Reparem que o filme é retratado no ano 2003 e durante a cena que o pastor Richard ( Laurence Fishburne e Sal (Bryan Cranston) enquanto viajam no camião com plataforma eléctrica que alugaram especificamente para transporte do caixão, Sal coloca a questão ao pastor sobre onde anda Deus quando tragédias e assassinatos acontecem, mencionando o exemplo de aviões atingirem edifícios . Todos sabemos ( creio eu) a que acontecimento a personagem se refere e também sabemos que esse mesmo acontecimento foi no ano 2011. O atentado às torres Gémeas. Fui eu e mais alguém que percebeu o erro no argumento?

João Lopes, o decano dos críticos em actividade no país - lembro-me dele dos tempos de antes do 25 de Abril - dá 5 em 5. <br />Oliveira, o ainda jovem turco, dá 2 em 5. <br /><br />Estas diferenças são estranhas. Lopes sublinha uma questão importante: o filme é à antiga, privilegia o acting. Estamos todos fartos das macacadas digitais e de efeitos especiais. Dou razão a Lopes, mas avalio a coisa por 4 em 5.

Richard Linklater é um daqueles realizadores que "não me aquece nem arrefece", apesar da sua inegável qualidade (ou não fosse ele o pai da trilogia "Before" e do aclamado "Boyhood: Momentos de Uma Vida" - sendo este último o único que efectivamente me cativou e, mesmo assim, não devido ao seu conteúdo mas pelo processo de filmagem inerente, que se prolongou ao longo de 12 anos), talvez por achar que se limita a presentear-nos com filmes "mornos e simpáticos". <br /> <br />Linklater está de volta aos grandes ecrãs com aquela que, possivelmente, será a sua obra mais "crítica/política" (A Derradeira Viagem - Last Flag Flying) ... em modo soft, claro (que não é homem para grandes rupturas)! Uma simpática (como não poderia deixar de ser!) e tocante/sombria comédia dramática (que no fundo até poderia ser descrita como um road movie com um caixão, pontuado por alguns hilariantes momentos de humor cínico) que acompanha 3 ex-camaradas da guerra do Vietname desencantados com a "América sempre em guerra por nada" que se reencontram em 2003, passados 30 anos, para a missão de enterrar o filho de um deles (um jovem fuzileiro morto na guerra do Iraque). <br /> <br />É sobretudo um filme de personagens e (grandes) actores (que triolgia deliciosa!), com principal destaque para o Bryan Cranston (sem esmorecer das interpretações de Steve Carrel e Laurence Fishburne).

Bom argumento, otima realizaçao. O descobrir de um actor numa função dramática (Steve Carrel) não habitual. O ressurgimento de Laurence Fishburne num filme bem conseguido, fugindo aos maneirismos das séries sempre iguais e, por fim, um cada vez mais deslumbrante Brian Cranston, como peixe na água, tão fluido é a representar.

Sinceramente, já não há pachorra para estes manifestos patriotas e a exaltação dos símbolos americanos: a Pátria, os fuzileiros, a bandeira, o dever... <br /> <br />Isto pode ser muito bom para os americanos mas, fora da sua cultura, é uma coisa sem sentido e que cheira a propaganda barata a milhas.

Last Flag Flying é na minha opinião o melhor filme de 2017!!! <br /> <br />É o tipo de filme de que não será necessário tecer muitos comentários...pois define-se por si próprio... <br /> <br />De uma sensibilidade humana verdadeiramente notável...cabe neste filme tudo o que se pode projectar num ser humano e na sua vivência... <br /> <br />Amizade, amor, fraternidade, camaradagem... mas também... solidão, tristeza, frustação, rancor e morte. <br /> <br />Tive a oportunidade de ver o filme há algumas horas no Monumental (Festival de Cinema) e seguramente vou tornar a revê-lo. <br /> <br />Obra-prima do cinema! <br /> <br />Imperdível !!!