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A Corte do Norte

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Romance 122 min 2008 M/16 19/03/2009 POR

Título Original

A Corte do Norte

Sinopse

Esta é a história de Emília de Sousa, a maior actriz que o teatro português conheceu nos finais do séc. XIX, que abandonou por uns anos a carreira para se casar com o rico madeirense Gaspar de Barros e transformar-se na baronesa Madalena do Mar. Tão bela quanto Sissi, a imperatriz da Áustria, com quem conviveu no Inverno de 1860/61, decidiu construir um mistério que perdurou por quatro gerações e por mais de um século. Ana Moreira, a protagonista, interpreta Sissi e as mulheres das quatro gerações da família: Rosalina/Emília, Águeda e Rosamund. Realizado por João Botelho e adaptado do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, o filme retoma um projecto antigo do malogrado realizador José Álvaro Morais (1943-2004). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Jorge Mourinha

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Vasco Câmara

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Ternas guerreiras

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Lembrando Manoel de Oliveira?

Luís Coelho

Depois de ter visto os diversos filmes de Manoel de Oliveira que "instrumentalizavam" (utilizando o termo de Mário Jorge Torres) os romances de Agustina, fui ver este filme com a ideia que seria mais uma obra complexa, eventualmente difícil de digerir. Sejamos concretos. Esta obra é parecida com "Vale Abraão" de Manoel de Oliveira, e a forma como Manoel de Oliveira pegou no romance homónimo é parecida com a forma como Botelho pegou em "A corte do norte". Mas se a obra de Oliveira é prenhe de discursos e citações agustinianas, com um cuidado menor pelo "ambiente", a obra de Botelho, apesar de possuir também citações e "voz off" da obra de Agustina, é feito essencialmente de ambiente. O filme possui a dificuldade necessária ao entendimento do complexo universo de Agustina (escritora ímpar da nossa literatura, aliás muito superior a Saramagos e companhia), mas simplifica todo o "corpus" agustiniano, afastando-se da complexificação oliveiriana, mas sem perder o "espírito agustiniano"; é, portanto, uma obra mais fácil de digerir que os filmes de Oliveira. E é também, apesar da complexa mistura de "tempos" e personagens, de fácil entendimento e operacionalização mental. A transfiguração histórica do filme é simplesmente meteórica. É, realmente, um filme de época, que vale tudo o que custou. Todos os trajes, todo o vestuário, as interpretações, é tudo perfeito. As imagens e a fotografia são uma verdadeira obra-prima. O filme é, em si mesmo, uma obra-prima. Vi o filme. Vou voltar a vê-lo, depois de ler o livro da Agustina. E, atendendo à sua fraca visualização e à pontuação que o público lhe tem dado, acho que não lhe está a ser realizada a devida justiça. Afinal de contas, em termos de filmes ditos "intelectuais", posso garantir que este nem é um filme "pesado".
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O sindicato do mau cinema português

Pedro

É pena que o Publico mantém esta união intersindical de críticos que pretendem que este horrivel filme seja muito superior a Millionnaire Slumdog, entre outros. O filme em questão é estático, catedrático, horripilante, ai! que seca! Se pelo menos havia uma nova vagua de 2 críticos independentes, haveria um certo equilibro! mas estes são sósies e defendem apenas os amigos do microcosme cultural que escrevem mal e filmam apenas este úmbigo, peludo e muito velho. Isso não é critica cinematografica é uma obra de destrução da cultura com maus e muito maus premiados. Parece a União Sovietica.
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J. Botelho a tentar ser Oliveira quando for grande - e a não conseguir.

C.

A. Moreira terá, simplesmente, de voltar a nascer para ser uma mulher agustiniana. Quem nunca viu e chorou de beleza (assim mesmo) com a Francisca de Teresa Meneses, com a Ema de Leonor Silveira, com a Camila de Leonor Baldaque, poderá até ficar com a impressão de que tudo o que se escreve sobre as mulheres de Agustina talvez seja, afinal, um exagero. Não é. Elas (personagens e, aqui, também as actrizes) trazem com elas uma sabedoria que assombra, uma verdade que transcende e se revela, uma beleza que deslumbra e espanta os sentidos e o coração. Mas esta não é, definitivamente, uma mulher agostiniana. Não é uma, e muito menos cinco. Convém esclarecer isto - são cinco as interpretações - porque um espectador distraído (ou adormecido) pode perder-se e confundi-las. Não é só a falta de carácter; convenhamos que ninguém está à espera de ouvir uma mulher de Agustina dizer "ca" em vez de "que a". Assim como ninguém está à espera que o sotaque madeirense desapareça nas cenas de interiores (certamente pelo efeito maléfico de distanciamento das orquídeas...) E assim como ninguém está à espera que ninguém no elenco seja capaz de dizer "Garrett" com os "t" todos. Não é outro erro de casting; na ficha técnica o nome aparece só com um "t". Enfim, felizmente há L. Soveral, C. Gallego, Rita Blanco e F. Borsatti. E felizmente há a luz do Caravaggio. Do Caravaggio. De resto, J. Botelho nunca fez nada que fizesse muito sentido. Deve ser uma vocação dele, porque neste filme até faz com o texto de Agustina pareça que não faz sentido nenhum - que é o que a maior parte das pessoas já pensavam antes. Mas faz. A escrita de Agustina é magnânima. Faz o mesmo sentido que existir e ser humano. O filme de J. Botelho, se calhar, "salvou-lhe a vida" mas, para o texto de Agustina, é apenas uma pena. Lembram-se de "Quem és tu?". Uma tragédia.
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Pura seca prentensiosa

Rodrigo

Mais um filme profundo, cheio de falso pretensiosismo de cinema de autor. Tudo é falso, tudo são referencias de outros filmes, todos os quadros são cópias de pinturas do Louvre… Nada aqui é original, diria mesmo… cheira a mofo! O perfeito exemplo do cinema de autor em Portugal.
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Gato escaldado...

José Figueiredo

Como é um filme Português e tem uma pontuação muito boa por parte dos críticos encartados - chega às 5 estrelas, é caso para não ver. Já levei muitas escaldadelas noutros tempos, agora não.
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