Sangue por Sangue - Director's cut
Título Original
Blood Simple
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Um divertimento interessante
Ler maisCríticas dos leitores
Sangue por sangue
Fernando Oliveira
O quanto difícil é matar alguém? Como é que alguém demora tanto a morrer? “Sangue por sangue”, o primeiro filme dos irmãos Coen, onde os arquétipos do filme negro são perversamente subvertidos, atreve-se a estas perguntas, perguntas que vêm lá de trás, de Hitchcock por exemplo.
Um homem, Marty, contrata um detective para seguir a esposa e o amante desta, Abby (foi também o primeiro filme de Frances McDormand) e Ray, e depois para os assassinar. Mas a violência posta em marcha por Marty foge à razão, o destino torna-o marioneta, é ele o homem que demora a morrer.
Nestes filmes quase tudo foge ao controle dos personagens. O cinema é um deus muito duro com eles. O filme é formalmente brilhante a criar um intrigante “silêncio” visual quando olha para os rostos dos personagens que espelham na solidão das noites ou nas paisagens isoladas, também nocturnas, do Texas. A fotografia “angustiante” de Barry Sonnenfeld e a rigorosa montagem dos irmãos Coen e de Don Wiegmann sublinham intensamente a fatalidade da história.
À aparente simplicidade do argumento os irmãos Coen somam-lhe uma tortuosidade seca (são todas assim as histórias dos melhores filmes negro clássicos: complexos na sua simplicidade), uma obsessão pelos pormenores, uma perturbação. Um filme violento, e que não esconde a sua brutalidade (o enterro ou o confronto no final entre Abby e o detective) e que não deixa aos personagens uma hipótese de “fuga”, nem o amor os “salva”. Um filme violentamente belo. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com)
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!