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Indomável

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Western 110 min 2010 M/12 17/02/2011 EUA

Título Original

Sinopse

Mattie Ross (Hailee Steinfeld) tem 14 anos e uma personalidade invejável. Depois do assassinato do seu pai pelo traidor Tom Chaney (Josh Brolin), seu empregado, ela jura vingar-se. Para isso contrata Rooster Cogburn (Jeff Bridges), um marshal alcoólico, famoso pelos seus métodos impiedosos mas muito eficazes. Mas Tom tem também no seu encalço LaBoeuf (Matt Damon), um ranger do Texas verborreico e arrogante, mas de grande determinação, que acaba por se juntar a Mattie e Rooster na caça ao homem. Mas a relação entre os três será difícil e, também por isso, muitas cabeças irão rolar... Realizado pelos irmãos Coen, uma readaptação do romance "True Grit", escrito por Charles Portis com o Oeste americano como pano de fundo. Henry Hathaway adaptou, em 1969, o livro ao cinema com John Wayne, Robert Duvall e Dennis Hopper nos principais papéis valendo o Óscar a Wayne. Nomeado para dez Óscares, entre os quais melhores filme, realizador, actor (Bridges), actriz secundária (Steinfeld) e argumento adaptado (Ethan e Joel Coen). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Indomável

Jorge Mourinha

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Era uma vez no Oeste

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Indomável é o filme

Fernando Pimentel

Para o caso de passar um destes dias na TV, ou em alguma reposição nas salas, deixo aqui uma opinião sobre este filme dos irmãos Cohen, na esperança de que isso contribua para incentivar alguém a desfrutar dele como eu, ou até, por exemplo, ir ao original que não vi (julgo tratar-se de um remake). Este filme toca aspetos particulares da minha sensibilidade, fazendo-me gostar dele por razões difíceis de exprimir através do pensamento. Talvez por isso seja uma obra de arte. A minha experiência ao vê-lo e revê-lo talvez seja demasiadamente pessoal e intransmissível, como o cartão de cidadão. Assim, dou a minha opinião sabendo que corro o risco de tentar explicar em demasia. Há por ali uma edificação em contrastes múltiplos que parece demonstrar que no cinema, tal como no espaço, já é possível encontrar mais do que três pares de dimensões opostas entre si, e já estou a descontar o preto e branco habitual entre o bem e o mal, que se espera num western à moda antiga. Temos uma criança frágil que é forte em contraste com um velho forte que é frágil. Aqueles que falam demais e quem é realmente duro. A natureza e o homem. A distância e o close-up. Os jogos de oposições ajudam muito à leitura do filme. Tudo o que é, parece sê-lo por oposição a alguma coisa, com contornos claros que deixam as coisas límpidas, à mercê de serem compreendidas na sua beleza, de um equilíbrio sistémico. Correndo o risco de estar a dizer demais, gostava ainda de deixar uma pista de leitura para um poema cinematográfico saído de uma arma, fazendo lembrar o registo documental das rosas no cano de espingardas no 25 de Abril, com a diferença de que neste caso houve efetivamente um disparo. Há ainda várias outras coisas boas no filme, que passado todo este tempo, provavelmente já terão sido bastante dissecadas. Ao contrário do que tantas vezes acontece, neste caso a tradução do título parece-me também bastante feliz. Mas prefiro não tomar o adjetivo “Indomável” como algo que se refira a qualquer um dos protagonistas. Para mim o que é indomável é o filme. Sem precisar de violência gratuita. Maior elogio não lhe poderia fazer.

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Demasiado

Nazaré

Admirei neste filme a proeza de conseguir que Jeff Bridges não fosse Jeff Bridges, idem quanto a Matt Damon. Não é só uma questão de caracterização com barbas, bigodes, olhos à Camões, etc.: é uma caracterização "interior", um desenvolvimento das personagens que é, em geral, impecável. A história está muito bem arquitectada, à parte o supérfluo de alguns episódios nitidamente "para encher", e aldrabices como a instantânea secagem da roupa, ainda por cima em época de frio. Mas é um dos melhores filmes dos manos Coen, sem dúvida. Os actores e actriz são todos excelentes, com o bónus de rever-se Barry Pepper.
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Indomável

