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Mystic River

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Thriller, Drama 137 min 2003 M/12 21/11/2003 EUA

Título Original

Sinopse

Jimmy Markum (Sean Penn), Dave Boyle (Tim Robbins) e Sean Devine (Kevin Bacon) cresceram juntos em Boston e passavam os dias a brincar num quarteirão sossegado. Até que um dia, Dave foi vítima de um acontecimento trágico que mudou as suas vidas para sempre. Vinte e cinco anos mais tarde, outro acontecimento trágico volta a reuni-los. A filha de 19 anos de Jimmy é assassinada. Sean, que é polícia, é destacado para o caso, juntamente com o seu colega (Laurence Fishburne). Os dois vão ter de estar um passo à frente de Jimmy que, cego de raiva, quer fazer justiça com as próprias mãos. <br />Uma série de coincidências ligam Dave ao crime e isso vai obrigá-lo a lidar com os fantasmas do seu passado, fantasmas que ameaçam também o seu casamento. Todos estes acontecimentos vão pôr em causa a amizade dos três homens e as suas famílias e desenterrar uma inocência perdida demasiado cedo. PÚBLICO

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Críticas dos leitores

Eastwood, o senhor do cinema

Sergio R.

Não fosse este o ano de consagração do "Senhor dos Anéis" e o Óscar de melhor filme teria ido para "Mystic River". É certo que o filme é uma hora mais curto que "O Regresso do Rei" mas estas duas horas e meia passam sem se dar por elas pois o filme prende do início ao fim. Durante essas duas horas e meia, vamos descobrindo as pistas que resolvem o estranho assassínio de uma jovem de 19 anos e ao mesmo tempo assistimos a uma mistura de sentimentos variados interpretados por grandes actores (Sean Penn brilhante, Tim Robbins à altura deste, Kevin Bacon mais discreto mas também em bom plano, Marcia Gay Harden deixa a sua marca) guiados de uma forma quase brilhante por esse senhor do cinema que é Clint Eastwood. De negativo apenas o discurso final da mulher da personagem de Sean Penn que chega a roçar o lunático. Filme obrigatório, daqueles que se vêem e tão depressa não se esquecem.
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Finalmente um filme envolvente e com tempo

Mónica Rosmaninho

"Mystic River" traz-nos algo de raro e cada vez menos possível - um filme realista, sem efeitos especiais, sem recurso a fenómenos paranormais ou sobrenaturais, um filme que envolve com uma cadência muito própria, muito tranquila mas muito impregnante. A certa altura, o espectador até boceja ou denota algum lampejo de impaciência, mas é um acto reflexo, fruto do bombardeio de imagens (simultâneas, sobrepostas, "flashbacks", ritmadas, descomandadas) a que o cinema contemporâneo nos tem habituado. "Mystic River" tem tempo, consome o nosso tempo, dá-nos tempo para conhecer as personagens! Tempo!! Finalmente, abandona-se a sala de cinema com a sensação de que se abandonou alguma coisa - neste caso, as vidas de Tim, Sean, Dave, Anabeth, Celeste, Brendan, o irmão, os irmãos Savage. Finalmente, chega-se ao fim de um filme com a sensação que se entrou no cinema "vazio" e se saiu "cheio". Cheio de histórias para contar... qual "Mystic River"? P.S.: a vítima do acontecimento de pedofília foi Dave mas não só - Tim e Sean, de certa forma, ainda o são...
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E se fosse você, o que faria depois?

Pedro Calvão

Já bastante se escreveu sobre este filme e já quase tudo se disse. Menos uma coisa: por muito que me esforce não consigo pensar numa outra situação tão perfeitamente possível e passível de acontecer, que leve a uma conclusão tão absolutamente desesperante e encurraladora para uma mulher naquelas condições. Refiro-me à situação em que fica aquela mulher no final do filme, que por sua vez é soberbamente realizado por um Clint Eastwood que até já nos tinha habituado a isso mesmo. Se alguém conseguir imaginar uma conclusão que deixe uma mulher numa situação pior, conclusão essa sustentada por uma cadência de sucessivos acontecimentos tão humanamente credíveis, escreva um guião e enriqueça...Brilhante !
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O melhor do cinema americano

