Promessas Perigosas

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Drama, Thriller 100 min 2007 M/16 29/11/2007 GB, CAN, EUA

Título Original

Sinopse

Perturbada pela morte de uma jovem que ajudou durante o parto, Anna (Naomi Watts) tenta encontrar a família do recém-nascido a partir do diário da mãe, escrito em russo, único meio para tentar identificá-la e perceber o que lhe aconteceu. Antes de começar a traduzir as páginas, Anna encontra Semyon, proprietário do luxuoso restaurante Trans-Siberian, que promete ajudá-la. Mas Semyon é na verdade o líder de um "gang" russo e quando percebe que o caderno o pode incriminar tenta a todo o custo arrancá-lo a Anna. À medida que revelações explosivas são feitas, e o tio de Anna vai traduzindo o diário, o número de vidas em risco aumenta. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Viggo Mortensen no festim nu de Cronenberg

Gina Piccalo

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Críticas dos leitores

Eastern promises

Fernando Oliveira

O mal foi sempre o objecto de estudo do cinema de Cronenberg, até “eXiztenz” foi quase sempre representado como uma entidade visceral, física ou alucinada, mutante, que explodia para fora do corpo e controlava as personagens quase sempre até à ruína física e mental. A partir de “Uma história de violência” de 2005, o cinema do realizador tornou-se muito mais brutal, porque o mal passou a ser uma extenção do carácter humano. Nesse e muito mais neste filme é a bestialidade humana que passou a definir o rumo da história, contada numa ambiência tão malsã, que deixa uma perturbação tremenda em quem o vê. <br />A partir de um inteligente argumento escrito por Steven Knight (autor também dos argumentos de “Dirty pretty things”; de “Redenção” ou “Locke”, que também realizou; ou “Aliados”, o magnifico último filme de Zemeckis) que conta o cruzamento de Anna (uma espantosa Naomi Watts, num desempenho de sublime contenção), parteira de um hospital de Londres, (uma Londres quase estranha retratada pela fotografia de Peter Suschitzky), com o submundo das máfias imigrantes (neste caso a russa), e o horror do tráfico de mulheres para a escravidão sexual. Desse lado manda Semyon (Armin Mueller-Stahl) um personagem tenebroso, debaixo da pele de um aparente inofensivo dono de um restaurante, e o seu filho Kirill (Vincent Cassel) meio enlouquecido pela necessidade de provar ao seu pai a sua maldade. Nikolai é o motorista da família (e num filme onde o trabalho dos actores é extraordinário, Viggo Mortensen é o melhor), personagem de carácter indefinido, abstracta (ele é também um policia russo infiltrado naquele mundo), que ao circular entre os dois lados acaba por misturar comportamentos e sentires numa vertiginosa descida aos abismos da alma humana. As imagens finais (e depois da única cena solar do filme: Anna com a bebé no pequeno jardim) são de um imenso negrume: ele mantém, apesar de tudo, o negócio…. <br />A arte de Cronenberg é espantosa no equilíbrio entre os vários momentos do seu cinema (a fixação pelo corpo está lá, na importância com que são filmadas as tatuagens, por exemplo) e o papel fundamental deste na definição da história, esta, e o grande trabalho dos actores. Um dos grandes filmes deste século. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Promessas Perigosas

Joao Guerra

O cinema de David Cronemberg � naturalmente um cinema negro, depressivo e que extravasa pouca felicidade. � tamb�m um cinema cru, de viol�ncia por vezes extrema e angustiante. As personagens dos seus filmes s�o normalmente almas deambulantes e ambivalentes, que procuram o prazer atrav�s de m�todos pouco ortodoxos. Foi assim com "Crash" e mais recentemente com "Uma Hist�ria de Viol�ncia". A hist�ria deste filme � mais linear que os anteriores filmes do realizador. Ainda assim, h� um enigma latente, que � perceber se a personagem interpretada por Viggo Mortensen (mais uma vez a trabalhar com Cronemberg) � do bem ou � do mal. Trata-se de um filme que nos remete para os meandros da m�fia russa em Londres, dos seus neg�cios de fachada e das suas actividades obscuras. � tamb�m um filme onde o conceito de fam�lia est� muito presente, quer na sua forma tradicional (sangue do mesmo sangue), quer no seu formato fabricado (os tent�culos da m�fia). O mote � a morte de uma prostituta russa no momento em que d� a luz, e o interesse em descobrir a fam�lia da crian�a, que leva a enfermeira interpretada pela actriz Naomi Watts a dar de caras com a m�fia. Ainda que piscando o olho ao mainstream, Cronemberg diferencia-se pela capacidade de n�o cair no �bvio. O final do filme acaba por ser surpreendente, num filme com um elenco muito bom.<BR/>http://mr-robinson.blogspot.com/
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Excelente filme!!

