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Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos

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Romance, Drama 145 min 2004 M/16 17/02/2005 EUA

Título Original

Sinopse

<p>Frankie Dunn (Clint Eastwood) é um treinador de boxe que treinou e geriu as carreiras de vários lutadores de sucesso. Mas depois do doloroso afastamento da filha, Frankie começou a revelar uma dificuldade na aproximação dos outros, restando-lhe apenas o amigo Scrap (Morgan Freeman), um ex-boxeur que cuida do ginásio. É então que aparece Maggie Fitzgerald (Hilary Swank, numa grande interpretação que lhe valeu o Óscar), com uma enorme determinação e uma maior ainda vontade de vencer. Quatro Óscares em sete nomeações: além da estatueta de melhor actriz, conquistou melhores filme, realizador para Clint Eastwood (que também representa) e actor secundário para Morgan Freeman. PÚBLICO</p>

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Críticas dos leitores

Com uma lágrima no canto do olho...

O Bom Selvagem -http://tascadacultura.blogspot.com/

Como quase sempre sucede quando vamos ver um filme com grandes expectativas, o máximo que pode acontecer é sairmos da sala de cinema com a sensação de que as nossas expectativas não foram defraudadas. Ora as minhas expectativas para este filme eram elevadas, não tanto por ter vencido o Óscar, mas por ter visto amigos meus, cinéfilos, entusiasmados com a justiça do resultado. Portanto, admito que este meu acto de lhe apontar as profundas falhas seja talvez reflexo disso. É absolutamente certo que o realizador (ou argumentista) tem de tipificar personagens, torná-las fortes, diferentes, exageradas, maiores do que a vida. É difícil fazer uma boa história unicamente com gente mediana (chama-se realismo frances e é uma m**** descomunal). Portanto, até aqui, parece perfeitamente credível e interessante a personagem do treinador-enfermeiro que tem o trauma de ter feito o seu boxeur perder um olho.<BR/><BR/>A rapariga boxeur também é muito agradável e fascinante, pelo facto de ter 31 anos, o que a torna de facto particular, pouco realista mas altamente credível, que é a melhor combinação para personagens interessantes. Tanto assim é que a primeira parte do filme é muito boa e interessante, exceptuando a personagem do Danger, anedótico aspirante a boxeur, que é uma excrecência do filme, tornando-o imperfeito e fácil (conseguem imaginar Orson Welles meter um bobo no "Citizen Kane"? Ou o Scorsese um palhaço no "Raging Bull"? Não...). O personagem de Danger é utilizado como descompressão no filme, não vá o espectador médio ficar demasiado tenso. <BR/><BR/>É emocionante a escalada da nossa boxeur nos vários escalões, a atmosfera dos combates sempre mais e mais densa e dá mesmo gozo vê-la vencer combate após combate. Mas é precisamente no combate com a "ursa azul" que o filme descamba e destrói tudo o que já tinha construído antes, porque revela que tudo o que tinha construído não passou de uma armadilha medíocre para montar o cenário da tragédia e segunda parte do filme, partindo o filme.<BR/><BR/>Estou bastante convencido que o "Million Dollar Baby" é um filme profundamente desonesto e manipulador, desconexo, mas que não deixa de ser bom, como o "Dancer in The Dark" de Lars Von Trier. Quanto a personagens "muleta": primeiro, a figura do padre, no fundo a única que apresenta argumentos contra a eutanásia da jovem e que tenta demover Clint de a aplicar, é desde o início do filme apresentada de forma totalmente tendenciosa.<BR/><BR/>É mais jovem que Clint Eastwood, diz palavrões porque se irrita, fala como um boneco, toda a sua mímica é desagradável e inspira desconfiança. Parece ter uma fé de plástico repetindo chavões, enquanto que Clint é apresentado como um homem verdadeiramente religioso e que se quer redimir, inclusive que finge não compreender a Santa Trinidade da igreja católica mas que ao mesmo tempo estuda gaélico, mostrando um apego às raízes similar a outro que procura redenção mas que ainda é mais extremo (Mel Gibson).<BR/><BR/>Eu sei, eu sei que o público assim percebe melhor que "o padre é mau", mas uma boa história deve ter a coragem de dar credibilidade ao outro lado da moeda. O diálogo entre Clint e o padre é perfeitamente patético e, obviamente, o público sente apenas o dilema interno de Clint Eastwood, não exercendo os argumentos pré-formatados do padre qualquer tipo de dúvida ou influência. Aliás, nem se compreende porque Clint procura o conselho daquele padre que desprezou e ridicularizou ao longo do filme. Não teria sido melhor vê-lo rezar em voz alta e tendo um monólogo interior com Deus, como fez em partes anteriores do filme?