Fui ver o filme porque achei o argumento potencialmente interessante e porque o elenco era constituído por um bom naipe de actores, como: Cate Blanchett, Michael Fassbender e Pierce Brosnan.

É um filme que não é fácil de se ver, já que requer muita atenção do espectador para não se perder literalmente a meio do filme e, aqui, a realização, se bem que dentro do razoável, poderia ter feito um pouco mais. As interpretações de todos os actores, se bem competentes, nunca chegam a deslumbrar ou a encher o olho, limitando-se a um nível meramente razoável.

Digamos que este filme é muita parra e pouca uva. Estamos perante um filme razoável de espionagem, mas só recomendo mesmo, a quem goste do género. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 11 valores a este filme.

Ontem, 31 de março 2025, 2ª feira, 19:30, fomos ao cinema ver este filme com balanço positivo : Filme britânico, Bons atores, Agência governo, Segurança, tipo Mi5.

Exige muita atenção para não confundir tantos personagens principais e não perder o foco.
É passatempo! Avaliação: positivo! https://cinecartaz.publico.pt/filme/black-bag-413282

O argumento de David Koepp é um tanto ou quanto tortuoso, algumas vezes confunde-se e confunde-nos mas desenleia-se com alguma facilidade desse embaraço; a qualidade formal de Soderbergh é exímia a desenhar o “labirinto” onde faz evoluir os personagens, embora a fotografia e a montagem, também dele, sejam tão “perfeitas” quanto frias; os actores são magníficos.

O que falta então a “Black bag” para ser mais do que um bom filme? Falta-lhe emoção, falta-lhe fazer-nos sentir a urgência que pouco a pouco começa a controlar os seis personagens. Concentra-se demasiado no fazer e na história, é um filme essencialmente palavroso, esquece-se quase sempre que os personagens representam gente, gente com “alma”.

Ora, o que Soderbergh nos quer contar é o desgastante jogo com muitas mentiras e dissimulações e poucas verdades que tipificam os filmes do género e baralha-as com as regras das comédias conjugais e românticas, também elas com muitos enganos e mentiras, e ambos a caminharem de mãos dadas até ao final.

George (Michael Fassbinder), um agente importante de uma agência de espionagem britânica, é encarregue de descobrir quem entre cinco agentes furtou e quer vender um programa informático bastante perigoso. Entre eles está Kathryn (Cate Blanchett), a sua mulher; como todos eles se conhecem convida-os para um jantar em casa para as primeiras “gotas de veneno”; como todos também têm relações mais ou menos amorosas entre eles, a confusão instala-se. A partir daqui tudo começa a vacilar, as relações deles uns com os outros tomam conta da história.

O que fazer quando todos eles têm qualquer coisa a esconder? Quando a dissimulação é a regra do jogo? Quando todos têm usam uma expressão institucional, o título do filme, para esconder o que é secreto para os outros? Agora todos olham uns para os outros de outra forma. Vigilantes. E quando George percebe que a mulher é a principal suspeita, o que vai colocar por cima, o amor ou a pátria? É um filme com muita memória, lembramo-nos de muitas coisas dos filmes de espiões e de muitas coisas das comédias românticas dos anos setenta, muito bem-feito por quem o sabe fazer, mas falta-lhe garra, falta-lhe graça.

Um filme assim também tem de nos entreter, este é quase só uma enorme tapeçaria formal. Tem no entanto um enorme mérito: já quase não se fazem filmes assim. Um filme simpático. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

Muito estilo, em tudo, mas é só fachada. Na verdade, é uma historieta bem trivial. Dispensável.

Não vejam esta miséria.