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Munique

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Thriller, Drama 164 min 2005 M/16 02/02/2006 EUA

Título Original

Sinopse

Em Setembro de 1972, um ataque terrorista sem precedentes desenrola-se perante 900 milhões de telespectadores por todo o globo. Decorria a segunda semana dos Jogos Olímpicos de Verão, em Munique, na Alemanha Ocidental - os jogos que haviam sido apelidados "Jogos da Paz e da Alegria" - quando, sem aviso, um grupo extremista palestiniano, "Setembro Negro", invadiu a Aldeia Olímpica, matando dois membros da equipa israelita e capturando nove elementos como reféns. A tensa espera e o trágico massacre que se seguiu foram transmitidos pela televisão perante uma audiência internacional. Em "Munique", Steven Spielberg fala não só dos trágicos acontecimentos de 72, mas também da retaliação israelita que se seguiu, designada como "Operação Ira de Deus". Avner é um jovem patriota israelita, oficial dos serviços secretos, que é contactado por um oficial da Mossad. Avner é convidado a abandonar a mulher grávida, abdicar da sua identidade e embarcar como infiltrado numa missão que visa perseguir e matar os 11 homens acusados pela secreta israelita de terem arquitectado o ataque em Munique. <p> </p>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

Um Spielberg diferente

Tomás

Steven Spielberg está aqui num território aonde nunca se aventurou antes, um thriller político sobre um tema tão polémico como a missão vingadora e punitiva enviada pela Mossad para punir os alegados responsáveis pelo massacre dos Jogos Olímpicos de Munique de 1972, cujas cenas surgem no final de forma intermitente. O filme pretende ser honesto, não demoniza os sete agentes envolvidos, nem mesmo os seus alvos, mas nota-se que Spielberg não está no seu terreno de eleição. O filme levanta muitas questões, mas a sua conclusão parece lógica. Tem que haver uma alternativa ao ciclo da violência. ++/++++
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Óscares 2006