<BR/><BR/>Segundo: a família da boxeur é totalmente... disparatada. Não faz sentido, é totalmente absurda a personagem da mãe de tão exageradamente má que é para a filha, mesmo quando é no seu total interesse que ganhe as suas boas graças. Acaso fará sentido que, querendo eles apropiar-se da fortuna da filha, passem uma semana no Disney World antes de a visitar? Aliás, o irmão é cadastrado e acompanha a família; não teria ele pelo menos o mínimo de influência pérfida na família? Acaso fará sentido que a filha não tenha o mínimo traço em comum com alguém da família? E não me refiro a traços físicos, refiro-me a uma genuína empatia ou antipatia com alguém? Não há nada. Estudem o "Mystic River", o anterior filme de Clint, e poderão ver um filme com um argumento infinitamente melhor nestes aspectos (os mais importantes para o drama).<BR/><BR/>Terceiro: o combate com a ursa azul é muito pouco credível. Não sei se costumam ver boxe. Eu gosto. Nunca vi nenhum em que se fizesse sangue e o combate não fosse interrompido, nunca vi agressões fora do tempo que não resultassem na imediata desclassificação. O árbitro não vê? Há pelo menos três juízes a observar permanentemente o ringue. Boxe não é Muai Tai ou Vale Tudo. A personagem da outra boxeur é exagerada e, lá está, com um propósito manipulador: uma ex-prostituta negra da Alemanha de Leste. Querem acrescentar mais qualquer coisa?<BR/><BR/>Teria o nosso anjo irlandês de cair às maos de uma prostituta negra má e batoteira e de um país ex-comunista? Não poderia ela ter simplesmente perdido o combate como no excelente (e desvalorizado) "Rocky"? Perdido mesmo, simples, justo, perdido e ter tido o acidente? Não, tinha de ser por batota. O negro da prostituta aqui não é obviamente por racismo, é simplesmente porque todos nós sabemos que não há campiões de boxe brancos desde os anos 50 e que os negros têm, implicitamente, uma vantagem estatística dentro do ringue.<BR/><BR/>O desastre de Swank é assim visto como algo de injusto pelo processo em que ocorreu (um soco fora de tempo de combate, covarde e matreiro, contra uma negra dura como aço) e não como consequência normal do risco de um combate de boxe. Arranjar forma de um boxeur partir duas vertebras porque vai cair em cima das pernas de um banco é um pouco esforçado, no mínimo. Há efectivamente boxeurs que ficam em coma, com partes do cérebro danificadas. O acidente dela surge, aos olhos de todos menos do espectador como eu, como uma consequência do risco de combater num ringue.<BR/><BR/>Isso é o mesmo que dizer que por um meteorito aterrar mesmo em cima do carro que estou a conduzir, que se diga que "foi um risco de estar ao volante de um automóvel". Ora esta construção da situação é totalmente descredebilizante do drama. E é por isso que o filme é politicamente correcto até à nausea, porque não arrisca a dúvida e a ambiguidade no espectador.<BR/><BR/>Quarto: a última meia-hora do filme é penível. Não bastava a paralisia total, tinha de haver amputação, tinha de haver família cruel, tinha de haver línguas cortadas, etc., etc.. Chora lá um bocadinho, tenham penam dela, ignorem o padre contra a eutanásia, etc., etc.. Este filme não passa de um exercício de auto-redenção de Clint. E que melhor exemplo disto que Morgan Freeman, negro, aplicar um soco de K.O. num boxeur novo e dizer um surreal (e incredível) "Get a job, punk", uma das frases lendárias do inspector Callaghan, de Clint, nos anos 70, polícia branco que a dizia ao bandido negro depois de o esmurrar. Até me admirou não ter dito "Ask yourself a question, punk, do I feel luck today?" Clint, aquilo que fizeste nos 70 não foi assim tão mau que justifique esta tua permanente auto-flagelação<BR/><BR/>Para terminar: o que torna o filme medíocre é o exagero nos meios para justificar o climax final. O filme perde as estribeiras. Não há lugar para a dúvida, não há lugar para o sofrimento ou a angústia. O espectador que pagou cinco euros, o júri do Óscar e a crítica terminam o filme satisfeitos, no máximo com uma lágrima no canto do olho e a consciência tranquila. Quanto ao actores, são excelentes, é pena que se deite tudo fora no fim forçado. O filme é prejudicado por um argumento demasiado... Óscar.
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Vidas reais

