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Só os Amantes Sobrevivem
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Adam e Eve são um casal de vampiros cuja história de amor perdura há já vários séculos. A viver em Detroit, EUA, ele é um músico cínico e atormentado que, apesar do enorme sucesso da sua carreira, há muito deixou de ter esperança na raça humana; ela, por seu lado, passa a maior parte do tempo em Tânger, Marrocos, onde se perde no prazer da leitura, ao lado de Christopher Marlowe, seu amigo de longa data. Quando, após algum tempo afastados, se dá o reencontro, Adam e Eve regressam ao seu idílio romântico, onde tudo lhes parece perfeito. Porém, quando a irmã mais nova de Eve decide aparecer sem pré-aviso, o que até aí parecia inquebrável começa a ruir como um castelo de cartas…<br /> Com argumento e realização do veterano Jim Jarmusch ("Noite na Terra", "Homem Morto", "Ghost Dog: O Método do Samurai", "Café e Cigarros"), esteve em competição pela Palma de Ouro na edição de 2013 do Festival de Cinema de Cannes. No elenco, os actores Tilda Swinton, Tom Hiddleston, John Hurt e Mia Wasikowska dão vida às personagens principais. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Só os Amantes Sobrevivem
Fernanda Damas Cabral
Um filme romântico e nostálgico onde a personagem central é o próprio argumento, tão unicamente e só a Eternidade vista através dos e dos sentimentos de Adam e Eve, vampiros belos, etéreos e angélicos. Não comem, não bebem, tocam-se afectuosamente e sempre castamente. Falam de Pessoas e de Coisas de outros séculos como se eles próprios recordassem tudo o que já viveram, mas eles são diferentes porque irão sempre sobreviver. Mas o alimento divino vai encaminhá-los para um afastamento dessa Eternidade mais do que paradisíaca porque feita pelo Homem. FDC (1945)
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3 estrelas
JOSÉ MIGUEL COSTA
"Só os Amantes Sobrevivem" pode ser um filme de vampiros, mas desenganem-se aqueles que anseiem por cenas gore, muitos dentes afiados e mordidelas em pescoços, pois, felizmente para os outros, aqui apenas encontrarão sangue engarrafado (do tipo "O negativo", que o Adão e Eva - o secular, depressivo e saudosista casal de vampiros no centro da "história" -, são intelectuais sofisticados e pedantes, algo aristocratas, com receio de sorver o sangue contaminado da populaça). De igual modo, não há gritinhos de susto para ninguém, "apenas "romantismo"... do barroco (é um autêntico hino ao amor eterno, mesmo não sendo estes o protótipo de um par propriamente feliz - que isso da felicidade apenas existe nas cabeças tontas dos mortais humanos, que tanto os têm decepcionado, em termos morais e culturais, ao longo da História). E isto não apenas por "culpa" performance da dupla mais apaixonada/apaixonante que o cinema viu nos últimos tempos (a Tilda Swinton - excelente, como sempre - e o Tom Hiddleston irradiam uma química de se lhes tirar o chapéu), mas também pela bela experiência sensorial (a nível visual e auditivo) com que o realizador nos presenteia - através do ambiente nocturno/sombrio de pura poesia decadente, nostálgico, obscuro, extravagante (com toques de classicismo) e elegante, envolto por uma intensa e "pesada" banda sonora, com tanto de atípica quanto de sublime (fundindo-se de um modo que quase raia a perfeição). <p> Fizesse a narrativa jus às características supramencionadas e estaríamos perante uma obra prima do cinema contemporâneo, mas, infelizmente, tal não acontece - embora, isso não signifique que não venha a tornar-se num produto de culto(s). De facto, o argumento (que não apresenta um enredo propriamente dito - o que não impede o realizador de quase o explanar em "câmara lenta") no seu todo não é nada de transcendente (a critica à humanidade - em constante processo autoflagelação, através de guerras intermináveis pelos mais diversos motivos - que parecia ser um dos seus motes mais interessantes, ainda que não original, acaba por cingir-se a uma simples "nota de rodapé"), nem acrescenta o que quer que seja a este género cinematográfico. Efectivamente, a simples, e contínua, lengalenga do casal de vampiros com problemas existenciais (e com o espírito de "once up on time é que era bom"), que inicialmente até colhe frutos, acaba por esgotar-se (e esgotar-nos um pouco a nossa paciência) ao longo das suas duas horas de duração. </p>
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