Três Andares
Título Original
Tre Piani
Realizado por
Sinopse
Críticas dos leitores
Três andares
Fernando Oliveira
“Três andares” é um belíssimo melodrama de Nanni Moretti que nos conta dez anos da vida das pessoas que habitam um prédio em Roma. É a primeira vez que filma a partir de uma história alheia, um romance do israelita Eskhol Nevo, e é um filme que sabe olhar de forma justa para os seus personagens, num encadeado que as coloca perante a dor que vem da perda, a solidão e a ausência, a loucura, os desvios morais, a depressão; também há momentos felizes, mas são poucos; Moretti filma incomunicabilidade, a culpa, o desgaste emocional, as pessoas de hoje.
É um filme “nocturno” e começa de noite: uma mulher sai do prédio, grávida de nove meses procura o táxi que a levará ao hospital, aparece um carro a alta velocidade que atropela, e mata, uma outra mulher. É com uma morte, e depois um nascimento que o filme começa.
Monica, a mulher grávida (Alba Rohrwacher), vive só, o marido ausente por causa da profissão, e vive em pânico de herdar a loucura da mãe; o autor do atropelamento é filho de dois juízes, Vittorio e Dora (Moretti e Margherita Buy), ele é de um rigor absoluto e obriga-a a uma escolha terrível, ou ele ou o filho. No rés-do-chão vive a família de Lucio (Ricardo Scarmacio), uma noite a filha desaparece durante umas horas quando estava ao cuidado de um vizinho idoso, Lucio desconfia do pior, mas quem se deixa seduzir pelo mal é ele, pela jovem neta do idoso. O filme segue as suas histórias em três períodos separados por cinco anos: as crianças crescem, os adultos envelhecem, e morrem, há separações e desaparecimentos; e as consequências que resultam dos comportamentos de cada um dos personagens. Feridas que nunca vão sarar, mas que são atenuadas por um sorriso, um vestido primaveril, o reencontro entre uma mãe e um filho, uma filha a dançar e, depois, a partir para estudar em Espanha; os pequenos momentos que são a felicidade de uma vida.
É um filme profundamente humanista, a possibilidade de felicidade só existe no encontro de cada um com os outros. Mesmo sendo um olhar triste, o Moretti deste filme gosta dos seus personagens. Começou a gostar das pessoas.
Um dos mais belos filmes do ano passado.
(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
Gratificante
Nazaré
A pujança da realização e a grandeza do romance (no sentido literário) fazem deste um belo filme dos nossos dias. Só tenho pena de ver o Moretti em insistir ser actor, é a única componente algo medíocre aqui dentro.
Tem até um pouco de trágico, com aquilo que a vida de cada um viu destruir-se. A parede abalroada pelo carro em disparada é uma metáfora disso em todos os aspectos do filme. Muito interessante o concentrar a atenção em momentos no tempo concentrados, e percorrendo com isso décadas.
A vida e as superações
Raul Gomes
Queriam telenovela?
EC
3 estrelas
José Miguel Costa
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