Apresentação
Título Original
Introduction
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Hong Sang-Soo no caminho da espiritualidade, à frente dos nossos rostos
Dois filmes de Hong Sang-Soo, que tanto se aproximam como se afastam. O mundo da representação — ambos os filmes lidam com personagens de actores e actrizes — e as suas sinceridades e falsificações, em mais dois capítulos extraordinários da obra do realizador coreano.
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Apresentação
Fernando Oliveira
“Apresentação”, filmado num preto-e-branco tão belo quanto é usual nos filmes de Hong Sangsoo, é mais um daqueles filmes com uma cronologia narrativa (menos) retorcida a que o autor nos habituou: são três episódios separados por saltos temporais dos quais não sabemos a duração, e que por vezes parecem entrar em delírio – ou como os episódios mais banais do quotidiano são assombrados por “visitas” que podem ser sonhos, ou uma vontade cinematográfica de introduzir o maravilhoso no normal. A história confunde-nos porque se os três episódios seguem o mesmo personagem, e se parece haver uma ideia que os cruza – um jovem, Young-ho, e a sua relação com o pai, a namorada, e a mãe – tudo o resto parece desencontrado: no primeiro vai ter com o pai, mas o realizador parece não focar-se em nenhum dos personagem, um olhar que vagueia pelo lugar, neste episódio o rapaz deixa a namorada à espera enquanto vai ter com o pai; no outro, passou-se não sabemos quanto tempo, a rapariga está em Berlim com a mãe para estudar, vão ter com uma amiga desta que vai alojar a rapariga, um passeio, a rapariga recebe mensagem de Young-ho, está em Berlim, ela vai ter com ele, falam; outro salto no tempo, já na Coreia um amigo leva-o a um restaurante junto a uma praia, vai ao encontro da mãe e de um famoso actor de teatro, a mãe quer perceber porque que é que Young-ho desistiu de ser actor, bebem muito, ele e o amigo passeiam na praia, “sonha” um reencontro com a namorada, um banho na água gelada… É um filme menor na obra de Hong, mas que tem aquela conversa, regada com muito soju, entre Young-ho e o velho actor: quando explica que foi porque não conseguia fingir um abraço a uma rapariga, porque um abraço é uma coisa tão intima que não é representável, o outro lhe explica que é por isso mesmo, a genuinidade de certos gestos, de certas emoções impossibilita o seu fingimento, e isso é perturbante, e essa contradição pode ser a essência da representação. Talvez do Cinema. Talvez o Cinema. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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