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O Quinto Império - Ontem como Hoje

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Drama 127 min 2004 M/12 27/01/2005 FRA, POR

Sinopse

Baseado na peça de teatro "El-Rei Sebastião" de José Régio, o filme com que Manoel de Oliveira recebeu o Leão de Ouro à Carreira no Festival de Veneza, foca um dos momentos mais decisivos da História de Portugal - aquele em que um rei travou a sua mais temerária batalha e deixou o país na miséria. O rei, o Desejado, o Encoberto, acreditava ter uma missão divina a cumprir e desejava honrar os seus gloriosos antepassados, os anteriores reis de Portugal. Com a batalha de Alcácer Quibir (1578), D. Sebastião ambicionava a conquista de um mundo novo, a formação de um Quinto Império, um reino em que todos os povos estariam convertidos ao Cristianismo. No entanto, na batalha, também conhecida por Batalha dos Três Reis, D. Sebastião desaparece, nunca sendo o seu corpo identificado. A partir daí, o mito, a esperança do dia em que o rei voltará num cavalo branco, numa manhã de nevoeiro, para derrubar o mal. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

Muito bom

Alfredo Costa

Achei o filme muito bom. Paradoxalmente, parece-me que o famoso estilo teatral do Manoel de Oliveira acaba por realçar os aspectos mais cinematográficos. O estilo é refrescante pela sua pureza. De resto é para mim difícil falar deste filme em particular, o melhor é ir vê-lo. Se forem com a disposição de quem vai apreciar uma obra de arte, certamente não se vão maçar e vão gostar. De realçar a excelência dos actores, em especial a Glória de Matos. O Rei (Ricardo Trepa) parece-me estar muito bem. Dizem que ele não é grande actor, mas se calhar isso até ajudou ao desempenho!
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Sem graça

Maria

Já há muito tempo que não via um filme tão mal parado, sem graça, sem vida, sem encenação. Filme mesmo pobre. Para se saber a historia, não é preciso ir ao cinema pagar cinco euros. Esperava que o filme caracterizasse mais a época.e que tivesse mais magia.
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Ontem como hoje

Pedro

Não é de todo o melhor filme de Manuel de Oliveira, ao longo de anos que tem levado à "cena" grande algumas peças de teatro. Refiro que esta adaptação em nada me agradou. Alguns planos tornam-se cansativos, algo que no teatro não teria reparado, porque o próprio espectador escolhe aquilo que quer ver. A interpretação do nosso Sebastiãozinho é péssima, o trabalho de voz (visto que poucas vezes podemos usufruir das expressões dos actores) também me parece muito aquém de quem ambiciona o Quinto Império.
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O nosso cinema não seduz

Fernando Gomes

Uma triste aplicação do dinheiro dos contribuintes e uma repetida insistência em fazer filmes para uma minoria inconsolável. Safa-se a fotografia, porque todo o resto é uma inconsequente mostra de nada-de-novo, uma peça de teatro enfadonha apresentada em tela, porventura uma tela onde o cinema português devia investir em filmes que tirem verdadeiramente proveito do conceito de cinema. Costuma dizer-se "para ver cinema, vá ao cinema". Da mesma forma se pode dizer que "para ver teatro, vá ao teatro". Este filme não é cinema, é teatro. Porque não tira partido das potencialidades de toda a máquina cinematográfica de que até nós, portugueses, já dispomos. Se um grupo de amigos fez algo como "I'll See You In My Dreams", não se compreende que é que o dinheiro do ICAM continua a ser enterrado em filmes que nem na estreia enchem a sala. E muito menos enchem o olho...
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Palavra

MRA

Um filme para quem gosta da palavra dita. Texto sublime, bem interpretado, e em que o ritmo das frases se torna no ritmo do filme.
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Um D. Sebastião infeliz

Mário Azevedo

Nunca fui um grande admirador da obra de Manoel de Oliveira. Aquela ideia de cinema teatral não me agrada muito. Os planos únicos, a câmara parada, as figuras estáticas, as falas declamadas, as palavras excessivas sempre me pareceram pouco adequadas para a sétima arte. Mas a verdade é que Manoel de Oliveira tem um trabalho de inegável qualidade e é muito bom no estilo de filmes que faz. Há obras até que considero mesmo excepcionais, como "O Meu Caso" e "A Divina Comédia" (de realçar que não conheço a filmografia dele por completo). "Quinto Império – Ontem como Hoje" tem uma primeira hora incrível: a iconografia sombria – com ambientes de penumbra e corpos semi-ocultos -, os planos muito bem escolhidos, um texto riquíssimo (baseado no El-rei Sebastião de José Régio), e personagens muito densas, trabalhadas por um elenco de luxo.<br/><br/>O problema do filme é que a partir de certa altura começa a maçar, a prolongar-se nas mesmas coisas, a perder vigor. Na minha opinião a escolha do D. Sebastião não foi muito feliz, o actor apresenta muitas deficiências, bem notórias na segunda parte do filme, quando este vai adquirindo uma tensão crescente. O Desejado, que deveria ser uma figura enigmática, perturbada, hesitante, abalada por alterações de estados de alma constantes - e que por isso se exigiria que fosse representado por alguém com maior destreza -, acaba por ficar muito mal caracterizado. Ao falhar na personagem principal, que está presente na tela do princípio ao fim, tornando-a monótona e em certos momentos ridícula – sobretudo quando o actor solta gritos e risos constrangedores -, o filme acaba por não conseguir alcançar intensidade e aborrecer.<br/><br/>É algo que tenho dificuldade em entender: que o realizador, apostando muito na capacidade de dramatização dos actores e escolhendo notáveis como Luís Miguel Cintra, Ruy de Carvalho, Glória de Matos e muitos outros para personagens secundárias, tenha optado por um actor limitado para fazer a personagem principal. Seja como for, aconselho vivamente, porque tem coisas muito boas.
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