João Maurício

Pois é. Por vezes o cinema americano brinda-nos com estas pérolas, estas obras-primas que enriquecem o espírito de qualquer um. Durante as duas horas de filme apenas se pensa na proxima cena, no desenrolar futuro dos acontecimentos. E Clint Eastwood é perito em deixar-nos na expectativa, em fazer-nos esperar, sofrer, e depois sim é atirado o "punchline", com violência e sem medo de ferir o espectador. Continua, Clint! Assim vale a pena...
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Acima de tudo... a família

Tiago Marques

E se de repente alguém lhe dissesse que não se agradece a quem nos segura a porta do elevador, ou que não devemos dar o lugar à senhora de idade que entra já com o autocarro cheio? Com "Mystic River", Eastwood faz mais que isso: baralha e volta a dar, reorganizando a hierarquia de valores impregnada na sociedade, colocando a família no topo da pirâmide. Três amigos de infância, cuja vida os separou, vêem agora os seus destinos cruzarem-se novamente: Jimmy perde a filha, Sean investiga a sua morte e Dave é o presumível assassino. É nesta teia que o filme nos envolve, na incerteza dos factos, na sombra das dúvidas, onde as aparências iludem, ou talvez não. Talvez não, porque ter certezas não é o mais importante, comparado com o bem estar da família. Independentemente daquilo que se faça, se o fizermos na convicção de que contribui para a segurança e bem-estar da nossa família, tudo é justificável. No fundo é esta a violenta mensagem que Clint Eastwood deixa fugir, alterando as regras sociais pelas quais nos regemos. E que melhor maneira de acabar o filme senão com um desfile de famílias felizes e unidas? Torna-se claro o triste desfecho da viúva... ou não traísse ela a família. Os maus da fita morrem, ou são presos no final, os bons são felizes para sempre! Se espera isto de "Mystic River" desengane-se; Clint Eastwod subverte esta lógica, realizando um dos filmes mais inquietantes do ano.
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A inocência roubada

M. Carvalho

Toda a história, embora de teor policial, tendo como pano de fundo a resolução de um crime, gira à volta disso – da inocência cruel e brutalmente roubada, numa infância perdida no tempo. Um filme que, neste momento, toca de uma forma particularmente pungente os portugueses, muito a propósito nos écrãs do nosso país que há um ano despertou abruptamente para essa realidade medonha e sombria: a pedofilia. Mostra-nos de uma forma crua e violenta o horror desse crime, através das marcas profundas e dilacerantes que, ao longo do desenrolar do enredo, vamos percebendo que permanecem para sempre, não só no corpo como na alma da vítima, roubando-lhe os sonhos e o futuro a que tinha direito. O final, um pouco inesperado e algo insatisfatório, deixa-nos a sensação de inacabado, de incompleto, sentindo-se cada um de nós talvez impelido a criar na imaginação o fim mais ajustado ou deixá-lo em aberto. Quem gosta de bom cinema não deve perder! Contudo, não esperem um enredo optimista, positivo. "Mystic River" leva-nos a uma reflexão mais realista, mas deixa-nos um peso: o peso de uma realidade desumana e arrepiante, a mesma que está patente nos acontecimentos que recentemente abalaram Portugal.
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O outro lado

Ricardo Rogeiro

Apesar de, como actor, manter um estilo tradicionalmente inflexível, revelando sistematicamente uma personagem seca e alheia a sentimentos, Clint Eastwood, com o fabuloso "Mystic River", revela uma outra faceta - e, tendo em conta as anteriores produções, presumo que seja a sua faceta de realizador - isto é, revela toda a complexidade das relações humanas. É óbvio o principal (porque uma das qualidades do filme é precisamente a mescla de temas utilizados), sendo inclusivamente notória a insistência do realizador sobre o mesmo, ou seja, o impacto dos mortos sobre os que ficam. E quem melhor para revelar essa complexidade que Sean Penn, Tim Robbins, Marcia Gay Harden e companhia...
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Imperdoável

