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O fim da solidão...

Pedro Bras Marques

O imortal Clint Eastwood está de volta em “Cry Macho”, um filme cujo subtítulo em português diz o fundamental: “A Redenção”. <br />Ao longo da sua extensa carreira, o actor/realizador foi evoluindo na complexidade dos seus filmes e das personagens a que dava vida. Basta recordar como se iniciou nos westerns, com os “spaghettis” de Sergio Leone e compará-los com essa obra supeiror que dá pelo nome de “Imperdoável”. Mas houve sempre uma nota comum, omnipresente, muito americana, a do herói solitário, aquele que tem dentro de si a capacidade, a energia e o saber para resolver as situações, ungido que se sente por uma lei natural, a única a que obedece. O expoente máximo será o intolerante e intratável inspector da polícia de San Francisco que ficou para a História como “Dirty Harry”. Os exemplos são imensos e, mesmo em filmes mais recentes, como “O Milagre no rio Hudson” e “15:17 Destino Paris”, essa marca d’água continua presente. E, atente-se, que a sombra dessa solidão não se ficava só pelo nível profissional, pois estendia-se, igualmente, à vida particular e familiar das personagens. <br />Serve este introito para melhor se perceber a extensão da tal “redenção” de que fala o título e que não se circunscreve à vida de Mike Milo, o reformado cowboy e antiga estrela dos “rodeos” que Eastwood interpreta neste seu último filme. Porque o ancião que aceita ir até ao México para resgatar o filho do magnata local dos rodeos, faz mais do que a viagem de ida e volta, faz uma outra de profunda aprendizagem, quer pessoal, quer inter-relacional. Primeiro, porque o miúdo tem uma verdadeira iniciação na vida de adulto por via dos ensinamentos do mestre Mike. Depois, porque eterno aprendiz, o vetusto cowboy também assimila que há sacrifícios e caminhos que, mesmo duros, podem e devem ser trilhados. E é aqui, nesta aprendizagem de que a solidão não é uma solução de felicidade, que está o sentido mais profundo daquela purga interior. O livro em que o filme se baseia, da autoria de Richard Nash, é de 1975 mas permite a possibilidade de se fazer uma interpretação extensiva desse momento, alargando-o ao tal painel, extraordinário e diversificado, de filmes e personagens que o realizador de “Mystic River” interpretou e realizou ao longo da vida. <br />“Cry Macho” não é um “Eastwood vintage”, mas não desmerece no global da sua obra. Aliás, aos 91 anos ainda ter capacidade mental e energia suficiente para uma empreitada destas, é algo de absolutamente notável. Não há cavalos para percorrer o caminho, mas eles estão debaixo do capô do velho furgão que o transporta. Não há sidekicks mas há um miúdo, esperto e inteligente, que precisa de ser devolvido ao pai, mensagem com evidentes ecos religiosos. Não há um caminhar em direcção ao pôr do sol, mas há uma porta que se abre, deixando ver a chama duma lareira à sua espera…
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5 estrelas

Alberto Braga

Um filme interessante e muito bem construído.
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2 estrelas

José Miguel Costa

O meu "relacionamento" com o Clint Eastwood deixa-me desconcertado, pois não gosto dele enquanto "pessoa" (um republicano empedernido, apoiante do Trump e fervoso adepto do lobby pró-armas), mas admiro-o como cineasta (um nonagenário que continua a lançar filmes com uma periocidade quase anual - o Manoel de Oliveira americano) e, inclusive, idolatro um determinado período humanista da sua carreira cinéfila (é impossivel não amar "As Pontes de Madison County", "Mystic River", "Million Dollar Baby", "Flags of Our Fathers", "Carta Para Iwo Jima" e "Gran Torino"). <br />Felizmente, para "descanso da minha consciência", a partir do inicio da segunda década do século XXI, passou a dedicar-se a mediocres peliculas de (quase) propaganda patriótica (a titulo de exemplo, "Sniper Americano"), e consequentemente comecei convictamente (como que para exorcizar o meu crash passado) a cuspir cobras e lagartos sobre o senhor. <br />No entanto, ao visionar o trailler de "Cry Macho - A Redenção" pensei para com o meu fecho (não tenho botões): "opá isto parece ter umas semelhanças com o Gran Torino! Querem ver que vou ter uma recaida amorosa?" Ufffff tal receio manifestou-se infundado (todavia, reconquistou o coração da generalidade da critica especializada - uns fracos!). <br /> <br />Posso até estar a ser mesquinho ao não dar de mão beijada nova oportunidade ao senhor, mas esta espécie de western mexicano (em modo road movie) que nos relata a história de um cowboy velhote (antigo campeão de rodeos caido em desgraça, após um acidente que vitimou a sua família) que se dirige ao México para resgatar da mãe o filho de úm amigo (por forma a pagar-lhe um favor), apesar de ternurenta (pisando, não poucas vezes, o limite da lamechice), soa-me a postiça (até ao nivel da representação), infantil e com "soluções narrativas" inverossímeis.
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Cry Macho a redenção

Maria Btaga

Clint é garantia de um bom filme. Agumento simples mas com o cunho da apendizagem a que Clint nos habituou!
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Grande Filme

Luis Mota

Grande Filme, grande actor. <br />Clint Eastwood, mesmo com a bela idade que tem, continua excelente.
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Encantador de pessoas

Raul Gomes

E de espectadores, fãs ou não de Eastwood, não podem deixar de ser absorvidos por esta, mais uma, brilhante história e de interpretação serena e segura, nos seus imparáveis 91 ano de muitas vivências, que se notam nos pequenos pormenores, resultantes de toda uma vida dedicada ao cinema. <br />A felicidade está por vezes no local mais improvável do mundo. <br />Aguardemos sereos/ansiosos pelo próximo filme.
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Vê-se muito bem

António Bicho

Bom filme e bom argumento, tal como estava à espera! Uma história que podia bem ser verdadeira e mostra que, muitas vezes, por detrás da benevolência pode existir a ganância do dinheiro! Gostei de vêr, que Clint, apesar da boa idade que tem, continua um bom actor!
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