Manoel de Oliveira rodou “Inquietude” quase aos 90 anos de idade, construindo, entre a farsa e o melodrama, uma reflexão sobre o desejo, a eternidade e a morte. Oliveira funde aqui de forma surpreendente três obras distintas: a peça de teatro “Os Imortais” de Prista Monteiro, e os contos “Suzy” de António Patrício e “Mãe de um Rio” de Agustina Bessa-Luís. Um velho (José Pinto) que conheceu honrarias e admiração tenta convencer o seu filho (Luís Miguel Cintra) a matar-se, para poder assim, e ao contrário dele, desaparecer no auge da sua fama e glória. Cai o pano sobre esta farsa trágica e estamos no Porto dos anos 30, onde Susy, uma prostituta, está à beira da morte numa sala de operações. Para animar o homem que a ama (Diogo Dória), um amigo (David Cardoso) conta-lhe a história de Fisalina (Leonor Baldaque), a "mãe de um rio". Oliveira ganhou com este filme um Globo de Ouro de melhor realizador.