Assayas apresenta-nos um empolgante e sofisticado thriller explosivo que nos introduz a dualidade de critério dos EUA no conflito eterno cubano que se traduz em já mais de 50 anos, sem que o apoio dado aos anti-castristas <br />em contraponto com a legitimidade da salvaguarda da soberania de Cuba. <br />Esta dualidade de critérios e esta hipocrisia, vindo de um pais que se diz democrático, é sintomática da podridão que ressalta dos processos que infligem a uns, com prisão prolongadas e laissez faire, laissez passer, com outros até àsua morte natural, sem que tenham sido incomodados. <br />Destaca-se a realização, montagem e fotofrafia, bem assim como as interpretações de Wagner Moura, quase irreconhecível de pois de fazer Pablo Escobar, Gael Garcia Bernal. <br />O melhor filme actualmente em exibição.

Após a estreia de “Rede de Espiões” não esperei muito para dirigir-me a uma sala de cinema. Não era para menos, afinal trata-se de um filme do Olivier Assayas (cujas anteriores obras “Depois de Maio”, "As Nuvens de Sills Mary", "Personal Shoper" e "Vidas Duplas" levaram-me a considerá-lo como um dos meus cineastas franceses de eleição) detentor de um elenco latino de alta estirpe (Gael Garcia Bernal, Penélope Cruz, Wagner Moura e Édgar Ramirez) e uma história verídica de espionagem e terrorismo que prometia (sobre um grupo de cinco agentes cubanos que, nos anos 1990, se infiltrou numa rede de dissidentes anti-Fidel Castro, apoiada pelo governo americano, a operar a partir da Flórida) Apesar de possuir todos estes elementos que pareciam a receita garantida para uma obra perfeita, eis que resultou num triller de acção algo pífio. A sua narrativa, que pretende ser complexa (recorrendo, para o efeito, ao uso de flashbacks desnecessários e muitos subtemas soltos e “mal colados” – problemas de edição?), tarda em evoluir (para depois ser finalizada à pressa) e jamais nos induz qualquer empolgamento. Mas o pior é que nem sequer acreditamos, com convicção, nos personagens (superficiais e “vazios”)!