Carlos Natálio / www.ordet1.blogspot.com

Sem ser literal, a tradução encontrada para TRUE GRIT- «Indomável» - tem a vantagem de fornecer pistas para aquilo que o último filme dos irmãos Coen contém de mais significativo. Não é novidade que a visibilidade, quer artística, quer crítica, que conquistaram se fez com um particular apoio num universo clássico de género, com particular interesse no thriller (FARGO, BLOOD SIMPLE), no noir (THE MAN WHO WASN’T THERE), ou claro, na comédia (THE LADYKILLERS, THE BIG LEBOWSKI), só para citar alguns exemplos mais óbvios. Contudo essa herança, essa ontogenia, não pode ser compreendida sem uma permanente necessidade de reformulação (em alguns casos de valores, estilo, mas noutros mesmo de tom) e reenquadramento pós-moderno sob um olhar irónico, witty como se diz. E nesse sentido, ao contrário de Clint Eastwood por exemplo, os irmãos Coen são uma espécie de classicistas cool, alunos mal comportados com boas notas. Este interlúdio serve para dizer que no caso de muitos filmes que saíram do clássico há uma espécie de reverso que ficou por fazer, de espaço de liberdade que os realizadores não tiveram por imposições do sistema de estúdios e que agora servem na perfeição as intenções da cinematografia de gente como os irmãos Coen. É o caso de TRUE GRIT, romance de 68 do «salingeriano» Charles Portis, que adquirido pela Paramount e sob a direcção de Henry Hathaway acabou por funcionar como veículo para John Wayne vencer o único oscar da sua carreira. À altura as imposições de estúdio, a necessidade de fazer estrelar Wayne, fizeram do filme um late western um pouco imobilizado na sua estrutura de confronto/amizade entre Rooster Cogburn e Mattie Ross. Ele, Wayne com uma pala à la John Ford, uma velha raposa do Oeste, caçador de recompensas, ela, jovem precoce de 14 anos (Kim Darby na versão de Hathaway e Hailee Steinfeld na dos Coen) que quer vingar a morte do seu pai às mãos do malfeitor Tom Chaney e para isso contrata Rooster para o encontrar e trazer à justiça. Ao ver agora a versão dos Coen que, como se sabe não é um remake, na sua postura mais cuidada, com o alargamento a uma galeria absolutamente fascinante de personagens secundárias (Barry Pepper como Lucky Ned, Paul Rae como Emmet Quincy ou mesmo Domhall no breve papel de Moon), a atenção ao detalhe de reconstituição do Arkansas de meados do sec. XIX, ou mesmo na decisão de descentrar o drama da personagem masculina para a feminina, podemos ver que esse processo de «inchamento» de uma pequena história de vingança e determinação num «grande clássico» não deixa de trair um pouco a premissa originária. Essa traição não é completa pois, como dissemos, os irmãos Coen são muito conscientes das virtudes da pequena narração e nesse sentido TRUE GRIT não é tanto uma revisitação pontual a um género moribundo, o western, mas uma obra de uma realidade alternativa, um «imaginem lá se...». É nesse sentido que Jeff Bridges, agora com a pala no olho direito, encarna a má disposição sardónica de Rooster como algo levado ao limite do risível. Aquela já não é só símbolo de protecção do interior ferido do herói, mas agora também espaço performativo. Como se falar a sério exigisse ter «tomates» para a ironização. E é nesse sentido, que, como se diz, «the dude meets the duke», falando-se da junção Wayne, Jeffrey Lebowski, famosa composição de Jeff Bridges em THE BIG LEBOWSKI. Nesse sentido ainda, o overacting de Bridges, até de Damon de língua rachada, terceiro elemento desta perseguição, ou o «testamento» final de Mattie Ross. Tudo são marcas que, ora nos soa a degradação de algo pequenino na sua ambição mas intocável, ora se verte em reposicionamento de um olhar. É esse movimento de perplexidade, o carácter indomável de TRUE GRIT, que é tido como o seu principal pecado. Pecado que, como qualquer um que se preze, convém estimar. De relembrar que ontem TRUE GRIT saiu como entrou da cerimónia dos Óscares: dez nomeações, zero estatuetas. Apesar de ser obviamente um dos derrotados da noite ou ,se calhar por isso mesmo, merece a nossa redobrada atenção.
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Vale a pena!

