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O Deus da Carnificina

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Comédia Dramática 79 min 2011 M/12 29/12/2011 POL, FRA, ALE

Título Original

Carnage

Sinopse

Os casais Longstreet (Jodie Foster e John C. Reilly) e Cowan (Kate Winslet e Christoph Waltz) encontram-se para resolver uma briga entre Zachary e Ethan, os seus filhos de 11 anos. Porém, se ao princípio tudo parece correr civilizadamente, à medida que a conversa se desenvolve, um problema mais ou menos insignificante começa a tomar novas proporções, com os quatro a revelarem mais infantilidade do que os seus próprios filhos que, teimosamente, não cessam de defender. Mas será que, em algum momento, um deles será capaz de agir como um adulto e parar aquela "carnificina"?<br />Realizado por Roman Polanski, uma comédia dramática sobre o comportamento humano, baseada na aclamada peça de Yasmina Reza. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A faca na sala de estar

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Peça Cinematográfica

Natália Costa

<p>Este filme é uma belíssima obra - ou não fosse dirigido por um senhor que nunca desilude: Polanski. Para além da mestria do realizador, o grupo de actores é da mais fina nata (esta já perfeitamente internacionalizada): Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly. E, como não podia deixar de ser, cada um deles é perfeito no papel que interpreta.<br />Carnage (em português: O Deus Da Carnificina) nasce duma peça de Yasmina Reza (que segunda consta é dum talento imenso), que se confirma para qualquer um que veja o filme. O argumento é magistral, desconstruindo tudo o que viver em sociedade representa, quer no contacto com os outros (externos ao nosso meio familiar), quer no convívio com os outros (pertencentes ao nosso meio familiar), quer (em última instância) no seio dos outros (os que estão dentro de cada um de nós e que tantas vezes nós próprios parecemos desconhecer (possivelmente porque só se revelam no contacto ou convívio com os outros, outros)).<br />Um sentido de humor, algo negro e refinado, atravessa todo o filme, sobretudo na cena final.<br />Cru e intemporal, "Carnage" mostra que ainda vai havendo cinema de elevada qualidade.</p>
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Guerra de Túlipas

MIGUEL COSTA

<p>Um cenário (interior de um apartamento), quatro óptimos (e improváveis) actores, um argumento mordaz (embora aparentemente simples, é passível de toda uma série de extrapolações), e ... eis, que temos filme (e q filme!). De facto, "quem sabe, sabe", e Polanski (que a "sabe toda") é Polanski!<br />Duas famílias, tipicamente nova-iorquinas, residentes no mesmo bairro (embora representantes de dois extratos sociais/educacionais diferenciados), "civilizadíssimas" e "carregadinhas de boas intenções" ("daquelas" cujo inferno - e E.U.A. - está cheio), reuném-se para discutir os moldes da reconciliação entre os seus dois filhos - ambos crianças -, que tiveram um desentendimento entre si. Mas, o "verniz brilhante" (daquele que quase ofusca os olhos) dos "guardiães" estala rapidamente, após as primeiras divergências, colocando a nu as verdadeiras intenções de cada um dos personagens, bem como todas as suas fragilidades e hipocrisias (estarei aqui a ver alguma crítica subjacente ao tipo de actuação dos E.U.A., quer a nível da sua política interna quer externa? Deve ser só impressão minha, afinal o Polanski gosta tanto daquele país!)<br />E, Polanski tem a capacidade de nos contar esta "sua" história, num registo que oscila entre o drama e a comédia (e com o toque de mestre q o caracteriza, tão depressa nos faz estar enervados como no momento seguinte nos faz "cócegas", obrigando-nos a rir). Só é pena q seja tão curto (apetecia-me ter gargalhado mais um bocado. Afinal não é todos os dias que alguém o consegue fazer, sem recorrer a grandes artefactos!)</p>
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Um filme que é divertido e ao mesmo tempo desafiante

Nazaré

Por um lado é giro ver estes adultos compostinhos a tentarem manter a sua pose de gente civilizada, mas que à mínima coisa não se ficam sem darem a "devida resposta". A diferença é não usarem um pau "que traziam". Das 6 maneiras de haver um conflito entre duas pessoas neste quarteto, todas têm a sua ocasião. Não são só os quatro, há a ajuda duma briga entre miúdos, dum hamster perdido, dum fármaco marado e, sobretudo, dum uísque de 18 anos. Por falar nisso, antes de ir ver este filme deve ver se há uísque em casa (não precisa de ser tão velho), pois no regresso vai dar a vontade.<br />A vida em sociedade, a vida em casal, todo o conceito de viver em civilização, é o que briga com o tal deus do título na versão portuguesa, e se este de vez em quando não nos faz cometer um disparate, então vira-nos contra nós próprios, como nos enjoos de Kate Winslet. A raiva contida, a necessidade de partir alguma coisa, uma certa satisfação com o mal dos outros, só precisam duma oportunidade, dum bom pretexto para se manifestarem. A guerra, como dizia o outro, é apenas a diplomacia seguida por outros meios, e o encontro desta fita começa com uma visita diplomática. E que esteve quase para ficar como tal.<br />(Péssimo o trailer, se não viram não o vejam, pois é um spoiler de todo o tamanho!)<br />Polanski volta a maravilhar com o seu notável talento, quer na cuidadosa gestão do espaço, sempre com a câmara no local certo, e a montagem impecável, e acima de tudo na direcção destes (excelentes!) actores/actrizes, para resultar um filme esplêndido, para nós que mal merecemos, porque não aceitamos as lições, só rimos.
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Interessante mas...

Rui Franco

É um filme interessante mas que não tem a força de outras películas do mestre Polanski. No fim, fiquei com a sensação de que tinha sido um mero exercício, uma distração entre dois projetos mais sérios.
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Carnificina verbal

J.F.Vieira Pinto

<p>Em "A Corda" de Hitchcock o assunto investigado - um crime, encontrava-se na sala (o assassinado dentro de um baú)! Neste "O Deus da Carnificina", os investigados "criminosos" estão ausentes. São os pais, "civilizados" que, como pessoas de bem, tentarão resolver a contenda: o inapropriado comportamento dos respectivos filhos.<br />Aparentemente, tudo parece correr bem, não fosse o verniz estalar. "A honestidade é apenas uma estupidez" diz-se a certa altura. Nada que não se resolva com...um whisky de 18 anos!<br />Livre da prisão domiciliária, é irónico que Polansky tivesse escolhido esta "peça filmada" como filme de libertação. Não se pense que o facto deste filme estar limitado a um "circuito fechado" (a sala eu um pouco mais), o torna claustrofóbico. A "carnificina" apenas verbal, desenvolve-se de uma maneira, diria mesmo, libertadora...<br />As 3 estrelinhas dadas por LMO, parecem-me certas. "O Deus da Carnificina" é acima de tudo, um filme sobre a hipocrisia. Polansky sabe-o bem: o seu processo nos EUA, não passa disso mesmo: uma grande hipocrisia!</p>
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