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Julieta

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Romance, Drama 99 min 2016 M/14 22/09/2016 ESP

Título Original

Julieta

Sinopse

Julieta está decidida a trocar Madrid por Lisboa para acompanhar Lorenzo, o namorado, e recomeçar a sua vida. Um dia, sem que esperasse, cruza-se na rua com Beatriz, uma amiga de Antía, a sua filha. Este encontro vai fazê-la recuar no tempo e relembrar os motivos que a levaram a perder o contacto com a sua única filha durante os últimos doze anos. Por causa disso, Julieta desiste da viagem para Portugal e muda-se para o apartamento onde antes vivia. Lá, escreve uma longa carta a Antía, recordando a sua vida em comum e tudo o que deu origem à separação…
Um filme dramático sobre arrependimento e culpa que conta com argumento e realização de Pedro Almodóvar (“A Flor do Meu Segredo”, “Tudo Sobre a Minha Mãe”, “Fala com Ela”, “Má Educação”, “A Pele Onde Eu Vivo”) a partir de três contos de “Fugas”, antologia da Nobel da Literatura Alice Munro. Emma Suárez, Michelle Jenner, Darío Grandinetti, Adriana Ugarte, Rossy de Palma e Pilar Castro dão vida às personagens. PÚBLICO
 

Críticas Ípsilon

A mulher que viveu duas vezes

Jorge Mourinha

Almodóvar regressa à boa forma com uma adaptação de Alice Munro.

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Críticas dos leitores

Bom filme

Patrícia

Uma história humana e realista da vida de uma esposa e mãe, mas que, quando o filme termina, deixa uma sensação de ter ficado incompleta.
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Ótimo filme

Cristina Matos

História intensa, ótimos atores e fotografia excelente. Nada fica ao acaso, o Almodóvar esta cada vez melhor.
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Grande filme

Raul

História, interpretações e humanismo tudo transparece ao mais alto nível.
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Julieta é um contido drama agridoce (portanto, não esperem visionar um típico melodrama almodovariano carregadinho de realismo fantástico) sobre paixão (sobretudo maternal), obsessão, segredos/silêncios, incompreensão, arrependimento, culp (s), solidão, mágoa(s), perda, luto, introspecção, redenção, metamorfoses, perdão (ou seja, as tradicionais temáticas do realizador espanhol) ... e, como sempre, num universo quase exclusivamente feminino (no entanto, sem "mulheres à beira de um ataque de nervos", apenas depressivas - é verdade que as heroinas continuam trágicas, mas perderam a "saudável loucura" e a extravagância que lhes era caracteristica). <p> É detentor de um enredo pouco inspirado (uma professora filologia aposentada, prestes a abandonar em definitivo Madrid, com as malas feitas para rumar com destino a Portugal, ao saber noticias da filha que não vê há 12 anos - após um breve reencontro com uma antiga amiga desta -, decide repentinamente abandonar tal intento, deixando o namorado "agarrado". O acontecimento traz-lhe à tona todo um turbilhão de lembranças da sua "vida anterior", obrigando-a a revisitar o passado, que tentou esquecer/esconder, e a enfrentar os seus demónios), todavia, interessante, devido à sua estrutura narrativa e à forma como vai sendo desflorada. Isto porque esta é explanada como se fosse um triller com tons de suspense, mesmo não existindo em Julieta quaisquer assassinatos (ou afins) e bons versus maus por quem possamos torcer (mantendo-nos, deste modo, na expectativa de que algo venha a acontecer, mesmo que "nada" que nos faça subir os níveis de adrenalina efectivamente ocorra). </p><p> Apesar do supramencionado, poder-se-á considerar um filme digno, elegante e delicado/tocante, mas que, em definitivo, não arrebata nem surpreende, faltando-lhe as épicas reviravoltas e subversões/perversões/bizarrias (sobretudo se o colocarmos lado a lado com algumas das suas obras maiores do passado, das quais sou um fã acérrimo), que faça sentir estarmos perante uma verdadeira casta almodovariana (sendo apenas uma espécie de envergonhado primo em 2º grau - e apenas lhe noto tal familiaridade pelas curtas, mas sempre hilariantes, aparições da sua chica de sempre, Rossy de Palma - que lhe empresta uma dose de humor negro). E, como é óbvio, a fotografia é primorosa (com enquadramentos que são verdadeiras obras de arte), só é pena que não tenha cores vivas a explodir </p>
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Julieta de Almodovar

