Mickey's é uma cadeia de "fast food" (ficcional) que ambiciona ser maior do que as reais McDonald's e Burger King. Don Anderson (Greg Kinnear, "Little Miss Sunshine") é o vice-presidente de marketing da empresa, encarregue de investigar o que se passa nas instalações da empresa Uniglobe, no Colorado, de onde vem a carne do seu produto de primeira linha – o Big One –, e cujas análises indicam uma elevada quantidade de coliformes fecais, isto é, fezes. Os trabalhadores da Uniglobe são, na sua maioria, emigrantes mexicanos. Sylvia (Catalina Sandino Moreno, "Maria Cheia de Graça"), o seu marido Raul (Wilmer Valderrama) e a sua irmã Coco (Ana Claudia Talancón) acabaram de atravessar ilegalmente a fronteira e a Uniglobe e o seu abusivo supervisor (Bobby Cannavale) parecem ser a sua única alternativa.<BR/><BR/>Amber (Ashley Johnson) trabalha numa loja Mickey's. O seu convívio com um grupo de jovens revoltados e uma séria conversa com o seu tio Pete (Ethan Hawke, "Before Sunrise", "Before Sunset"), levantam-lhe questões éticas e fazem-na pôr em causa o seu emprego.<BR/><BR/>Fazendo uso da ficção, Linklater e Schlosser relatam uma perturbante realidade sobre a indústria de "fast food". A uma velocidade semelhante à de atendimento dos clientes deste tipo de estabelecimentos, o foco vai passando entre personagens que representam muitos dos que são afectados pela hegemonia de poderosas indústrias, do executivo de marketing ao emigrante sem documentos nem formação, chamam a atenção para as trágicas repercussões sociais de uma gestão económica completamente autista.<BR/><BR/>"Fast Food Nation" é um filme impregnado de sátira, que ambiciona ser intervencionista e subversivo. À semelhança de Michael Moore, Linklater é totalmente parcial. E se eu não tinha pensado nisso ao longo de todo o filme, com as violentas e perturbantes imagens do matadouro na parte final, eu seria capaz de jurar que Linklater é vegetariano. Mas, ao contrário de Moore, a Linklater falta-lhe a raiva. Enquanto, por um lado, isso lhe pode retirar algum impacto junto do público, por outro, faz-nos olhar com mais atenção para os detalhes.<BR/><BR/>Richard Linklater adaptou, em conjunto com Eric Schlosser, o livro "Fast Food Nation: The Dark Side of the All-American Meal", da autoria deste último. Mantendo um visual documental, as opções de "Fast Food Nation" são totalmente diferentes das de "Super Size Me" (2004), sobretudo porque os efeitos deste tipo de alimentação na saúde são relegados para um plano secundário (afinal de contas já todos sabemos isso, mesmo quem é cliente habitual destas cadeias).<BR/><BR/>"Fast Food Nation" centra-se nos dilemas e limites da acção humana nos espectros económico e social. Fazer com que a nossa vida faça alguma diferença e lutar pelos valores em que acreditamos não é um caminho suave e pode exigir opções difíceis. A circularidade da personagem de Kinnear representa a cegueira face à realidade, aquela cegueira voluntária que lhe permite ir trabalhar todos os dias. Esta trágica desesperança é marcada pela frieza de um dos muitos elementos da maléfica engrenagem, Harry Rydell (Bruce Willis num grande momento), e por uma derrota moral da personagem de Sandino Moreno (de uma beleza dolorosamente inocente), porque nem todos se podem dar ao luxo de ser virtuosos.<BR/><BR/>Numa cena profundamente metafórica, os consumidores são devorados pela própria indústria. O menu está à nossa frente, é só escolher. "Do you want lies with that?" Nota: 6,5/10.

Tive oportunidade de visualizar este filme ontem. é um filme agradável de ser ver, para passar um serão da semana de trabalho, mas não é de todo extraordinário. Compreende-se facilmente que quem o concebeu teve como intenções, por um lado, desenvolver um tema, que geralmente nestes filmes gira em torno das vicissitudes da cultura económica e social ultra liberal norte-americana, e por outro, falar do impacto que esta via tem na vida dos norte-americanos, bem como da restante população mundial. Embora a intenção seja boa, não passou disso mesmo, de uma intenção. O tema é de facto abordado de uma forma muito superficial, pouco corrosiva e nada incisiva, como aliás se esperava. Abordam-se fenómenos, mas ficam todos por explorar. Este é, sem margem para dúvidas, um filme de entretenimento, e não um filme crítico, ou se quiserem, verdadeiramente alternativo. Cabia perfeitamente nas grelhas dos cinemas Lusomundo ou similares.. Afirmar que é o melhor filme político após as obras de Michael Moore é absurdo. Mas esse foi um comentário do NYTimes, portanto vale o que vale..

Com oito anos o que é que foste fazer a um fime para maiores de doze? Vale a Pena... Vão Ver!

Tenho 24 anos e também detestei o filme!

Tenho 8 anos e detestei o filme!