ddmatias

Excelente realiza��o de David Cronenberg! Muito bom argumento; hist�ria que prende. Excelente interpreta��o de Viggo Mortensen! Cenas muito realistas! <BR/>Surpreendeu-me sem d�vida. Dos melhores que vi nos �ltimos tempos, que at� d� gosto ver 2 vezes...5*! Recomendo a todos sem reservas=)
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pior

m

era pa ir ver o expia�ao mas ja nao havia bilhetes e fui ver este. so tenho a dizer que � muito fraco. a maior parte das pessoas que tavam na sala viu-se que estavam bastante desiludidas com o filme. e quele final... muito mau mesmo. a historia ate ta bem pensada mas...
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100* cronenberg

krebs

Quem for adepto do estilo de cronenberg vai gostar. Os outros fiquem em casa.<BR/>Recomendo.
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Mais uma M�fia, mas o defende-se muito bem (o filme e n�o s�)

Nazar�

�Eu sou apenas o motorista�, diz Viggo hipocritamente uma s�rie de vezes. Motorista para todo o servi�o, entre limpezas, transportes, confid�ncias e at� para deitar fora. Bem-vindos a esta gostosa representa��o da m�fia russa: russa nas suas idiossincrasias, m�fia como todas as m�fias s�o. Tanto quanto me � dado apreciar, uma representa��o muito convincente, banhada na luz escura dos interiores e da noite londrina.<BR/>Cronenberg mant�m-se fiel ao seu estilo, com corpos a serem dilacerados, viol�ncia f�sica e psicol�gica, e claro, as tatuagens (ver gen�ricos finais, que vale a pena). Viggo Mortensen ultrapassa-se a si mesmo (�scar?), Vincent Cassel tamb�m (�scar?), e todo o restante elenco, com Naomi Watts e Armin Mueller-Stahl (o "padrinho") obviamente em destaque, � do melhor n�vel. N�o sendo uma obra-prima, anda l� perto, e s� � conta da cena na sauna merece um lugar em imensas antologias.
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Falsas Promessas

Filipe J. F. Freitas

David Cronenberg promete durante a primeira parte o que n�o consegue cumprir na segunda. A primeira parte faz lembrar o seu "Uma Hist�ria de Viol�ncia" (2005) � de que gostei bastante � mas o argumento interessante � desperdi�ado atrav�s da forma linear e �bvia como a ac��o se desenrola bem como pelas personagens estereotipadas e representa��es desinteressantes onde a �nica excep��o � Viggo Mortensen.<BR/><BR/>Podia ser um bom filme, mas infelizmente reduz-se a um pequeno conjunto de cenas violentas (n�o mais do que num epis�dio dos Sopranos, de que sou f�).<BR/>
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david no seu melhor

paulo g.

david C. é conhecido por filmar cenas muito realistas sobre tudo que tenha a ver com o corpo humano. este ultimo filme não foge a isso e representa uma relidade crua e atraentemente violenta. 5estrelas
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Muito Duro

J.C.Nogueira

Filme extremamente pesado e sombrio. O´início surpreende e depois é um desenrolar de barbaridades. Versa o problema das subculturas de leste e as suas frias atitudes para com o seu semelhante. Pessoalmente não recomendo a pessoas sensíveis pois tem cenas muito "pesadas"
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Cronenberg continua Cronenberg