Pedro Brás Marques

Culpa, solidão, depressão, amargura são alguns dos temas de “Julieta”, o mais recente filme de Pedro Almodovar, agora apenas “Almodovar”, porque nome é do próprio e apelido é de família. E o cosmos do realizador espanhol é suficientemente vasto para que se possa falar numa enorme legião de seguidores, que o acompanham desde que foi bandeira duma certa “movida” na Madrid dos anos 80 do século passado. <br /> <br />Julieta é-nos apresentada em dois tempos, antes e depois de encontrar Xoan, o amor da sua vida e de que resultou uma filha, Antia. No tempo presente, Julieta não vê, nem fala com a filha há doze anos. Um dia, quando já estava a tentar aceitar o “desaparecimento” de Antia, encontra casualmente a que foi a melhor amiga dela durante a adolescência. E a dor da perda, a angústia da separação voltam e Julieta procura expiar todo esse sofrimento escrevendo a história de tudo o que aconteceu desde o momento em que se encontrou, pela primeira vez, com Xoan. Ao longo do filme, um longo flash-back, ficámos a saber o motivo da ruptura duma família que tinha tudo para ser feliz, mas que acabou completamente estraçalhada, emocional e geograficamente. <br /> <br />A complexidade do universo feminino, da sua textura sensual, dos seus jogos emocionais, das motivações escondidas, dos consentimentos tácitos, sempre foram elementos de fascínio para Pedro Almodovar, muito por força das razões pessoais e familiares que ele não se cansa de repetir. Em “Julieta”, o mergulho nesse oceano de sentimentos é talvez o mais profundo da sua carreira. Porque Julieta é uma mulher que vemos ser detalhadamente analisada, pois só assim se perceberia a dimensão da sua história e do seu sofrimento. Julieta não entende o que lhe acontece e, pior, porque é que lhe acontece. E mesmo quando descobre a razão da fuga da filha, só pôde concluir que não teve culpa nenhuma nessa decisão. E não percebe outra coisa, bem mais grave, como é que tanto amor, por Xoan e por Antia, pode trazer tanta desgraça, tanto sofrimento. A sua obsessão de doze anos comanda-lhe a vida, mas também a faz perdê-la. <br /> <br />O filme só funciona porque, realmente, há duas interpretações soberbas, de Emma Suarez e Adriana Ugarte, para os dois tempos de Julieta, coadjuvadas por vários secundários que, embora eficazes, nem sequer conseguem fazer sombra a qualquer das “leading ladies”. Almodovar, esse, está melhor do que nunca. Seguríssimo, gere a história com mão de mestre, afasta-se dos rochedos de melodrama de que se aproximou em certo ponto da sua carreira, para apresentar um filme formalmente clássico, mas onde não faltam as suas imagens de marca. Mas, comprovando a evolução, regista-se que estão muito mais diluídas, inseridas no todo que é o filme e não “protagonistas” como o eram em muitos dos seus filmes. Confirmámos que a habitual paleta de cores vivas continua, mas agora em tons mais suaves; o gosto pelo kitsch marca presença, mas em discretos pormenores, como num papel de parede ou numa música fugaz; e mesmo o rosto cubista da omnipresente Rossy de Palma está escondido atrás duma ruralidade bem maquilhada. <br /> <br />Almodovar baseou o argumento em contos da canadiana vencedora do Nobel da Literatura Alice Munro, mas o que funcionou por escrito, não funcionou no filme. Estou a falar do fim, em aberto, é certo, mas algo atabalhoado e precipitado, pouco condizente com o que nos foi lentamente servido durante as duas horas anteriores. Foi pena, porque não fosse isso e arriscaria dizer que este era o melhor filme do realizador espanhol.
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Não brilha como já brilhou mas também não desilude

Paulo Gouveia

Almodóvar nunca baixa de um nível muito satisfatório, estão lá os temas de sempre e a envolvência dramática a que nos habituou mas não se pode dizer que Julieta esteja a par com as suas obras-primas.
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Almodovar sem fôlego

Vanda Cruzeiro

Muito longe da excelência de "Fala com ela" ou mesmo de "Tudo Sobre a Minha Mãe", temos no entanto presente a mundividência de Almodovar, com uma realização irrepreensível, e com pormenores de requinte, como é o caso da música de Chavela Vargas.
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Ainda existem mestres

João

É cada vez mais rara a sensação de estar a ver cinema do bom, do clássico. E Almodovar consegue-o, mesmo que o filme não seja absolutamente arrebatador. Acho que é um mestre. E mora aqui ao lado, é quase nosso.
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Almodovar no seu melhor

Duarte

Bom cinema é isto: óptimo guião, história bem contada, emocionalmente fortíssimo sem ser lamechas, direcçao de actores e interpretaçao impecáveis, estética visual e musical superiores. Melhor é impossível.
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Bom filme

Teresa

Gostei imenso da história, das interpretações, do mistério. Bom filme. Vale a pena!
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