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A Vila

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Thriller, Drama 108 min 2003 M/12 23/09/2004 EUA

Título Original

Sinopse

O muito aguardado "A Vila", último filme do realizador norte-americano "mais do que de culto" M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido", "O Protegido", "Sinais"), volta a ser um filme fantástico cheio de surpresas. É a história de uma vila que parece perfeita e do seu confronto com o mal que se esconde fora das suas fronteiras. Os habitantes da vila sabem que o mal espreita lá fora, sabem que criaturas maléficas se escondem nos bosques em redor da vila. Por isso ninguém se atreve a sair e a aventurar-se nos bosques e, dessa forma, o mal também não entra na aldeia. Mas um aventureiro quebra esse pacto e atravessa os limites da vila, mudando e ameaçando para sempre o seu futuro. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A Vila

Mário Jorge Torres

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A Floresta interdita

Kathleen Gomes

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Críticas dos leitores

Bom e sombrio

Os Filmes de Frederico Daniel

3*
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Muito bom

Marisa

Vale a pena ver porque é surpreendente e a cada olhar pede-nos sempre mais. Gostei muito, vale mesmo a pena ver!
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Adorei

GV

Adorei o filme e vale a pena ver. A sério!
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Espíritos inquietos

Gonçalo Sá- http://gonn1000.blogspot.com

"O Sexto Sentido" ("The Sixth Sense"), de 1999, lançou o culto. "O Protegido" ("Unbreakable"), um ano depois, confirmou o carisma, e "Sinais" ("Signs"), em 2002, voltou a comprovar a singularidade do seu cinema. Com "A Vila" ("The Village"), em 2004, M. Night Shyamalan dá continuidade a um estilo muito próprio e reconhecível, baralhando coordenadas e fugindo a catalogações óbvias. Aquele que é já considerado por muitos como o novo mestre dos "twists" e de uma forma única de gerar suspense regressa com um filme que, embora possua alguns dos elementos que lhe deram fama, consegue também incluir novas atmosferas e condimentos.<BR/><BR/>Ambientada numa pequena comunidade rural dos EUA, "A Vila" apresenta o clima de tensão e mistério que envolve a relação dos habitantes locais com a densa e inóspita floresta que cerca o aglomerado humano. O bosque permanece praticamente inexplorado, dada a presença de inquietantes e ameaçadoras criaturas que o povoam e que não hesitarão em devorar os que se atrevam a perturbá-las. Contudo, um homem decide finalmente enfrentar esse território desconhecido e vencer a muralha de medo e assombro que cerca a sua vila. O lacónico e silencioso Lucius (Joaquin Phoenix, a aperfeiçoar o excelente "underacting" que já registava em "Sinais") dá seguimento aos habituais protagonistas atordoados e discretos dos filmes de Shyamalan (como Bruce Willis e Mel Gibson), ajudando a consolidar o modelo de "hérói" do realizador.<BR/><BR/>Se as obras anteriores do cineasta se destacavam sobretudo pelas impressionantes reviravoltas finais dignas de antologia, "A Vila" já não se sustenta tanto em torno desse elemento - embora ele esteja ainda presente - e opta antes por gerar uma envolvente história de amor (um domínio não muito explorado por Shyamalan até aqui) aliada a uma narrativa plena de suspense. Claro que ainda há manobras de ilusão e descoordenação capazes de surpreender o espectador mais concentrado e perspicaz, mas desta vez o filme adquire maior intensidade e ultrapassa o estigma de competente e hábil exercício de estilo com que muitos catalogavam os trabalhos do realizador.<BR/><BR/>Contendo uma aura única e inovadora, "A Vila" é um "melting pot" que congrega o filme de época, romance, drama, "thriller", terror, fantástico e, nas entrelinhas, expõe ainda um considerável subtexto político (que se aprofunda no obrigatoriamente inesperado desenlace). Dominado por uma forte carga hipnótica e etérea, com uma atmosfera absorvente e intrigante, o filme alia um romantismo avassalador e ensanguentando a peripécias enigmáticas, gerando uma fábula sobre as ligações entre a inocência e a mentira, a pureza e a corrupção, o sagrado e o profano.<BR/><BR/>A singular dupla de amantes constituída por Lucius/Ivy - impressionante Bryce Dallas Howard, personagem-chave da segunda metade do filme - é responsável por alguns dos momentos mais prolíficos da película, gerando excelentes diálogos e uma química invulgar (particularmente intensa nas cenas em que o casal dá as mãos). Lamenta-se, por isso, que a partir de um dramático acontecimento (muito bem conseguido), a personagem de Joaquin Phoenix não contracene tanto com o seu par amoroso, mas as surpresas que o realizador proporciona a seguir compensam essa oportunidade desperdiçada.<BR/><BR/>"A Vila" confirma que o cinema (em especial, o americano) ainda é capaz de pisar territórios pouco explorados através de percursos imprevisíveis, suscitando um ambiente de crescente tensão com uma original mistura de elementos. Depois do mediático (e sobrevalorizado?) "O Sexto Sentido", do mais criativo "O Protegido" e do desapontante passo atrás registado em "Sinais", M. Night Shyamalan cria em 2004 a sua obra mais coesa, ambígua e profunda, originando um dos filmes mais belos e, simultaneamente, mais perturbantes do ano.<BR/><BR/>É certo que, com um elenco de luxo (para além do casal Phoenix/Dallas Howard, constam ainda Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver ou Michael Pitt) e uma genial banda sonora de James Newton Howard, o resultado já tinha potencial, mas o intrincado argumento, a óptima fotografia e a soberba realização colocam "A Vila" num patamar superior. Classificação: 4/5 - Muito Bom.
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Hans Christian Shyamalan