Nadine Santos

Tem conteúdo, muito boas interpretações (fabulosa, no caso de Hailee Steinfeld) e é divertidíssimo. Quem conseguir descolar-se das expectativas em relação ao género de filme, vai passar um bom bocado!
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Muito mau

pedro madaleno

Não percebo que é que este filme traz de novo ou de interessante para ser nomeado para melhor filme do ano. Só porque os Cohen o realizaram e o Spielberg está metido. Grande seca de filme, super chato e pretensioso, um filme que ao fim de 1 minuto fora da sala já está esquecido... Só os críticos vêem maravilhas aqui, mas eu também sou artista e sei ver o que é interessante e o que não é. Filme mediano, muito pouco interessante, não traz nada de novo ao cinema e muito menos à humanidade.
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Regresso ao velho oeste

Raúl Reis

A ideia de fazer um “remake” de “Indomável”, o filme que deu o seu único Óscar a John Wayne, seria uma aposta alta e difícil para qualquer realizador, mas os irmãos Coen fazem tudo de forma distinta e não temem desafios deste tipo, como já provaram com “Ladykillers”. Joel e Ethan não se atacaram a um “remake” mas a uma adaptação do livro de Charles Portis. “Queremos fazer um filme baseado no livro que seja o mais fiel possível a esta grande obra da literatura americana”, declararam os autores de “Fargo” e de “The Big Lebowski”. A primeira decisão que os dois realizadores e argumentistas tomaram para serem fiéis à novela de Portis foi manter os diálogos tal como eles foram escritos. Nós, europeus, que vamos ver “Indomável” com legendas ou dobrado, não sofremos com isto, mas o público norte-americano queixou-se porque não percebeu muitos dos diálogos. Contudo, o prazer de ver Jeff Bridges debitar as magníficas deixas é impagável, mesmo que não se compreendam todas as palavras. E aqui estamos a citar muitos dos espectadores norte-americanos. “Indomável” não é um filme difícil de se ver, antes pelo contrário. A naturalidade com que todos os actores principais interpretam os seus papéis coloca o espectador à vontade, em território conhecido. O espaço é o do velho Oeste, e a realização dos Coen não quer que o espectador estranhe. Os criativos irmãos que já reinventaram géneros e criaram mesmo o seu, propõem em “Indomável” um “western” de qualidade, direitinho, quadrado e muito agradável de ver. Jeff Bridges, no papel do “marshall” Cogburn faz esquecer o actor. E este é o maior elogio que se lhe pode fazer. Bridges é Cogburn, é gordo, é zarolho e cheira mal. Quando Mattie (Hailee Steinfeld) se encontra com Rooster Cogburn pela primeira vez, dá a impressão que o filme beneficiou de técnicas de integração de odores. Aquele quartinho das traseiras do restaurante chinês cheira mal, cheira a transpiração, a salsichas e a patos lacados. “Indomável” recorda-nos, ou conta-nos pela primeira vez, os pormenores da vida quotidiana dos “cowboys”. Estes homens que viajavam dias, semanas, sem uma muda de roupa, dormindo onde calhasse e comendo feijões enlatados. Se Jeff Bridges convence totalmente, Hailee Steinfeld surpreende e impressiona. No momento das rodagens, a actriz estreante (mas com formação, apesar da sua tenra idade) tinha apenas 13 anos. É em filmes assim que se vê que a abordagem 100% profissional dos cineastas norte-americanos tem vantagens sobre os golpes de sorte de muitos cineastas europeus que apostam em amadores de que nunca mais vamos voltar a ouvir falar. Hailee Steinfeld é um acontecimento e arrisca-se a ganhar um Óscar. Matt Damon completa o principal trio de actores num papel que lhe vai valer o respeito daqueles que o catalogaram no registo acção ou romântico. O “ranger” LaBoeuf tem carisma, é divertido, complementa a bravura da jovem Mattie e o fanfarronismo de Rooster Cogburn. O “western” revisitado pelos Coen é um prazer para os olhos e para o coração. “Indomável” é um filme bom, em que tudo funciona bem, tão bem que cedo adivinhamos o fim como nos grandes clássicos do género. Mas fica uma desilusão: onde está a originalidade de Joel e Ethan? Resta esperar o próximo trabalho.
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Muito bom.

Paulo Figueira

Tão ou mais que “Rio Grande”, “O Comboio Apitou Três Vezes” e outros da mesma igualha, mas direi que para ver Jeff Bridges, na pele de um marshall meio marginal e independente, e uma paisagem que é paradigma de um Oeste sem limites vale bem a pena. A história, muito bem contada, apreende-se pelo correr das imagens.
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