Ana Pires

Comentário aos Óscares. Só vou comentar as categorias principais. Actor Secundário: Não ganhou o melhor. George Clooney tem capacidade de expressão dramática, mas o actor tem mais espaço do que a personagem. Contudo esta categoria não tinha grandes desempenhos. Mas, e sem ter visto a interpretação do William Hurt, preferia que tivessem ganho o Matt Dillon ou Jake Gyllenhaal. Actriz Secundária: Gostei do desempenho da Rachel Weisz, não vi a Amy Adams e a Frances Macdormand, a Catherine Keener tem um desempenho apenas regular e deveria ter ganho a Michelle Williams (a dor por que a sua personagem passa sente-se). Não ganhou a melhor. Montagem: Os meus parcos conhecimentos sobre o efeito da montagem num filme dizem-me que o prémio deveria ter sido entregue ao "Fiel Jardineiro" ou ao "Munique". Já passou muito tempo desde que vi o "Cinderella Man", já não me lembro do efeito da montagem no filme. Não ganhou o melhor.<BR/><BR/>Fotografia: Não vi o "Novo Mundo". Mas já tive oportunidade de ver excertos e o prémio deveria ter sido entregue ao "Novo Mundo" ou ao "Brokeback Mountain". Mais uma vez não ganhou o melhor. Banda Sonora: Eu também teria dado o prémio ao "Brokeback Mountain". Não sei se é a melhor banda sonora. Mas foi a que mais me tocou. Tem uma sonoridade nostálgica que eu adoro e entranha-se. E é comovente. Canção: Podia ter ganho qualquer uma, porque as três serviam perfeitamente os filmes a que pertenciam. Não se trata de apreciar música, mas sim de apreciar o efeito da música no filme.<BR/><BR/>Argumento Original: O argumento do "Colisão" é bom. Não vi o "The Squid and The Whale". O argumento do "Match Point" também é muito bom. Entre "Colisão" e "Match Point" não me consigo decidir. Suponho que ganhou um dos dois melhores. Argumento adaptado: Este prémio é para quem adapta melhor a história original para filme. Portanto, não é um prémio à história original (ao contrário do que sucede com o Argumento Original). Com esta lógica em mente o trabalho mais difícil estava na passagem de "Brokeback Mountain" literário para "Brokeback Mountain" cinematográfico. Ganhou o melhor trabalho de passagem de literatura para cinema.<BR/><BR/>Longa Metragem de Animação: Ganhou o pior dos filmes. "O Castelo Andante" é magnífico. Eu não gosto de cinema de animação e, contudo, o filme cativou-me por completo. É emocionante e comovente. "Wallace e Gromit" é frio, superficial, nada emotivo. "Corpse Bride" é mais uma prova do génio de Tim Burton. O prémio deveria ter ido para o "Castelo Andante". Filme estrangeiro: Só vi o "Feliz Natal" (medíocre). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Documentário: Só vi a "Marcha dos Pinguins" (razoável). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Atriz Principal: Gostei do desempenho da Reese Witherspoon. Mas gostei muito mais da Felicity Huffman. Não vi a Judi Dench e a Charlize Theron. Vi três desempenhos e o melhor dos três pertence à Felicity Huffman. Não ganhou a melhor.<BR/> <BR/>Actor Principal: Esta era a melhor categoria da noite. Não vi o Terrence Howard. Mas vi quatro desempenhos fantásticos de quatro actores fantásticos. Prefiro a interpretação do Heath Ledger, porque ele criou a personagem que me comoveu mais. Não vi o actor, vi a personagem. Li numa crítica na Internet o seguinte a próposito da sua personagem: "I conected with him as I have conected with characters in novels. I miss him". Aconteceu o mesmo comigo. No entanto, apesar de preferir o Heath Ledger, não posso dizer que a vitória do Philip Seymour Hoffman foi injusta. O desempenho dele é de facto de alto nível. <BR/><BR/>Realizador: Bom trabalho de todos os realizadores. Mas prefiro o Ang Lee pela subtileza, sensibilidade e contenção do seu trabalho. O Bennett Miller também me agradou pela sobriedade. Há algum histerismo nas realizações do Steven Spielberg e do Paul Haggis. Há frieza no trabalho do George Clooney e por isso "Boa Noite, e Boa Sorte" nunca aquece. E o cinema não é apenas estilo e estética, também é emoção. Ganhou o melhor.<BR/><BR/>Filme: Gostei do "Colisão". Mas gostei mais do "Capote". E gostei muito mais do "Brokeback Mountain". Há uma contradição no prémio: o argumento, a realização e as interpretações são a cabeça, a alma e o coração de um filme. O resto são os adornos. "Brokeback Mountain" ganhou o prémio de argumento (tal como "Colisão"), mas ganhou também o prémio de realização e teve mais nomeações nas categorias de interpretação (3) do que "Colisão" (1). "Brokeback Mountain" é um filme mais sensível, menos estereotipado, mais subtil, mais contido, mais elegante e até mais arrojado do que "Colisão". E sobretudo, é um filme que fica com o espectador. Porque não fica tudo explicado (como acontece em "Colisão", onde tudo tem um desfecho). "Brokeback Mountain" não termina. Fica na nossa cabeça, como uma admirável nostalgia. Deveria ter ganho "Brokeback Mountain".
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O jogo do gato e do rato

