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Flores Partidas

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Comédia Dramática 106 min 2005 M/12 08/12/2005 FRA, EUA

Título Original

Sinopse

Don Johnston (Bill Murray, novamente a vestir a pele de palhaço triste que já lhe conhecíamos em "Lost in Translation" e "Um Peixe Fora de Água") é um especialista em computadores (à custa deles enriqueceu) e um "Don Juan maladroit" no que diz respeito a mulheres. A sua última namorada está farta dele e abandona-o. É aí que recebe uma carta anónima, de uma antiga namorada que lhe confessa que Don é pai e que o filho adolescente resolveu ir à sua procura. Incentivado pelo seu vizinho, com espírito de detective, Don, meio contrariado, decide procurar a provável mãe desse filho, num périplo que o levará a reencontrar as suas antigas paixões e a perceber a solidão em que se tornou a sua vida. O filme é realizado por Jim Jarmusch ("Ghost Dog", "Café e Cigarros"). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

O tédio

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Apesar de contar já com uma carreira longa, Bill Murray tornou-se decididamente numa figura de culto ao ser um dos protagonistas de "Lost in Translation - O Amor é um Lugar Estranho", de Sofia Coppola, assumindo-se como um dos ícones do cinema independente actual, posição reforçada pela regular presença nos filmes de Wes Anderson. Outro nome incontornável do cinema independente – e, de resto, um dos seus fundadores -, Jim Jarmusch, apresenta em "Broken Flowers – Flores Partidas" um filme à medida do actor, no sentido em que a sua obra mais recente é mais um veículo para Murray sedimentar o tipo de papel pelo qual se tem demarcado nos últimos projectos, para o melhor e (sobretudo) para o pior.<BR/><BR/>Lacónica e minimalista, a película alicerça-se em Don Johnston, um "Don Juan" cinquentão e solitário que, apesar da riqueza monetária, parece ser refém de uma apatia que invade o seu dia-a-dia, mantendo uma postura distante perante os outros, incluindo a sua namorada Sherry (Julie Delpy, num "cameo" logo ao início), que o abandona. Contudo, a chegada de uma carta de uma suposta ex-namorada revela que Don tem um filho de 19 anos que desconhece, o que o leva a revisitar o seu passado, em particular algumas das mulheres que marcaram a sua vida e que lhe poderão ter enviado essa revelação.<BR/><BR/>Entre o drama (insípido) e o humor (com pretensões de subtileza mas quase sempre nulo), "Broken Flowers – Flores Partidas" segue a bocejante viagem do seu protagonista em busca de respostas e apresenta o seu reencontro com quatro ex-amantes, que embora sejam bastante diferentes têm em comum um contacto próximo com a solidão e um certo desencanto. Jarmusch poderia ter feito aqui uma interessante obra sobre o confronto com o passado, a paternidade, o envelhecimento ou a procura do amor, mas deita tudo a perder ao carregar de tiques a personagem de Bill Murray que, de forma nada surpreendente, se limita a fazer de si próprio, ou seja, manter uma expressão "blasée" e debitar frases monocórdicas, o que alguns consideram "underacting" magistral mas que já começa a tornar-se francamente entediante. Se o protagonista não gera qualquer empatia, os secundários não são muito mais interessantes, já que Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange e Tilda Swinton desperdiçam o seu talento na interpretação de quatro figuras sem substância, tornando o filme num penoso concentrado de personagens apáticas que apenas despertam indiferença.<BR/><BR/>Com uma estrutura episódica e planos longos, "Broken Flowers – Flores Partidas" é uma experiência redundante que nada traz de novo, pelo contrário, repisa território gasto do cinema independente e evidencia os seus piores lugares comuns, oferecendo momentos contemplativos mas ocos, confundindo simplicidade com escassez de ideias e com um argumento anémico. Salvam-se da mediocridade alguns bons planos e escassos diálogos inspirados, sobra um "road movie" quase sempre banalíssimo. 1,5/5 - Dispensável.
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Bill Murray em baixa

José Santos

Foi sem dúvida o pior filme que vi nos últimos tempos. Uma história quase inexistente, um suspense mal gerido e que não dá em nada... Sinceramente, recomendo a todos que poupem o vosso dinheiro e vão ver qualquer outro filme que ande por aí.
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A meio caminho...