Porfírio Silva

Eastern Promises tem despertado em alguns críticos um suspiro de alívio, do género: "finalmente, o David Cronenberg fez um filme que não tem nada a ver com as suas maluqueiras anteriores". Alguns dizem mesmo que é simplesmente uma trama policial. Pois, discordo. Cronenberg há muito tempo que vem dando voltas infinitas aos seus temas de sempre, colocando-os sob novas luzes, usando variantes do bisturi para continuar a cortar na mesma carne. E, a meu ver, continuamos a identificar os mesmos traços profundos neste novo filme. Passo a justificar-me.<BR/><BR/>Dois planos permanentes da metafísica dos filmes de Cronenberg são: o corpo como lugar do espírito e de todas as suas (e nossas) vicissitudes; a metamorfose, ou melhor, as múltiplas metamorfoses que conformam tudo o que percebemos (ou deixamos por perceber). Ora, a meu ver, esses dois temas continuam a fazer a trama mais profunda (também) deste filme.<BR/><BR/>Quanto ao corpo, está tudo às claras. A personagem nuclear de toda a história tem gravado no seu corpo, em tatuagens, o que é supostamente toda a história verdadeira da sua vida.<BR/>É o corpo tatuado que o grupo dirigente daquela instituição mafiosa analisa quando se trata de avaliar as credenciais daquele candidato a entrar para a organização.<BR/>E quando a decisão positiva é tomada, essa decisão vai inscrever-se no corpo do homem. São as estrelas tatuadas que acrescentam credencias naquele corpo. O corpo é, assim, marcado institucionalmente. É preciso que o corpo tenha escrita uma certa história para que o homem que existe dentro desse corpo possa aceder a uma determinada instituição. O acesso institucional, passar a ser membro daquela organização, passa por um novo acto de escrita no corpo.<BR/><BR/>Há aqui um aspecto que é essencial sublinhar. Importa ver que essa "escrita institucional no corpo" tem um peso próprio, que aquelas tatuagens não são meros adereços, não são apenas um derivado da pertença institucional. O candidato foi proposto para, sendo aceite e passando a ser portador daquelas tatuagens, ser assassinado por quem procurava essas marcas. Havia, portanto, no acto do homem que propôs aquele candidato, uma fraude institucional: propunha a admissão daquele homem, não por o achar recomendável para essa pertença, mas apenas para ele ostentar os sinais físicos correspondentes e, assim, ficar marcado para morrer. Ora, acontece que, mesmo falhando essa conspiração, as consequências institucionais das tatuagens permanecem: agora que aquele corpo tem as tatuagens adequadas, mesmo tendo chegado a esse estado por caminhos ínvios, a pertença institucional que lhes está associada permanece. E isso virá, num futuro para além do fim do filme, a custar caro ao promotor da fraude institucional, que terá de suportar no seio da sua organização um corpo que ele quis que ficasse marcado para essa pertença, mas apenas para que isso o conduzisse à morte. Não tendo essa morte ocorrido, no entanto, a pertença permanece. O que se marca no corpo permanece.<BR/><BR/>E assim, digo eu, o tema do corpo, que sempre está no centro dos filmes de Cronenberg, volta a estar no cerne de Eastern Promises. Falta justificar porque entendo que o tema da metamorfose também é central, mais uma vez, neste filme.<BR/><BR/>Tal como a borboleta irá mais tarde emergir do casulo, depois da sua transformação tão peculiar, também, num futuro que não cabe no tempo do filme mas fica anunciado explicitamente, vai emergir daquele homem (o recém-admitido, o recém-tatuado) um ser totalmente surpreendente para aquela organização. <BR/><BR/>Aquele homem esconde já uma realidade outra para aquela instituição: aquela instituição vai ser o casulo de um ser que nada se parece, no presente, com o que se mostrará ser depois de consumada a metamorfose. O que aquele homem é, já hoje em estado larvar, anuncia-se como um grande acontecimento para aquela organização, acontecimento que tomará lugar na história daquele grupo humano depois da metamorfose. O bandido-larva vai chegar a chefe da organização criminosa para realizar uma metamorfose que só ao fim de uma longa maturação o mostrará como borboleta-polícia.<BR/><BR/>(Exponho esta análise em http://maquinaespeculativa.blogspot.com )
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