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O Sal das Lágrimas

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Drama 100 min 2020 M/12 08/10/2020 FRA

Título Original

Le sel des larmes

Sinopse

<div>Luc, que sempre viveu na província com o pai, candidatou-se à Escola Boulle, uma faculdade de artesanato e artes aplicadas em Paris. É na capital que conhece Djemila, uma jovem com quem tem uma relação fugaz. De regresso a casa, reata com Geneviève, a namorada de juventude. Mas só vai compreender o significado do verdadeiro amor ao cruzar-se com Betsy. E tudo se complica quando Geneviève descobre estar grávida.  </div><div>Em competição no Festival de Cinema de Veneza, um drama realizado pelo cineasta Philippe Garrel, que segue um argumento escrito por si, por Jean-Claude Carrière e Arlette Langmann. Logann Antuofermo, Oulaya Amamra, Louise Chevillotte, Souheila Yacoub e André Wilms compõem o elenco. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

As sombras e as mulheres

Luís Miguel Oliveira

O Garrel “do costume”, dirão; certo, mas, como de costume, um filme soberbo.

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Críticas dos leitores

O sal das lágrimas

Fernando Oliveira

Serão os dias presentes, mas também podia ser um tempo incerto, filmados naquele preto-e-branco sujo que Garrel tem usado nos seus filmes, neste fotografado por Roberto Berta; mais uma deambulação narrativa pelos labirintos que desequilibram emocionalmente os seus personagens. <br />Luc (Logann Antuofermo) é marceneiro, vai a Paris inscrever-se numa escola para evoluir como artesão, é também a profissão onde ajuda o pai na cidade onde cresceu; conhece Djemila (Oulaya Amamra), e durante os dias que passa na capital francesa vão namorando, julgam que se apaixonaram. Quando regressa à terra Luc, reencontra uma antiga namorada da escola, Geneviève (Louise Chevillotte), e ele que é um personagem perdido nas suas indecisões começa a namorar com ela, abandona Djamila no dia em que ela vai procurá-lo; é aceite na escola de Paris, e nessa altura Louise anuncia-lhe que está grávida. Luc é uma daquelas personagens que evolui destruindo e destruindo-se emocionalmente, e abandona também Louise. Em Paris as coisas mudam, a nova namorada, Betsy (Souheila Yacoub) coloca-o numa situação de dependência amorosa; o pai (André Wilms, um actor espantoso), que durante o filme tenta ser uma âncora “moral” para o filho, chamá-lo a uma razoabilidade aceitável, vai ter com ele a Paris para uma intervenção cirúrgica; desta vez a cor da fotografia dos filmes de Garrel carrega também o peso da morte, o filme termina de forma brusca, uma frase que deixa Luc irremediavelmente sozinho. <br />Garrel olhou sempre para os seus personagens à distância, conta-nos os comportamentos, mostra-nos as consequências, abandona-os sem muita pena. Mas é um olhar ainda assim comovente sobre a instabilidade dos anos da juventude, como o que parece importante não tem importância nenhuma, e escolhas que fazemos sem pensarmos muito nelas nos definem a vida. Um olhar no limiar da perfeição formal e narrativa. <br />Conta a violência do embate entre o que desejamos e o que a vida nos dá. Escolhe a vertigem das relações sentimentais com rastilho para essa violência. Filma gente como nós, nada de extraordinário, mas nesse colher de histórias que pede emprestadas à vida, transforma-as pelo Cinema, em personagens extraordinárias. <br />É mais um filme de Garrel, parece-se com todos os outros é certo, mas é um filme muito bom, tão bonito quanto triste, ou muito bonito na tristeza que nos mostra; é Cinema. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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3 estrelas

José Miguel Costa

De um modo regular temos o produtivo Philippe Garrel a relembrar-nos que a nouvelle vague (da década de 60) is not dead. Respira timidamente, sendo este cineasta uma espécie de seu "ventilador" que ainda lhe permite inspirar(-se) e expirar o romantismo (exposto de modo naturalista) dos amores casuais e imorais das "pessoas normais" (nada politicamente correctos nos dias que correm). E nas suas últimas obras tem-lo feito, invariavelmente, num nostálgico preto e branco. Em "O Sal das Lágrimas", destituido de grandes malabarismos ao nível do enredo, coloca-nos perante um enigmático jovem carpinteiro (protagonizado por Logann Antuofermo) que, apesar de ter ar de quem não parte um ovo, se revela um assentimental Don Juan, que conquista e descarta raparigas sem quaisquer pudores. Até ao dia em que o feitiço vira-se contra o feiticeiro...
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