Fernanda Lamy

Os Óscares estão aí. Domingo próximo conheceremos e celebraremos os vencedores, lamentaremos e reclamaremos dos vencidos. Embora a Academia tenha "razões que a razão desconhece" (parafraseando e adaptando o célebre verso de Pessoa), por alguma razão "Munich" está entre os nomeados para o Óscar de melhor filme. Pessoalmente, acho que com "AI" a vasta e multifacetada (embora, por vezes, inexplicavelmente decepcionante) carreira de Steven Spielberg atingiu um cume talvez inigualável. De uma pungente e angustiante beleza metafísica, despertou-me um tal tropel de emoções, que esbate inexoravelmente a linha divisória entre a realidade prosáica de uma simples sala de cinema e o fictício mundo encantado criado no écrã. Mas, afinal, não é isso a magia do cinema?<BR/><BR/>Ora, com "Munich", estamos num registo completamente diferente. Spielberg pode ser tudo menos um realizador iterativo e monótono (apesar de certos temas recorrentes); basta pensarmos, por exemplo, no seu primeiro, ou dos primeiros, trabalhos, "Something evil", passando pela saga obrigatória de Indiana Jones, ou até mesmo o sentimental "O Império do Sol", não esquecendo a recente decepção, "Guerra dos Mundos". Claro que os senhores de Hollywood não são propriamente isentos e neutrais nas escolhas que fazem, parecendo-nos por vezes dúbias e ambíguas. Por isso, pode considerar-se que o trabalho de Spielberg sobre o livro de George Jonas não está "inocentemente" na lista, dada a oportunidade e actualidade do tema.<BR/><BR/>Numa Europa que, em 1972, acorda da forma mais inesperada e propositadamente mediática (900 milhões de espectadores em todo o mundo) para o terrorismo em larga escala, de consequências imprevisíveis, Spielberg apresenta-nos um sóbrio, realista e mortífero jogo político do gato e do rato, em que os predadores passam a presas e o perigo surge inadvertida e inesperadamente, sem rosto nem origem definida. Olho por olho, dente por dente. Não há amigos, não há bons nem maus. Tudo é relativo, incerto e inseguro, num mundo dominado por poderosos senhores da guerra, figuras individuais ou colectivas, mais ou menos obscuras, mais ou menos misteriosas, mas e por conseguinte, perigosamente letais ("papa" ou Louis, por exemplo), que nos fazem obrigatoriamente reflectir que "we walk on thin ice".<BR/><BR/>E não passamos, nós, anónimos seres humanos que todos os dias acordamos para a nossa vida diária, de simples marionetas, cujos cordelinhos são mexidos por um bando imenso e legitimado de loucos perigosos sem nação concreta, voluntariamente inconscientes. Aspectos polémicos estes que tornaram a película mal querida por todos os envolvidos visados. Este é o primeiro grande mérito do filme.<BR/><BR/>Em "Munich", os dados estão viciados à partida e desde o início se sente que algo não bate certo, que nada do que parece é. Neste nebuloso ambiente de ameaças veladas, cuja tensão dramática vai sendo excelentemente construída por Spielberg, e em que, realmente, as aparências iludem, aparece-nos um grupo de quatro operacionais israelitas, chefiados por Avner Kauffman. Kauffman é uma personagem que vai gradualmente evoluindo psicologicamente (aliás, todos eles) ao longo da imensa e diabólica teia da qual julgava ser o urdidor mas que, afinal, reconhece não passar de um simples peão num tabuleiro traiçoeiro e movediço, complexo e recheado de interesses e jogadas sujas, onde ninguém é inocente e tudo tem um preço.<BR/><BR/>É aqui que reside, quanto a mim, o segundo mérito do filme: neste progressivo crescimento da personagem, recheado de contradições cada vez mais urgentes à medida que a história avança e cuja complexidade a aproxima e distancia simultaneamente do "legal serial killer" que, afinal de contas, ele é. O argumento vai desenrolando-se e nós vamos gradualmente penetrando nos cada vez mais desequilibrados meandros intimistas de um homem cujo sentido de missão a cumprir (e que ele quase cumpre, embora atabalhoadamente e com as mãos tremendo ao princípio, mas muito mais seguro e frio posteriormente) se vai também confrontando, e de forma gradativamente mais premente, com a sua própria humanidade e individualidade. O que o deixa, a partir do clímax (quando o grupo começa a ser eliminado um por um, por mão desconcertantemente desconhecida), num clima angustiante de sobressalto contínuo.<BR/><BR/>Contudo, a "máquina de guerra" ("roubando" a designação ao filme de Van Damme) que Spielberg constrói está longe de ser o frio, "limpo" e eficiente assassino modelar estereotipado. Basta pensarmos nos seus escrúpulos em alguns dos homicídios, ou no pânico que o invade quando precipitadamente mata um jovem árabe que mal sabe mexer numa arma e que vigiava a casa de um dos seus principais alvos. É sobretudo a partir deste episódio fulcral para a vida da personagem e do próprio argumento do filme (não esquecer que, naquele momento, o grupo já estava reduzido a apenas dois operacionais e, neste caso, não são super-heróis de tipo 007, que arranjam sempre formas mirabolantes de atingir os seus objectivos praticamente sozinhos) que se dá a reviravolta decisiva em Avner. As "máquinas de guerra" não podem parar. A sua força reside na acção, a sua fragilidade na inoperância ou questionamento (um dos "velhinhos" do grupo já pusera esta questão) e este assassino profissional (?), ao desistir de cumprir integralmente a missão de vingança que lhe fora destinada, admitindo o seu fracasso parcial e fugindo para os Estados Unidos (a miragem ilusória do bem-estar?) vai tentar junto da mulher e da filha, que ele vira fugazmente à nascença, encontrar infrutiferamente explicações para o inexplicável. Dar sentido a algo que, cada vez mais, lhe parece gratuito e violentamente infindável (relembre-se, a este propósito, o episódio final do reencontro entre Avner e Ephraim), debatendo-se, à deriva, com uma série de valores antagónicos e fantasmas consecutivos, que o assombram numa amálgama de sentimentos contraditórios e remorsos incontornáveis, transformando a sua vida de quase zombie num inferno, mas conferindo-lhe o realismo e a dimensão humanos que anteriormente referi e que Eric Bana muito bem trabalhou.<BR/><BR/>Terá Spielberg, com esta paranóia obsessiva de Avner, com os dilemas avassaladores que crescem dentro da personagem até à sua rendição final e transformação em anti-herói, criado um elo emocional e cúmplice entre a personagem e o espectador? Creio que sim e este é terceiro grande mérito de um filme que encerra, seguramente, uma determinada visão crítica mas metafórica de Spielber sobre a posição e o "modus operandi" da política norte-americana na era Bush relativamente ao terrorismo. Agora que o jogo chegou ao fim (?), o que nos fica é, tal como em Avner Kauffman, uma sensação amarga e angustiante, vaga e errante, que também nos coloca perante duas questões obviamente inevitáveis e fundamentais: Porquê? Para quê?.<BR/><BR/>"Munich" pode não ser o melhor e genial filme feito nos últimos tempos sobre terrorismo e as maquinações mundiais que comandam o destino da Humanidade, mas é, sem dúvida, um excelente filme e nunca um documentário, que ultrapassa inquestionavelmente estas designações simplistas.
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As aparências iludem, o filme não desilude

