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Um Homem Sério

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Comédia Dramática 105 min 2009 M/12 18/02/2010 GB, EUA, FRA

Título Original

Sinopse

Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) tentou toda a sua vida ser um homem sério. Viveu sempre de acordo com a moral instituída, tendo uma vida medianamente feliz. Isto até ao dia em que a esposa o troca por outro homem e a sua credibilidade como professor de Física Aplicada é posta em causa. Subitamente, tudo à sua volta parece ruir e ninguém compreende a dimensão do seu desespero. Para onde quer que ele se vire, não parece haver salvação à vista nem ajuda prestes a chegar.

Uma comédia negra, escrita e realizada pelos irmãos Coen ("Destruir Depois de Ler", "Este País Não é Para Velhos", "Fargo", "O Grande Lebowski"), nomeada para dois Óscares: melhor filme e melhor argumento original. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Um Homem Sério

Vasco Câmara

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Filme, onde estás?

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Um homem sério

Rebelde

De cada vez fico mais baralhado com o que os críticos do Público acham um bom filme. Ou são muito inteligentes e só vêem filmes que só muito inteligentes compreendem ou então não deste mundo dos vivos.

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Os irmãos Coen nasceram numa família disfuncional?

Raúl Reis

Se me acontecesse metade daquilo que o pobre Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) suporta durante “A Serious Man” eu começava a suspeitar que os deuses tinham alguma coisa contra mim. Larry não. Como ele é um homem sério, acredita ainda mais na ajuda divina e vai consultar um rabino, e mais outro e ainda um terceiro... Larry tem muitas razões para perder a cabeça. Mas não. Larry é professor de física e gosta de coisas racionais. Tão racionais como as fórmulas matemáticas que escreve no quadro preto diante de dezenas de alunos desinteressados. Mas Larry continua. Não desiste. Em casa as coisas não correm nada melhor. A mulher de Larry (Sari Lennick) anuncia-lhe - com a frieza de quem lhe pede para ir ao supermercado comprar cenouras - que está apaixonada por outro homem (Fred Melamed). Pior: Judith e o seu amante, Sy, acabam por dizer a Larry que tem de abandonar a casa e ir viver para um hotel. E que faz Larry? Vai. O filho de Larry (Aaron Wolff) passa o tempo na escola a escutar rock’n’roll e, quando consegue desviar dinheiro da irmã e do pai, fuma uns charros. A filha (Jessica McManus) quer fazer uma operação plástica e rouba dinheiro da carteira de Larry. Mas a família Gopnik não se esgota aqui. O irmão de Larry, Arthur (Richard Kind) vive com eles porque está “entre empregos”, embora na verdade gaste o dinheiro que não tem em jogos de azar para testar uma teoria que vem desenvolvendo. Tudo isto enquanto suga a gordura de um quisto que o aflige. E no trabalho? Na escola onde Larry lecciona as coisas não vão melhor. A possibilidade do protagonista de “A Serious Man” ser promovido está em perigo porque alguém envia cartas anónimas à direcção pondo em causa a sua honestidade. Para que Larry não tenha mesmo descanso, um aluno tenta suborná-lo e – paralelamente – faz-lhe chantagem para passar num exame. Larry nunca perde o controlo. Ou quase nunca. Larry Gopnik suporta e tenta perceber porque é que tudo lhe corre mal e, sobretudo, porque é que Judith o quer deixar. A consulta dos rabinos mais sábios parece a única solução. Larry vai então ver três deles para tentar compreender o que lhe acontece... E é aqui que pára a narrativa porque o resto do filme é para se apreciar sem estragar nenhuma surpresa. Contudo, “A Serious Man” é um filme que não vale pela chegada ao destino mas pela magnífica viagem em que nos levam Joel e Ethan Coen. Este novo trabalho dos dois irmãos leva o espectador para o Minnesota do final dos anos 60, numa clara alusão autobiográfica. Joel e Ethan cresceram num bairro suburbano como o do filme e, ao que parece, os seus pais eram professores universitários, o que permite todo o tipo de comparações com a personagem de Larry Gopnik. Omnipresente está outra vertente da cultura “coeniana”: o judaísmo. Desconhecendo-se tudo dessa religião será difícil perceber algumas das piadas e das situações que vive o protagonista. Apesar deste aspecto, “A Serious Man” é universal porque mostra como a vida pode ser cheia de contrariedades que, apesar de tudo vamos suportando, mesmo quando já dizíamos: não aguento mais! Esta realização dos irmãos Coen traz uma meia dúzia de actores pouco conhecidos, mas que foram escolhidos com tempo e, certamente, muita ponderação pelos realizadores e argumentistas. Cada actor é a sua personagem e – tenho a certeza – de que, lá em casa, os manos Coen foram escolhendo os actores deste filme pela semelhança que tinham com esta ou aquela pessoa da sua infância. E se a infância deles foi assim, então percebe-se a razão pela qual se tornaram nuns geniozinhos.
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Uma Comédia Séria

Thim

Um filme brilhante da autoria dos irmãos Coen e, na minha opinião, um dos seus melhores. Vou ser breve. Este filme é: único, raro, hilariante, existencialista, ridículo, reflexivo, provocador, patético, etc., etc. É difícil elaborar um discurso fidedigno e ordenado a um filme onde um final inesperado e surpreendente nos obriga a (re)pensar tudo o que acabamos de experienciar. Terá sido uma alegoria a coisa nenhuma ou um dos filmes mais filosóficos dos últimos tempos? Um filme genial destes não precisa (nem merece) ser criticado mas sim visto. Uma das comédias que mais me fez questionar o papel da natureza humana e da fé neste palco terreno. A ver e a rever indubitavelmente!
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Concordo com o público

Filipe Farinha

Venho por este meio mostrar a minha concordância para com o público. E naturalmente que este público não se refere aos críticos do PÚBLICO, mas sim ao público em geral que viu este filme como ele deve ser visto. Sem procurar obsessivamente significados ou razões lógicas para a compreensão de toda a estrutura. Realmente vocês críticos do PÚBLICO,.. criticam filmes como autênticos cuspidores de pseudo ciência...
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Ignorância

Pedro Carvalho

Estou estupefacto!!! Um filme soberbo como este, seguramente um dos melhores filmes dos Coen, nomeado para o Óscar de melhor filme e considerado pela crítica estrangeira como um dos melhores filmes do ano passado, tem a classificação de 1 estrela por dois jornalistas do Público. Mais valia admitir que não pescaram nada do filme. Ignorem as suas classificações, pois é um filme a ver e rever ao nível de uma das suas grandes obras: “O Grande Lebowski”.
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Terrificamente subversivo

Manuel

O filme é uma comédia de humor judeu, não é só o facto de decorrer numa comunidade judaica, é mesmo o tipo de humor que é assim. Mas não é Woody Allen, Larry David ou Jerry Senfeild, é outro tipo de humor. Mais Primo Levi. Por outro lado a estrutura narrativa é igual à do "Big Lebowski". Por isso é que será um desastre para críticos e para o público. Não há nenhuma mensagem, nenhuma moral, nenhuma perspectiva, nada, zero. Toda a energia é focada em transformar esta obra de arte em algo inoculo e ambiguo. Ou não! Depende da fé e da moral de cada espectador. Por isso é que é bom. Com o selo típico dos Cohen. Inegável.
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