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Um dos filmes mais elogiados do início de 2005, multipremiado na mais recente edição dos Óscares, onde foi o vencedor em quatro categorias (Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actriz Principal e Melhor Actor Secundário), "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" é mais um inquietante drama gerado por um dos principais cinestas norte-americanos contemporâneos. Clint Eastwood, que é aqui o realizador e actor principal (e colabora ainda na banda sonora), proporciona uma obra marcada por atmosferas de melancolia e desolação que servem de alicerce a um vibrante olhar sobre as relações humanas. "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" centra-se em Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), uma jovem empregada de café que, apesar de ter tido uma vida pouco próspera, mantém ainda a esperança em consolidar o seu principal desejo: tornar-se uma pugilista profissional.<BR/><BR/>Contudo, à medida que se aproxima dos 30 anos, a concretização dessa ambição torna-se cada vez mais improvável, por isso Maggie tenta convencer Frankie Dunn (Clint Eastwood), um veterano e reputado treinador de boxe, a auxiliá-la no seu ansiado projecto. Relutante, Dunn coloca múltiplos entraves, mas aos poucos vê-se tentado a ceder e forja com a jovem uma densa e singular cumplicidade, desfazendo, em parte, a solidão e o cepticismo que o atormentam.<BR/><BR/>Se por um lado segue os moldes e convenções dos filmes de boxe, exibindo os clichés e situações habituais do género, "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" não se esgota nesse formato, e apresenta uma interessante perspectiva sobre as dimensões do sonho e da desilusão, focando as interligações de um absorvente trio de personagens (para além do duo Swank/Eastwood, destaca-se ainda Morgan Freeman no papel de um ex-pugilista amigo de Dunn, que é também o narrador do filme).<BR/><BR/>De facto, a primeira hora da película segue a rotina que marca a maioria dos filmes de boxe, expondo episódios mais ou menos previsíveis e estereotipados. Contudo, essa fase inicial do filme consegue ser absorvente devido à tridimensionalidade das personagens principais, capazes de ultrapassar as limitações do argumento.<BR/><BR/>"Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" atinge maior brilho e densidade na sua etapa final, onde acontecimentos inexoráveis criam uma aura soturna e claustrofóbica que tornam o filme numa obra marcante e a espaços demolidora. No entanto, aqui mantêm-se ainda aspectos não muito conseguidos, como a caricatural caracterização da família de Maggie ou pontuais passos em falso do argumento, que aposta em demasiadas muletas pouco verosímeis para disseminar uma sobrecarga de desalento e ambientes trágicos.<BR/><BR/>Em certos momentos, há perigosas aproximações com os estafados telefilmes que focam "um caso da vida", dado o nível de negritude e infortúnio. Felizmente, Eastwood envereda quase sempre por tons sóbrios e discretos, evitando armadilhas do melodrama mais fácil e pegajoso, abordando as situações com considerável subtileza.<BR/><BR/>O trio de personagens é suficientemente intrigante, e o facto de serem interpretados por actores de primeira linha - excepto Eastwood, cujo desempenho, apesar de esforçado, é apenas competente - ajuda a gerar boas doses de carisma e intensidade. O contraste entre o cativante idealismo de Maggie e o cinzento cepticismo de Frankie funciona particularmente bem, e a química e entrega dos dois actores ajuda a que as personagens se tornem sempre envolventes.<BR/><BR/>A realização é subtil e adequadamente minimalista, enveredando por um realismo cru e despojado, e o óptimo trabalho de fotografia e iluminação auxiliam a disseminação de uma forte carga sombria e soturna, contribuindo para acentuar a forte tensão dramática da película. Eastwood consegue filmar de forma convincente tanto as dinâmicas cenas de combate no ringue, irradiando uma energia cinética contagiante, como os episódios mais pausados e lacónicos, oferecendo momentos de grande impacto emocional.<BR/><BR/>O resultado é um filme sólido, maduro e honesto, o mais entusiasmante de Eastwood nos últimos anos, depois do sobrevalorizado "Mystic River" e dos desapontantes "Dívida de Sangue" e "Um Crime Real". Os epítetos de obra-prima e inspirada prova de genialidade - com que "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" foi recebido de forma quase unânime - é que não serão os mais apropriados, uma vez que não há aqui nada de verdadeiramente inovador e o filme contém, como foi referido, alguns desequilíbrios.<BR/><BR/>Mesmo assim, possui méritos suficientes para se tornar numa obra cujo visionamento se recomenda, dando aos actores o espaço que estes merecem e abordando de forma inteligente o âmago das relações humanas, elementos nada negligenciáveis. Classificação: 3/5 - Bom.
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Dramatismo excessivo