Nazaré

História real de um operacional da Mossad (a polícia secreta israelita) chamado para uma missão emotiva (uma espécie de "olho por olho" para eliminar os terroristas palestinianos que sequestraram parte da equipa israelita nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972), este filme transporta-nos ao longo dum processo de revelação, que essa personagem terá atravessado, de como era um ínfimo peixinho a ser arrastado pelas malhas da política. E no meio da sujidade mais vil. Apropriadamente, quase tudo o que parece não é, apesar da genuína lealdade e o espírito de missão dos cinco homens lançados nesta vingança política. Spielberg, cujos filmes são sempre de grande nível, não se poupa nos pormenores desta trama política, denunciando subtilmente um complexo xadrez onde aqueles que arriscam a vida em nome de causas políticas não sabem afinal o que significam os seus actos e qual o valor do seu sacrifício (nisso vai bem mais longe do que no "Resgate do soldado Ryan").<BR/><BR/>Nós bem vemos que os alvos a abater não são as caras que vimos na reconstituição do sequestro de Munique. Uma chave para este jogo de ilusões é o amadorismo da equipa israelita, totalmente inadequado para o relevo que deveria ter a sua missão. De tal maneira que, quando se tratou de eliminar uma das figuras de cúpula da organização Setembro Negro, eles limitaram-se a ser espectadores de um comando à séria. No fundo, eles são apenas um meio de obter informações inacessíveis para governos. E para obtê-las, não falta dinheiro. Valha a possibilidade de comprar uma cozinha bem dimensionada e equipada para ter em Nova Iorque.<BR/><BR/>Para mim, o ponto de viragem do filme, e talvez o seu ponto culminante, é a conversa que o protagonista tem com o palestiniano Ali numa escada "segura" de Atenas. Ele e Ali são inimigos, mas este não o sabe e discute abertamente a sua perspectiva do conflito com Israel. Mesmo que fictícia, é a conversa que israelitas e palestinianos deveriam poder ter mais vezes, pois a proximidade entre eles, a começar pela carência de uma terra que possam chamar de sua, é como que uma revelação (para o protagonista, para o público talvez, sem dúvida que para Spielberg).<BR/><BR/>Depois deste momento, a inépcia do comando israelita torna-o alvo daqueles que atingiu, e a única vingança que realmente executam, por causa da morte de um deles, é a única que os que organizaram a missão reprovam. No final, o herói é um anti-herói, e diz não. E ouve não em troca.<BR/><BR/>Eric Bana, no papel principal, consegue transmitir-nos o que a sua personagem tem de patético, no que de certeza deve ver-se o dedo da direcção artística de Spielberg. E também é de destacar mais uma presença primorosa de Geoffrey Rush, cuja versatilidade parece não ter limites.
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Excelente

Kopos

Além de ser um filme cuja história toda é fascinante, daqueles filmes que nos deixam mesmo "vidrados" no ecrã, transmite-nos uma mensagem muito interessante no final. Pena ser um bocado longo, as três horas fazem-se sentir um bocado mais para o fim ... Mas vale claramente a pena perdê-las. Não percam!
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Ficção quase real

