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Jovem e Bela

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Drama 95 min 2013 M/12 17/04/2014 FRA

Título Original

Jeune et Jolie

Sinopse

Durante uma viagem de férias com a família, Isabelle (Marine Vacth), de 17 anos, vive a sua primeira experiência sexual. De regresso a casa, obcecada pelo desejo e pela sensação de poder que esse momento lhe proporcionou, começa a marcar encontros com desconhecidos em troca de dinheiro. Assim, ao mesmo tempo que vai explorando a sua sexualidade, vai ficando dependente do que lucra com a venda do seu corpo. Quando um homem morre num quarto de hotel ao seu lado, a sua vida dupla é revelada, o que deixa chocada toda a família.<br /> Em competição na 66.ª edição do Festival de Cannes, um filme escrito e realizado por François Ozon ("Sob a Areia", "Potiche", "Dentro de Casa"), que se divide em quatro capítulos, correspondentes às estações do ano, e que usa quatro canções como tema de fundo. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Jovem e Bela

Vasco Câmara

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Jorge Mourinha

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A adolescente

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Jovem e Bela ou Adulta e Hedionda

Pedro Brás Marques

O título «Jeune & Jolie/Jovem e Bela» parece não dizer quase nada sobre Isabelle, a personagem principal do último filme de François Ozon. Afinal, são adjectivos que falam sobre o exterior e não sobre o complexo interior da adolescente cuja vida acompanhamos durante um ano. Porque, por dentro, Isabelle não é assim tão jovem e muito menos bela - pelo contrário, participa num jogo de adultos onde as perversões e a mentira são os ingredientes principais. Tudo começa no dia dos seus dezassete anos, em que perde a virgindade. O acontecimento não corre bem ou, pelo menos, Isabelle não demonstra ter ficado satisfeita, antes parece ter percepcionado o momento como algo físico e não emocional. De regresso a Paris, ficamos a saber que ela continua os estudos mas, ao mesmo tempo, exerce a profissão mais velha do mundo. Jovem, belíssima, o sucesso está garantido e a carteira de clientes também. <br /><br />Mas porque é que ela o faz? Pelo prazer sexual puro? Não parece, porque aborrece-se de ter sexo com o namorado, tem de representar para os clientes e até há um que apenas quer isso mesmo, observá-la lascivamente. Dinheiro? Ela não tem problemas financeiros inserida que está numa família que vive bem e que lhe dá tudo o que ela precisa. Aliás, Isabelle nem sequer gasta o dinheiro que recebe pelos seus serviços de ‘call girl’… Ozon não nos dá uma resposta clara, mas o que parece transparecer é que ela procura encontrar algo que a preencha interiormente. E é esta carência afectiva, que força a busca duma resposta através de algo que implica contacto entre dois seres: o sexo. E tudo parece correr bem até ao momento em que um seu cliente morre durante o acto sexual, desencadeando uma série de eventos que termina na descoberta e exposição de tudo. O choque familiar é grande, mas a verdade é que ninguém é puro, muito menos a sua estupefacta mãe que também guarda segredos coloridos… <br /><br />A história deste anjo caído no Inferno é contada de forma superior por François Ozon. Num registo clássico, sem inovações estilísticas, o realizador e argumentista foge da tentação de cair no melodrama e da lógica redenção final da personagem, optando por um final em aberto, onde nada nos garante que Isabelle tenha «recuperado» e voltado à «normalidade» após este complexo «ritual de passagem» para a idade adulta. Isto apesar de, nessa altura, já ser Primavera, época de renascimento e ressurgimento… <br /><br />Ozon encontrou em Marine Vacht uma perfeita Isabelle. Contida, melancólica, belíssima, mostra a insegurança dos dezassete anos em contraste com a maturidade e à vontade com que move no mundo adulto dos fantasmas e dos desejos primários reprimidos. Até o espectador se sente também «cliente» ao observar, quase voyeuristicamente, a sua extraordinária beleza. Como se tudo isto já não bastasse, este deleite para os olhos é rematado pela muito feliz escolha da banda sonora, entregue a uma sex-symbol dos anos 60, Françoise Hardy, que começou a sua carreira com “Tous les garçons et les filles” quando tinha…dezassete anos.
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Quarto 6095: 300 euros

