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Quando se Tem 17 Anos

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Drama, Romance 116 min 2016 M/12 26/10/2017 FRA

Título Original

Quand on a 17 Ans

Sinopse

<p>Esta história, que se desenrola nos Pirenéus franceses, foca-se em Damien (Kacey Mottet Klein), um adolescente homossexual que mora com a mãe médica (Sandrine Kiberlain) enquanto o pai militar está destacado em África. Um dia, é obrigado, por iniciativa dela, a viver com Thomas (Corentin Fila), o "bully" que o atormenta na escola. Isto porque a mãe de Thomas, paciente da mãe de Damien, é hospitalizada. A relação entre os dois acaba por se tornar muito mais próxima do que poderia parecer à partida. Um drama romântico sobre o despertar da sexualidade adolescente, co-escrito (com a ajuda de Céline Sciamma, a realizadora de "Bando de Raparigas") e realizado pelo veterano francês André Téchiné, responsável por "A Minha Estação Preferida", "Os Juncos Silvestres" e "Os Ladrões", entre muitos outros filmes. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

A força de outrora de Téchiné não aparece

Luís Miguel Oliveira

Os actores são impecáveis, Téchiné não filma com a indiferença que tinha tomado conta do seu cinema, e no entanto... e no entanto a força de outrora não aparece.

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O mundo que nos rodeia

Jorge Mourinha

Dois rapazes num liceu de província a tentar fazer sentido do seu mundo. O melhor filme em muito tempo de Téchiné.

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Críticas dos leitores

Quando se tem 17 anos

César Valença

O filme está muito bem feito, com uma história bem ritmada. Tem um tema difícil tratado com grande sensibilidade e poderia ter-se também transformado em melodramático, o que foi sabiamente evitado.
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Só há um tipo de amor!...

Pedro Brás Marques

Quando se tem 17 anos… não se sabe de nada! Nem do mundo que nos rodeia, nem do nosso mundo interior. É nesta encruzilhada do crescimento que estão Damien e Thomas, colegas de liceu. Se o primeiro é um jovem urbano, filho duma médica e dum militar, típica família de classe média, já o segundo foi adoptado, vive na montanha, numa casa de lavoura de difícil acesso e com algumas dificuldades económicas. Estão na mesma turma, onde um é excelente aluno, ao contrário do outro. Começam por detestar-se e a relação rapidamente evolui para a violência física, incluindo dentro da própria escola. Mas a doença da mãe adoptiva de Thomas e o seu posterior internamento levam a que este venha viver para casa de Damien. E o ódio transformou-se no oposto… <br />Apesar do cenário montanhoso e do apascentar de animais, a verdade é que este “Quando se tem 17 anos” não é a versão francesa de “O Segredo de Brockback Mountain”. André Techiné conta com enorme delicadeza esta história “simples” de um amor gay entre dois adolescentes. Situando o argumento num cenário acidentado, metáfora perfeita para as dificuldades de percepção dos jovens, o realizador que nos deu obras magníficas como "A Minha Estação Preferida" e "Juncos Silvestres" mostra uma enorme sensibilidade perante o desafio de aguentar uma história que tinha tudo para desembocar num dramalhão lacrimejante, pois nem sequer falta a morte da figura paterna… Techiné soube evitar estes escolhos para mostrar que o que ambos sentiam era puro e verdadeiro, como quis sublinhar com o encontro algo inopinado de Damien com um homossexual adulto, para testar o jovem e provar ao espectador se o que ele sentia era volúpia ou amor verdadeiro. Ultrapassada a prova, mais nada restava senão a consumação da relação, o que acontece de forma natural e consequente. <br />Kacey Mottet Klein como Damien e principalmente Corentin Fila no papel do confuso Thomas estão à altura das personagens, numa interpretação nada fácil, com muito de emocional e pouco de física. A mãe de Damien, médica, sensata e calma, interpretada por uma excelente Sandrine Kiberlain, representa o amor heterossexual, não como contraponto do homossexual, mas sim para comprovar que só existe um tipo de amor. Alguns, passam por esta vida sem o vivenciarem. Outros, logo quando têm 17 anos…
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Bienvenu Monsieur Techiné

Luis Telles

Sensibilidade, contenção e um apurado sentido do “milieu” são os trunfos da mais recente obra de Techiné. Um belo filme que (coisa tão rara hoje em dia) cheira a gente!
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

André Téchiné deu ao mundo um grande filme (uma obra-prima, atrevo-me a afirmá-lo), "Juncos Silvestres", no longínquo ano de 1994, consagrando-se quase de imediato um nome incontornável da História do cinema LGBT. No entanto, e apesar de a partir de então alguns dos nomes maiores da sétima arte gaulesa, como Isabelle Huppert, Juliette Binoche, Catherine Deneuve ou Emmanuelle Béart, terem integrado o elenco das suas obras posteriores, jamais conseguiu voltar a fazer juz à expectativa gerada em seu redor. <br />Finalmente o enguiço parece ter-se quebrado, regressando da "longa caminhada no deserto" com uma pequena pérola do cinema queer (quiçá devido à ajuda da realizadora Céline Sciamma, com quem partilhou a escrita do argumento), "Quando Se Tem 17 Anos". <br /> <br />É um filme com uma narrativa simples (a história central foca-se no relacionamento entre dois rapazes, pertencentes a extratos sociais diferentes, que frequentam a mesma escola, e que se vão aproximando emocionalmente de modo gradual, apesar de inicialmente nutrirem um ódio de estimação mútuo), mas a frescura e sensibilidade (quase lírica) com que transmite o florescer deste amor juvenil envolto numa tempestade de emoções (conseguindo abster-se do recurso ao "melodramalhão" previsível e/ou linear), transformam-no num produto algo especial (e para tal sucesso também muito contribuiu a química existente entre os dois grandes jovens actores, Kacey Mottet Klein e Corentin Fila).
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