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Graças a Deus

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Drama 137 min 2018 12/12/2019 FRA, BEL

Título Original

Grâce à Dieu

Sinopse

<div>Alexandre fica chocado quando descobre que o padre Bernard Preynat, que abusou sexualmente dele durante a adolescência, voltou a Lyon (França), depois de anos de ausência. Incomodado com aquele regresso e assaltado por memórias dolorosas, Alexandre sente que é chegado o momento de o denunciar. Contudo, quando faz uma queixa aos superiores de Preynat, nota alguma desvalorização do sucedido. Confiante de que tem obrigações perante os seus próprios filhos e todas as crianças que alguma vez conviveram com Preynat, Alexandre resolve ir adiante e publica uma carta onde revela os abusos. A sua esperança é que outras vítimas tomem coragem e dêem a cara. Logo após a publicação, é contactado por François e Emmanuel que, tal como ele, estão dispostos a testemunhar. Mas ninguém poderia prever as pressões a que seriam sujeitos até que a Igreja quebrasse o código de silêncio e tomasse as medidas necessárias para condenar um dos seus pelo crime de pedofilia.</div> <div>Uma história dramática baseada em factos reais que ocorreram em França durante as décadas de 1980/90 – mas que só se tornaram públicos em 2014/2015 – relativos aos abusos sexuais praticados pelo padre Bernard Preynat a centenas de jovens escuteiros. Vencedor do Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, o filme é realizado por François Ozon e interpretado por Melvil Poupaud, Denis Ménochet, Swann Arlaud, Éric Caravaca, François Marthouret e Bernard Verley, entre outros. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Os homens do padre

Luís Miguel Oliveira

Pedofilia na Igreja: quando o cinema se confunde com comentário de assuntos da actualidade e o tema faz o filme.

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Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

François Ozon é um cineasta produtivo e irregular, que saltita constantemente entre géneros e registos cinematográficos, sendo, por isso, capaz de abençoar-nos com determinada obra-prima (cite-se, a titulo de exemplo, os mais recentes "Frantz" e "Jovem e Bela") para logo a seguir impingir-nos uma qualquer película menor/descartável. <br /> Em 2019 retornou aos grandes ecrãs com "Gracas a Deus", um filme que deixou a generalidade da critica especializada rendida a seus pés (e, inclusive, foi galardoado com o urso de prata no Festival de Berlim), mas que não me excitou de sobremaneira, por "ter pouco de Ozon". De facto, deparamo-nos com um produto realista impessoal destituido da sua "impressão digital", demasiado académico, dotado de uma narrativa formal puramente descritiva/factual (quase "documental") e pouco criativa. <br /> <br />Trata-se de uma história dramática (com o seu quê de "filme de denúncia", sem enveredar por uma visão simplista e/ou panfletária assumidamente anti-clerical) baseada em factos reais, que ocorreram na diocese de Lyon, durante as décadas de 1980/90 – e que apenas se tornaram públicos em 2014 –, referentes aos abusos sexuais de centenas de escuteiros menores de idade praticados por um padre (com o conhecimento da hierarquia da igreja, sem que esta reagisse e o punisse - ou, no minimo, lhe atribuisse outras funções que o impedissem de continuar a lidar com jovens). <br /> Foca-se na luta (e nas vivências intimas) de Alexandre, François e Emmanuel (três das vitimas de abusos continuados - personificadas com interpretações poderosissimas) pela excomunhão e condenação criminal do padre (apesar dos crimes praticados já terem prescrevido), que nunca negou os crimes que cometeu (embora não aceite ser penalizado pelos mesmos, dado estes serem consequência da sua doença - pedofilia).
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3 estrelas

José Miguel Costa

<p>François Ozon é um cineasta produtivo e irregular que saltita constantemente entre géneros e registos cinematográficos, sendo, por isso, capaz de abençoar-nos com determinada obra-prima (cite-se, a titulo de exemplo, os mais recentes "Frantz" e "Jovem e Bela") para logo a seguir impingir-nos uma qualquer película menor/descartável.</p><p> </p><p><br /> Em 2019 volou aos grandes ecrãs com "Graças a Deus", um filme que deixou a generalidade da critica especializada rendida a seus pés (e, inclusive, foi galardoado com o Urso de Prata no Festival de Berlim), mas que não me excitou sobremaneira, por "ter pouco de Ozon". De facto, deparamo-nos com um produto realista impessoal destituído da sua "impressão digital", demasiado académico, dotado de uma narrativa formal puramente descritiva/factual (quase "documental") e pouco criativa. <br /> <br />Trata-se de uma história dramática (com o seu quê de "filme de denúncia", sem enveredar por uma visão simplista e/ou panfletária assumidamente anti-clerical) baseada em factos reais, que ocorreram na diocese de Lyon durante as décadas de 1980/90 – e que apenas se tornaram públicos em 2014 –, referentes aos abusos sexuais de centenas de escuteiros menores de idade praticados por um padre (com o conhecimento da hierarquia da Igreja, sem que esta reagisse e o punisse – ou, no mínimo, lhe atribuísse outras funções que o impedissem de continuar a lidar com jovens).</p><p>Foca-se na luta (e nas vivências íntimas) de Alexandre, François e Emmanuel (três das vitimas de abusos continuados – personificadas com interpretações poderosíssimas) pela excomunhão e condenação criminal do padre (apesar de os crimes praticados já terem prescrevido), que nunca negou os crimes que cometeu (embora não aceite ser penalizado pelos mesmos, dado estes serem consequência da sua doença – pedofilia). </p>
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Ateu, graças a Deus

Raul Gomes

A frase do cardeal "ainda bem que já se passaram 30 amos e que os crimes cometidos prescreveram", define o filme, recheado de mentiras, omissões, alheamentos pelos abusos cometidos e as diversas tentativas de ocultação dos factos tornados realidade, emergidos do fundo da vida das crianças violentadas, agora tornadas adultas, mas que continuam a sofrer pelas atitudes de encobrimentos das entidades superiores da igreja. <br />Filme fabuloso de Ozon, mais um, que nos transporta ao longo do filme pelas incongruências, manipulações, e pela ostentação de um poder que sabem que lhes serve de couraça para os crimes cometidos, com o descaramento de uma impunidade total. <br />A ver, reflectir, discutir e actuar sem medo, para o bem de todas as crianças.
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