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As Asas do Desejo
Título Original
Der Himmel über Berlin
Realizado por
Elenco
Sinopse
Na Berlim fria e devastada do pós-guerra, um batalhão de anjos vela pelas almas perdidas que sofrem em silêncio. Entre a guarda divina estão os anjos Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander). Os dois observam o dia-a-dia dos seres humanos com curiosidade e admiração mas, no fundo, desejam viver as suas experiências, sentir as suas emoções - o que a condição de anjos não lhes permite. Um dia, Daniel fica encantado ao ver uma bela trapezista de circo, Marion (Solveig Dommartin), e apaixona-se por ela. Para poder tocá-la, tem de deixar de ser anjo e tornar-se humano, perdendo para sempre a sua imortalidade. Para ajudá-lo aparece Peter Falk, um anjo caído que soube fazer a transição entre os dois mundos. "As Asas do Desejo" narra a disputa entre o divino e o efémero, com uma lentidão poética pontuada por imagens a cores e preto e branco, que valeu a Wim Wenders a Palma de Ouro em Cannes. PUBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Berlim, o amor e a vida
Patrícia Mingacho
Há filmes cujo título transportamos connosco, nunca os vimos mas, de tanto termos ouvido falar sobre eles, é como se essa tela já tivesse, por nós, sido perscrutada. “As Asas do Desejo” teve esse efeito em mim e, apesar de outros filmes de Wim Wenders me terem entregado a um tédio terrível, sabia que com “As Asas do Desejo” o processo seria diferente. A voz que nos narra a história, a sua cadência, numa Berlim a preto e branco tolda a tela de magia. Berlim, uma cidade pela qual me apaixonei, embora não tendo visto “As Asas do Desejo” mas, depois de a ver sob a lente de Wim Wenders, a sua beleza decadente ganha um novo encanto. Há filmes que merecem ser vistos e revistos e este, pela sua densidade, pela sua beleza merece que o guardemos connosco. Vi-o, numa semana, duas vezes e, de cada vez que saí da sala de cinema, tive o mesmo encanto, a mesma sensação que o amor nos pode salvar e se o amor não nos salvar, a arte e a capacidade que temos para a contemplar terão a capacidade de tornar os dias menos vazios e as horas e a sua cadência um constante deslumbramento perante a beleza que é viver. Há filmes que nos agarram, que transportamos vezes sem conta no pensamento. Há imagens que gostaríamos que fossem parte do nosso viver, palavras que fossem parte do nosso dizer, sentimentos que de tão universais também são nossos. Ontem ao sair do cinema, tive a certeza que não queria sair daquela tela, tive a certeza que, mais uma vez, o meu tempo tinha sido pleno porque a arte, enquanto projecto maior da nossa existência, é capaz de nos levar numa viagem mágica, plena de sensações onde a única sensação que não temos é a de vazio. E ontem, mais uma vez, tive a sensação que os sentimentos, para além de universais são intemporais, as nossas demandas e anseios estão e estiveram lá. Ontem, tal como hoje, é preciso relembrar e os tempos no assombro dos dias são imagens que vemos repetir. "Agora só penso no presente. Que tem a paz que a longo prazo não causa entusiasmo? No hoje tal como no ontem de Wenders há espaço para este questionar.
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Sublime
Marcelo Godoy
O filme é de uma delicadeza, cheio de sutilezas, tanto estéticas quanto de conteúdo. Possui várias camadas, mas não importa se o espectador compreende ou dá importância a todas, com certeza terá uma experiência extasiante. E para quem só viu a versão holywoodiana, não perca o original!
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Poesia total
mrh
Filme de extraordinária beleza e pura poesia. <br /> <br />Muito mal entendido na época, com as pessoas a saírem das salas de cinema. <br /> <br />Para estes recomenda-se a versão americana, muito mais 'mastigadinha'.
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