Tamara Drewe

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Drama, Comédia 111 min 2010 M/12 30/09/2010 GB

Título Original

Sinopse

Quando Tamara Drewe (Gemma Arterton) decidiu abandonar a cidade por uns tempos e regressar à pequena vila que a viu crescer, não imaginava o caos que por lá iria provocar. Depois de alguns anos ausente, a jovem, que sempre fora uma espécie de patinho feio, volta absolutamente deslumbrante, descontraída e de bem com a vida. Mas, apesar disso, a aparente auto-estima de Tamara tem algumas lacunas por preencher que vão ser a causa de uma série de problemas entre todos.<br />Uma comédia de sabor amargo realizada por Stephen Frears ("Alta Fidelidade ", "Ligações Perigosas", "A Rainha"). PÚBLICO

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Críticas dos leitores

A simplicidade que conquista

Raúl Reis

Quando cheguei a Cannes dirigi-me ao meu cacifo que já estava cheiinho de material informativo. Não se pode chegar um só dia depois do início do festival: as exíguas gavetas em que os jornalistas recebem os comunicados de imprensa enchem em menos de 48 horas. Chegar dois dias depois de o festival de Cannes começar é suicídio jornalístico. Eu cheguei mesmo a tempo de ter no meu cacifo pequenininho a brochura de promoção de “Tamara Drewe”, o esperado filme de Stephen Frears. Além disso, tinha prometido a uma amiga que se chama Tamara que lhe traria de Cannes uma prenda especial e era nesta brochura que estava a pensar. O cor-de-rosa bombom do A4 contrastava com os tons mais sombrios ou as fotos cheias de arte que costumam adornar o material promocional dos filmes que concorrem à Palma do maior festival de cinema do mundo. O livrinho de “Tamara Drewe” não tinha nenhuma foto e contentava-se com escrever nesse chocante fundo rosa o título do filme em letras brancas. Uma vez aberto, li com sofreguidão a sinopse que a seguir transcrevo (a tradução é minha e é bastante livre):“Com o nariz transformado por uma operação estética, umas pernas até ao cu, um trabalho na imprensa do coração, uma ambição de fama e uma enorme facilidade para partir corações, Tamara Drewe é uma amazona londrina do século XXI. O regresso de Tamara à aldeia da sua mãe é um autêntico choque para a pequena comunidade que ali vive e prospera pacificamente. Homens e mulheres, rústicos ou citadinos, autor de “best-sellers”, universitário frustrado, estrela do rock esquecida ou gente que nunca saiu dali, todos se sentem atraídos por Tamara. A sua beleza pirómana e as divagações amorosas acordam paixões obscuras e provocam uma série de circunstâncias tão cheias de absurdo como de emoção”.A minha decisão foi clara. Tenho de ver este filme. Se assim o pensei mais depressa o fiz. E foi para descobrir com agradável surpresa que o “velho” Stephen Frears está cada vez mais “british”. Desta vez, o realizador instala-se no campo mais inglês da velha Albion e mostra-nos a pacífica vida que é (im)possível naquelas terras verdes de sua Majestade. Mas coloca sobretudo em destaque as curvas perigosas de Tamara Drewe. Frears não inventou a personagem. Foi buscá-la à obra de Posy Simmonds, onde Tamara era uma mulher sensual, para não dizer extremamente sensual. Na obra de Simmonds, Tamara podia ser perfeita porque era desenhada. E muitos leitores da banda desenhada de Simmonds lamentavam apenas uma coisa, que Tamara não existisse e que a sua perfeição nunca seria igualada. Stephen Frears não se preocupou muito com isso. O experiente realizador sabe que a sensualidade nem sempre rima com traços perfeitos e com medidas ideais. Para encarnar Tamara escolheu assim Gemma Atterton. Uma actriz que não é manequim, mas que tem as curvas que o filme pedia para tornar a vida da pequena aldeia do Dorset um verdadeiro carrossel.Gemma Atterton apropria-se completamente do filme e oferece ao realizador um filme que conquista os espectadores apaixonados. Mas desengane-se quem julga que só os homens adoptam Tamara desde o primeiro olhar. O público feminino faz a mesma coisa porque admiram a força e a liberdade com que a protagonista vive. E, admitam meninas e senhoras, também não se importavam nada de serem como ela. Todos os que viram e verão o filme sabem, ou vão saber, que o argumento não ficará nos anais da sétima arte, mas que prazer descobrir estas personagens tão verdadeiras, tão agradáveis de observar mesmo nos maus momentos.
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