Passámos Por Cá

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Drama 101 min 2019 21/11/2019 FRA, BEL, GB

Título Original

Sorry We Missed You

Sinopse

<div>Após a grave crise financeira de 2008, que pôs em causa a estabilidade de milhões de cidadãos em todo o mundo, o inglês Ricky Turner, pai de família, esforça-se para ter sempre um prato de comida na mesa. Com cada vez mais dificuldade em pagar as despesas, toma uma decisão arriscada: comprar uma carrinha e trabalhar por conta própria num "franchise" de entregas ao domicílio. Contudo, não imaginava as imensas contingências que um trabalho desses implicaria. Sem ordenado fixo a cada final de mês, Ricky vê-se a trabalhar quase continuamente. Com o passar dos meses, a falta de dinheiro, associada ao excesso de trabalho e às preocupações com o negócio, quase o levam ao desespero. </div> <div>Em competição pela Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, um filme dramático com assinatura do multipremiado realizador britânico Ken Loach. O argumento cabe novamente a Paul Laverty, colaborador de Loach em vários outros filmes, entre eles "A Canção de Carla" (1996), "O Meu Nome é Joe" (1998), "Bread and Roses" (2000), "Sweet Sixteen" (2002), "Ae Fond Kiss..." (2004), "Brisa de Mudança" (2006), "Neste Mundo Livre..." (2007), "O Meu Amigo Eric" (2009), "Route Irish - A Outra Verdade" (2010), "A Parte dos Anjos" (2012) e "O Salão de Jimmy" (2014) e "Eu, Daniel Blake" (2016). PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

A vida num mundo uberizado

Luís Miguel Oliveira

Um retrato devastador da Grã-Bretanha contemporânea.

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Críticas dos leitores

O preço da competitividade

Nazaré

Um filme que relata uma fase dramática na vida de uma família, depois que o marido e pai entrou no rebanho dos empreendedores que afinal são escravos. Sempre com a família no centro de tudo, tal como ela está nos pensamentos e preocupações do casal protagonista, vemos como as armadilhas da vida, nos tempos que hoje se vivem, submergem toda a ilusão de ficar melhor, e como tudo parece tão injusto. É mesmo para causar um sentimento de revolta, mas quem ainda se quer revoltar, Ken Loach? Todos acham que com eles vai correr tudo bem, e assim se continuam a engrossar as fileiras de endividados crónicos que escolhem aquilo que nunca iriam escolher. O capitalismo aprendeu bem com a máfia. Drama muito bem arquitectado, para mim até bem melhor que o premiado filme precedente do mesmo realizador. Personagens impecáveis, com actores amadores a representá-las impecavelmente. Realismo visceral, compaixão, humanidade num deserto de desumanidade. Muito bom, mesmo tendo em conta que de divertido não tem praticamente nada.
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PJP

Pedro Jorge Pereira

Ken Loach do que conheço da sua cinematografia é um dos realizadores mais irreverentes e que faz (e de forma primordial) da sua obra uma espécie de manifesto de inconformismo contra o sistema capitalista global que reduz o ser humano à mera condição de peça descartável na engrenagem de um sistema cada vez mais frio e cruel... Este filme, "Passámos por Cá", vai bastante ao encontro dessa ideia e constitui um verdadeiro "murro no estômago"... Consegue despertar de forma intercalada profundos sentimentos de compaixão com outros de revolta com o drama daquela família... Um retrato perturbador daquilo que é a realidade de milhões de seres e famílias na sociedade actual... Sem dúvida a ver para não esquecer!!! E de preferência no Cinema Trindade, claro!!!
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3 estrelas

José Miguel Costa

O octogenário Ken Loach, depois de vencer o Festival de Cannes, em 2016, com “I, Daniel Blake” , volta a reafirmar-se, através da sua nova obra (“Passámos Por Cá”), como um dos principais rostos europeus do realismo social, não desistindo de expor, através de narrativas duras e cruas, as consequências do neoliberalismo selvagem na (sobre)vivência do proletariado (colocando-nos perante a face obscura do omnipresente capitalismo que subjuga os cidadãos comuns, limitando-se a percecioná-los como meros números - destituídos de identidade e dignidade - numa lógica economicista que apenas visa o lucro - de uma minoria privilegiada - a qualquer preço). <br /> <br />Recorrendo ao seu típico melodrama humanista/genuíno e (ultra)emocional, sem cedência a sensacionalismos demagógicos e manipuladores (embora, desta vez, na fase final, o sucessivo rol de desgraças, apenas não descambe num “miserabilismo pornográfico” devido à fraternidade/serenidade/dignidade das suas personagens, encarnadas por actores não profissionais), não prescinde de dar-nos um brutal “murro no estômago” com a História de uma família de classe média baixa multi-endividada de Newcastle (o rosto de milhares de outras – as tais que acabam por ceder ao “canto da sereia” das forças politicas de extrema direita), que se vê enredada nas malhas dos novos modelos de exploração laboral. Sem vínculos contratuais (destituindo os “colaboradores” de qualquer espécie de protecção social) e remunerações miseráveis (dependentes do cumprimento de objectivos pré-definidos - com graus de exigência progressivos - quase impossíveis de atingir). <br /> Grosso modo, o retrato da economia moderna e tecnológica, que tanto “bate no peito” pelo alegado empreendedorismo.
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Inquietação, Inquietação

Raul Gomes

Terceirização. <br />Desumanização. <br />Desagregação. <br />Dramatização. <br />Endividamento. <br />Ruptura. <br />Bullying.. <br />Superação. <br />Sensibilização <br />Tudo isto e muito mais no excepcional filme de Ken Loach, que nos mostra um inquietante mundo. <br />A realidade actual, ultrapassa qualquer possibilidade de ficção. <br />Um filme a ver, rever e pensar no estado actual a que nos deixamos colocar, a bem de terceiros, a maior parte das vezes anónimos.
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Superação

Virgílio E. Ribeiro

Um filme que, de modo impressionante e dramático, nos mostra um sistema cruel e desumano de gigantescas firmas fantasma a explorarem seres carentes que a todo o custo pugnam pela sua sobrevivência e da sua família. Uma realização de grande excelência, juntamente com magistrais interpretações. Um filme que se recomenda vivamente aos amigos e, de um modo geral aos amantes da Sétima Arte.
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