J.F.Vieira Pinto

"Pute une fois, toujours pute", a afirmação é a de mais um cliente de Isabelle. Este, quer evitar o preservativo: "sou casado" diz, como que, uma afirmação de sexo seguro! <br />Ozon, nunca teve dificuldade em abordar "temas fortes" e, ei-lo a abordar o da prostituição em tempos de internet. Mas, porque é que Isabelle se prostitui? A resposta não será importante. Caprichos de uma jovem burguesa? <br />Contada em forma de "quatro estações", e, tal como a Joe - a personagem de Charlotte Gainsboug de "A Ninfomaníaca" de Lars Von Trier -, Isabelle "resolve" o problema da "primeira vêz" logo no verão, com um namorico de ocasião. O resto do ano, será para "aperfeiçoar" o método, até que, acontece o inesperado, fruto da avançada idade do seu maduro (e generoso) cliente, que, para melhor "perfomance",não hesita em tomar viagra... <br />Depois do interessante e hiper valorizado "Dentro de Casa", este novo Ozon, parece ter mais consistência narrativa. A interpretação da desconhecida (?!) Marine Vacth (Isabelle) é segura, contudo, François Ozon, volta a trabalhar com Charlotte Rampling - numa curtíssima aparição - que interpreta na tela, a sua idade real, de modo irrepreensível - o cineasta a mostrar que continua excelente, a dirigir actrizes "maduras" - há quem chame "divas"-, e isso, já vem do tempo de "8 Mulheres" (2003). Quem não se lembra da cena "lésbica" entre Fanny Ardant e Catherine Deneuve? Definitivamente, François Ozon, um cineasta do nosso tempo, que, com este "seu" Belle de jour, relança a sua carreira de um grande cineasta.(****)
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Belle de Jour Mobile

EC

Uma tontinha aluna do liceu da burguesia parisiense – Henri-IV – à procura sabe-se lá de quê. O original de Buñuel é inimitável e Ozon, conhecendo tal verdade, estranhamente, decidiu aventurar-se.
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Isabelle é uma jovem (ainda menor de idade) pertencente à classe média alta, sem problemáticas de peso a nível familiar e/ou escolar, aparentemente estruturada em termos psíquicos, não dependente de substâncias ilícitas, não detentora de quaisquer handicaps a nível físico (bem pelo contrário), mas tudo isso não a impede de prostituir-se com homens mais velhos. Porquê? Não se percebe, pois Ozon não teve interesse em perder-se em explicações psicológicas e/ou sociológicas, ou em emitir juízos de valor, limitando-se a filmar as experiências da protagonista de um modo quase voyeurista e sem grande envolvimento (mas esta abordagem enigmática, acaba por ser, contudo, interessante, na medida em que a áurea de mistério em seu redor cria possibilidades para nós resolvermos e deixa espaço para a nossa interpretação). <p> É um filme com tanto de delicado (filmado com uma sofisticação singular) como de brutal (não que as imagens sejam hardcore, mas pela carga psicológica que emana - ao expor a perversidade e o narcisismo da juventude), no entanto, tal não impede que o possamos classificar meramente como um "bom filme (que o Ozon não faz filmes maus) com nada de especial" - inclusive, este acaba por ser um pouco decepcionante, possivelmente, por as expectativas estarem demasiado elevadas após o seu anterior trabalho, o magnifico "Dentro de Casa". Em suma é uma obra de que não rezará a história, a não ser, talvez, pela excelente interpretação da sua protagonista, a melancólica e enigmática Marina Vacth (e nasceu uma estrela!). </p>
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