Jeb sousa

Apesar de já avisado por um amigo, e como críticos que admiro o referiam como bom filme, lá fui. Este filme só se compreende da cabeça dum pistoleiro como o CE. É um repositório de lugares comuns: claro que um dos violadores tinha que ser um padre, pois o assunto estava nas bocas do mundo quando fez o filme e garantia mais uns dinheirinhos. Há expressões absurdas que não se comentam, como o Dave Boyle a dizer à mulher que uma vez lá dentro a semente (do mal, claro...) fica para sempre e é irreversível, (sendo assim, é melhor começar a matar já os miúdos da casa antes que tenham qualquer veleidade...). O díálogo final da mulher para o assassino é então ainda mais fantástico: a boa mulher deve proteger sempre o seu querido marido nem que seja um assassino... Enfim, um filme para mostrar o que deve ser uma família a sério. Não caio noutra.
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Rio para lado nenhum

J.P. Tomás

Como realizador, Eastwood já produziu o excepcional ("Unforgiven", "Perfect World") e o execrável ("Absolute Power", "True Crime"). Em regra ele é, simplesmente, rigoroso, o que implica que original seja coisa que, seguramente, não é. Esta sua última obra confirma-o. O seu trabalho na concepção e montagem do filme e na direcção de actores (fabulosos, todos) é exemplar. As duas horas e meia devoram-se, e cada plano, expressão e fala se degusta. Todavia, a originalidade é nula: o filme é apenas mais um "whodunit" - e um que comete o pecado da previsivibilidade. Que seria pouco grave se o filme, como até certa altura pareceu, fosse resgatado pelo desenvolvimento das personagens. Todavia, este é sabotado (por Eastwood ou pelo sempre fraco Helgeland?) pelos dois discursos finais, um de um tom enunciativo exasperante, produzido entre Jimmy e Sean (e a explicar o que, já de si, se achava excessivamente explicado e, pior, "justificado"), e o outro o monólogo verdadeiramente delirante da até aí inexistente personagem de Laura Linney, a transsubstanciar-se, como por milagre, em Lady MacBeth. Disto resultou o equivalente a uma excelente refeição culminada com um café queimado. Em suma, para apreciar um "whodunit" imprevisível e original, recomenda-se (re)visitar o notável "Lantana": já não me lembro do nome de realizador, mas isso, obviamente, não é o mais importante.
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A fábrica de horrores

Nuno Lopesiana

"Mystic River", que grande e infernal filme, injusto, cruel e perigoso, onde o homem é totalmente dominado pela maldade, pela injúria e, sobretudo, pela traição, e a mulher, a cúmplice, pobre e desgraçada Eva que foi feita para agradar superficialmente ao homem e dar-lhe aquilo que ele mais quer, ou seja, o poder! O poder sobre o seu mundo e o mundo dos outros, sem qualquer critério em relação à metodologia a usar, porque na realidade, o outro existe, e ele é forte, mesmo na sua fragilidade e desespero. O realizador e o argumentista tecem com requintes muito sábios de maldade uma trama de aranha ordinária, onde os personagens não são enriquecidos de humanidade e de complexidade perplexa perante o crime, perante a culpa e perante a vítima, essa que geralmente está só e que precisa tanto de estar intimamente com outros. <BR/><BR/>Dave o personagem, pobre Dave morreu só, absolutamente horrorizado com o possível, ou seja, a mulher, os amigos, os homens e as mulheres conspiram profundamente contra a vida, contra o sagrado, contra o respeito absoluto pelo amigo ou pelo companheiro amoroso que tanto precisa de justiça, de paz, enfim, de amor, porque na falta de Deus para isso, se calhar aquele que está próximo pode concretizar o que neste momento tornou-se impossível no filme, naquele que o fez, e nos muitos que o viram e adoram. <BR/><BR/>No entanto, às vezes, debaixo de grandes defeitos podem nascer grande virtudes, ou seja, o silêncio fundo da mulher do polícia (um dos três amigos), grávida do mesmo, e que, estranha e inusitadamente se ausenta e parte para outra cidade, todos os dias telefona de uma cabina para o marido e futuro pai da sua filha só para o ouvir, que belo tema para outro filme, no sentido de trabalhar o tema das relações onde a mulher não é somente Eva, à imagem do homem ambicioso e egoísta, mas Lilith, a crítica, a lúcida, a desobediente a que prefere morrer e perder tudo, mas não compactua com a mentira, com a tirania e com injustiça do homem e de Deus. Isto não foi o que aconteceu neste pavoroso filme, isto ainda não acontece no mundo de muitos homens e de muitas mulheres.
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