polo

Impossível ficar indiferente. Violento, tanto pela modalidade desportiva retratada, o boxe, como pela história de dramatismo excessivo, a cair em alguns lugares comuns do cinema americano, como a família de aspecto ridículo que só se interessa pelo dinheiro e o mau da fita de nacionalidade alemã... Porquê? Os russos já passaram de moda?
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Amor de mãos dadas com decisões difíceis

Carlos

Interpretações comoventes e brilhantes de Hilary Swank e Clint Eastwood, para não falar do excelente papel desempenhado por Morgan Freeman. Uma história simples de vidas complicadas. Fervorosa e impressionantemente realista actuação de Clint Eastwood no papel de um homem que procura as sombras que os "muros" protectores do seu mundo íntimo lhe proporcionam. No seu caminho cruza-se a tocantemente persistente personagem de Hilary Swank e a partir daí é um enrodilhado de emoções ao rubro. Um choque que chega a "electrificar" os pêlos dos braços em certos momentos do filme. O amor de mãos dadas com decisões difíceis a tomar...
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O filme é maravilhoso

Filipa Sousa

Adorei, adorei, adorei. O filme é lindo! Muito melhor que o pastiche pseudo-intelectual-dogmático do "Mar Adentro". Este último é uma frustração. O Clint Eastwood é muito pungente e sabe realizar filmes com sabor a toucinho do céu. É obrigatório.
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Simplesmente... perfeito

Qwert

Este filme é com certeza um dos melhores que eu já vi até hoje: excelentes interpretações de Hilary Swank, Clint Eastwood e Morgan Freeman e uma história linda e dramática. O óscar não podia ter sido mais merecido. Aconselho toda a gente a ver “Million Dollar Baby”.
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Pela primeira vez...

Mário Gamito

... em 36 anos de vida e centenas (milhares ?) de filmes vistos, uma lágrima verteu pelo canto do olho, rosto abaixo.<BR/><BR/>Não preciso de dizer mais nada sobre esta obra-prima.
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Triste

Miguel

Acho este um grande filme mas é de deixar uma pessoa a olhar para o ecrã do cinema pela forma triste como acaba…
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Deixar morrer, por amor....

aurélio cotrim

Uma viagem ao submundo violento e duro do boxe, a persistência e o amor aquele desporto de combate, o atingir o topo e a tragédia.<BR/>Toda aquela força de viver é destruída e transformada em vontade de morrer!<BR/>Um olhar sobre a questão, tão actual, da eutanásia: o manter vivo ou o deixar morrer. Qual representa o amor?<BR/>Filme actual com um argumento poderoso que é sem dúvida merecedor das melhores críticas que podemos ler.<BR/>Obrigatório ver este filme.
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Million Dollar Baby- Sonhos Vencidos

Madalena Côrte-Real Garcia

Sem dúvida um filme que nos traz à flor da pele uma emoção que, da minha parte, à muito não sentia! Um excelente filme onde a dor, a determinação, o orgulho, o sofrimento, a vontade de viver e a vontade de morrer são demonstradas sem qualquer tipo de romantismo! Para mim, o melhor filme de sempre!
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