Ananónima

M. N. Shyamalan puro e concentrado numa área reservada e preservada, somente interrompida pelas pistas em migalhas que aqui e ali vai soltando, tanto para fazer render o peixe como para não prolongar em demasia o ponto morto maravilhoso das árvores recortadas na neblina. Escrupulosamente excelente vem, formoso e seguro, aproximando-se da noção de Sétima Arte, terreno estrelado onde há muito não há entrada para a nova América. Irritantemente perfeito é o seu processo, valiosa a sua mensagem... qualquer um se há-de perder em especulações acerca das razões de sentido e consciência que levam este génio, à falta de outra palavra melhor, a contruir uma colina de realismo e fantasia para justificar um simples pensamento que ainda por cima é mais do que válido nos dias que correm. E criticar seja de que maneira for um filme deste calibre é por si só um passo em falso, um pé em riste, porque há que manter o secretismo e a boa vontade de deixar o testemunho.<br/><br/>Na melhor das hipóteses nós seríamos Edward Walker. Outra coisa importante: havia necessidade de tantos pesos pesados num filme que fala sem chegar a abrir a boca? Até mesmo o final, enganadoramente imprevisível, como aliás é hábito em M. N. não pode ser catalogado de mera fraúde. Tudo bem que uma invisual que reconhece as pessoas por cores é à partida incapaz de percorrer quilómetros na direcção certa de uma estrada. Mas por muito que se tente, é impossível encontrar a ponta do fio do novelo, qualquer "take" desnecessário. <br/><br/>A música também não ajuda muito, impecavelmente casada e abotoada que está com a imagem, hábil em fazer-nos gesticular de susto e desconforto. E o pior de tudo é que "ele está lá" para nos preocupar, mesmo que infiltrado pelo reflexo de um armário em 2004. É pecado tentar dizer mais.
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Medos, amor e coragem

Aurélio Cotrim

Um olhar sobre os nossos medos, os "papões", os "velhos do saco" que atormentam e condicionam as nossas vidas, mas também uma história de amor e coragem que rompeu com o passado. Um filme a não perder.
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Está lá tudo

Valdemar de Sousa

Um tema perturbador. Está la tudo: os nossos medos e a sua origem; a censura e o desejo de liberdade; as regras religiosas e o arrependimento por as terem criado; a Inquisição na sua forma mais profunda, a da dependência psicológica. Está lá também o absurdo da alegria da seguraça "animal" (quase que dizia "animalesca"). Está lá a nossa dor de nos sentirmos humanos e de não conseguirmos deixar de ser seguidistas e pouco racionais. Enfim, está lá tudo o que faz de um homem humano, e da Humanidade a sua vítima...
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Ainda existe esperança en Hollywood

Bruno Vargas Netto

Ainda existe esperança em Hollywood. Actores brilhantes,um ambiente fabuloso, uma mensagem fantástica transmitida de forma exemplar. Vivas ao grande realizador Night S., que se redime depois de "Sinais" e volta ao brilhantismo das suas duas grandes primeiras obras, "O Sexto Sentido" e "O Protegido". Hithcock volta a estar entre nós, e está melhor do que nunca.
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Cinco estrelas

Rui Lança da Silva

Na minha opinião este filme está ao mesmo nível de "O 6º Sentido", ou talvez ainda num mais elevado. É um excelente filme sem praticamente nenhumas falhas de realização - talvez apenas o facto de demorar um pouco a agarrar para dentro da sua trama o espectador, algo que foi, infelizmente, mais acentuado n' "O Protegido". Shyamalan está no seu melhor ao conseguir dar "pele de galinha" aos espectadores. Para este facto contribuem os diálogos proferidos com morbidez, a fotografia, os planos perturbadores e também a música de James Newton, que aumenta a tensão nos momentos chave. À parte dos méritos já reconhecidos da realização, há que destacar a presença de Bryce Dallas Howard na sua estreia no cinema que faz uma actuação simplesmente genial. Destaco ainda William Hurt que já há bastante tempo não tinha uma actuação tão forte no "mainstream".<br/><br/>Um filme absolutamente genial, que é também uma das melhores alegorias ao 11 de Setembro, que apenas não recomendo porque, por decisão própria, nunca recomendo nenhum filme a ninguém, pois os gostos nunca são iguais (mas ém relação a este filme recomendar é uma enorme tentação)
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Um filme perfeito

Vamos lá rapidamente pôr os pontos nos is: "A Vila" é o melhor filme que vejo numa sala de cinema desde "Magnolia". Isto porque desde esse filme que não me sentia tão comovido pela mestria de um realizador em contar uma história, em apresentar personagens, e, ao mesmo tempo, fazer um muito pertinente comentário social à época em que vivemos. "A Vila" tem sido criticada destrutivamente pelo(s) seu(s) twist(s), pela forma como manipula de uma forma inverosímil o espectador, pelo descaramento de pretender apenas surpreender. Eu vi, no entanto, outro filme. Vi pura e absoluta genialidade no esfaqueamento de Lucius, vi uma fábula desconcertante, bela e perturbadora, vi uma alegoria simbólica sobre os Estados Unidos filmada tão subtilmente como a câmara de Night planeia sobre aqueles fastuosos cenários. Ouvi uma banda sonora com uma alma requintada.<br/><BR/>Pareceu-me, e parece-me, um filme perfeito (que levanta questões intemporais sobre a religião, a ignorância e o medo) como há muito não se via saído de Hollywood - pelos vistos, ainda podemos acreditar na fábrica de sonhos. É difícil falar de um filme que merece um silêncio respeitador, mas uma dissonante e tímida recomendação aos nossos conhecidos. Ver para crer, e acreditar.
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