Gonçalo Abrantes

Este filme é mais um bom exemplo de como o marketing bem feito faz dinheiro... muito dinheiro. Escusado será dizer que, assim, este filme foi mais uma desilusão para tão propagado ineditismo e exclusivismo de Spielberg. Acho que não levava expectativas muito elevadas e, mesmo assim, saí decepcionado. Filme muito longo, com falhas inclusivé do ponto de vista dos factos em que se baseia (não relata, nem no final em letras de resumo, a morte mais "trabalhosa" e problemática do líder do grupo Setembro Negro, que só ocorreu em 1979 e com recurso à eterna sedução feminina...). Tem uma fotografia que deixa muito a desejar e um elenco que poderia ser bem melhor em termos de representação. Não sei mesmo o porquê de tanta nomeação. Nota 3+ em 5 já com muito peso para o realizador.
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Abordagem cruel da realidade

Marco Ferreira

"Munique" veicula sem dúvida uma abordagem cruel da realidade, uma realidade em que diferentes ideologias acabam por se confrontar num duelo interminável e injustificado, em que não existe agressor ou agredido pois ambos fazem ironicamente parte da mesma facção. Em tópico de excelência, evidencia a vingança sem excrúpulos, o ciclo interminável da energia vingativa e a angústia de se crescer e se gerar vida num ambiente imensamente adverso à harmonia que se venera. "Munique" é também um filme em que nem o arrependimento liberta; será sempre tarde demais quando o mal gerou o mal, o ódio gerou mais ódio e a morte deu origem à pluralidade da intransigência étnica. É, neste contexto, uma lição para quem pensa por breves instantes começar outro ciclo.
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A vingança e o círculo

Carlos Alberto Sousa

Na minha opinião, Spielberg desenha em filme uma parábola sobre a vingança, vingança em tempo irreal e adaptável a todas as circunstâncias. "Munique" acaba por ser uma história bem contada, mas que serve de pretexto para ilustrar os encontros e desencontros do acto de vingar. Tudo gira em redondo, em círculo e acaba por começar onde devia acabar. É surpreendente apercebermo-nos que tudo seria demasiado fácil se acabasse com a retribuição vingativa, mas tudo acontece exactamente ao contrário. E não tem fim! E não se avista qualquer fim. Desta vez não há final cor de rosa e interiorizarmos isso só ilustra a incapacidade a que chegaram hoje em dia as sociedades modernas, que apesar de todo o potencial não conseguem arranjar soluções para o mais básico, que passa pelo estabelecimento de relações de paz entre os povos por mais diferentes que sejam.<BR/><BR/>"Munique" acaba por ser um pretexto, pois muitas situações idênticas se têm vivido diariamente. Mas um filme que nos deixa assim a pensar é sempre um grande filme.
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Feito à pressa?

HC

Não achei o filme grande coisa. Sinceramente estava à espera de melhor do senhor Spielberg e nem sei porque este filme é candidato aos Óscares. Acho que o argumento tem algumas falhas, algumas filmagens não estão ao nível de uma grande produção, por vezes pode mesmo ver-se pó na lente da camara, e algumas cenas acho de mau gosto, para um realizador desta categoria. Nem tudo é mau, gostei dos cenários e da forma como a época foi retratada e gostei do tratamento de cor. Quanto à história em si é polémica. Será um filme de terrorismo de Estado? Estará o Spielberg a querer dizer alguma coisa aos palestinianos? Não esquecer que ele é judeu. É bem verdade que não tira partido das situações como se pode ver no final, mas mesmo assim praticamente vemos o lado judeu do acontecimento.<BR/><BR/>Parece que este filme foi feito um pouco à pressa para entrar na corrida aos Óscares. Conseguiu. Acho que Steven Spielberg desde a "Guerra dos Mundos" deve começar a pensar em tirar uma férias para não cair em descrédito. Uma coisa é certa, à semelhança da "Lista de Schindler", este filme serviu mais uma vez para mostrar mais um acontecimento terrivel da História que muita gente desconhecia.
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Para ficção não está mau

PP

Baseado em factos verídicos com demasiada ficção à mistura. Um claro atestado de incompetência aos melhores serviços secretos do mundo. Esperava mais como filme baseado numa obra escrita. Não posso dizer que o filme não me tenha cativado, mas mesmo como filme de entretenimento tem muitas falhas. Por exemplo, a figura do Louis que não se consegue preceber de onde vem, as inexperiências dos operacionais, etc. e etc. De 0 a 5, um 3 é a nota justa.
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