Marco Martins

Bill Muray conseguiu, finalmente, consolidar um estilo que teve origem com o belo "Lost in Translation". Consegue fazer rir sem rir, transmitir alguma melancolia sem mudar de atitude ou expressão facial, sendo, algo paradoxalmente, dos actores mais expressivos da actualidade (veja-se, a título de exemplo, a focagem que sobre si é feita em "Flores Partidas", algo que funciona em poucos actores mas que parece ter sido feito à "imagem" de Bill Muray). De facto, este filme repete a receita de "Lost in Translation": sem ser uma comédia tem momentos hilariantes, sem ser um drama tem momentos tensos e tristes. Essa receita tem um (único?) ingrediente: Bill Muray. Só pelo grande actor que se revelou (tardiamente e neste estilo) vale a pena olhar com atenção para este filme.
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Muito parado

pipo

Achei o filme muito parado... A história até podia ter mais piada mas não a exploraram devidamente. Detestei o fim.
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A não ver

Gonçalo Abrantes

Francamente, um dos piores filmes que vi nos últimos anos. Tirando a presença de Bill Murray e da Sharon Stone, resta pouco ou nada para contar. Uma história simples, um argumento fraco, um "casting" e uma imagem do piorzinho, enfim... Um daqueles filmes em que não se pode criticar ninguém por sair a meio ou adormecer em frente à tela. Valeu pela possibilidade de o poder usar como comparação com outros filmes e como exemplo de um filme a não ver.
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Na vida de um homem cabem muitas mulheres

kalash - pontasemno.blogspot.com

O vagabundo dos limbos e a indefinição do compromisso (uma convenção não escrita de perdas e ganhos) - é esta a questão que atravessa todo o percurso encarnado por Murray (outra vez em grande). Tudo isto regado com uma realização despretensiosa: a simplicidade dos planos, o ritmo adequado à personagem, as subtilezas do argumento: a ordem pela qual é feita a viagem, culminando no seu (talvez) amor maior, que ironicamente morre "só"... Belíssimo registo em baixa fidelidade.
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O filme europeu que os europeus não sabem fazer

jpt

O primeiro mérito é o ritmo: simplesmente perfeito (o que é raro em J. Jarmusch); o espírito de humor e desilusão que atravessa o filme resulta do preciso equilíbrio entre palavra e imagem, exposição e contemplação. O segundo mérito é a observação: extraordinária; a força e o humor (triste) das múltiplas personagens assenta na precisão dos detalhes e no modo superior como os actores os transmitem. O terceiro mérito é o interesse: não servindo o filme para contar uma história hollywoodesca (daquelas com tudo bem arrumado), não deixa de descrever um percurso bizarro, mas reconhecível, que, apesar de deixar no espectador muita coisa para digerir e preencher (e ainda bem), deixa-lhe, ainda, motivações para fazê-lo (e aqui, que diferença para, por exemplo, Alice). Ou seja, mesmo a fazer filmes europeus, os americanos dão-nos lições.
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Flores murchas

Filipe Feio (uglykidonline.blogspot.com)

Já vi "Broken Flowers". Gostei da fotografia, da forma como está realizado e da intervenção de alguns dos actores, tal como da de Bill Murray, obviamente. Mas considero o argumento de Jim Jarmusch inacreditavelmente fraco. Não é que não goste das histórias simples, ou daquelas em que a sucessão de momentos encadeados deixa quase tudo por dizer. Efectivamente, aprecio o cinema que se apresenta com uma forte vertente contemplativa, inúmeras vezes oferecendo-me a mim a possibilidade de recorrer à imaginação, levando-me a construir e a fantasiar pequenos detalhes não revelados ou até infinitos e oníricos mundos paralelos. Há filmes assim.<BR/><BR/>Também não sinto, nem por sombras, a necessidade de me ver envolvido por enredos complexos e rigorosamente detalhados, tal como o do entusiasmante e surpreendente "Oldboy", vencedor do mesmo prémio na edição do ano passado do Festival de Cinema de Cannes. Mas, neste caso, sou incapaz de esconder a desilusão. Sinceramente, "Broken Flowers" não me trouxe nada de novo, nem me fez sentir nada de extraordinário, a não ser talvez a saudade que sinto de viajar. Mas para isso, verdade seja dita, basta-me entrar no autocarro pela manhã. Talvez tenha sido do meu estado de espírito nessa noite. Ou talvez as expectativas fossem, simplesmente, demasiado elevadas...<BR/><BR/>Recordo a conversa de ontem:<BR/>- Então? Gostaste?<BR/>- Não!<BR/>- Mas é mau?<BR/>- Não... Mas também não é bom.<BR/><BR/>Pacientemente, aguardo a estreia de "Nobody Knows"...
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Mauzito!

Pedro

Sinceramente nao gostei deste filme. Acho que foi por mais vergonha que outra coisa que não saí do cinema a meio. Com um enredo copiado mal da ideia do "homem de meia-idade que se separa da namorada e resolve visitar todas as ex", que vem do "High Fidelity" do Nick Hornby, o filme não tem a mesma mestria a desenvolvê-la que o dito livro. A sucessão de actores famosos salva o filme de ser fraquito. Até porque as representações são geralmente más, a Julie Delpy esta terrível (felizmente só pelos cinco minutos), o Bill Murray só sabe representar um tipo de papel - ou melhor, n-não sabe representar nenhum, sabe ser com ele é. Às vezes isso adequa-se a personagem, outras não; neste caso e na maior parte das vezes, não, só nos actores secundários é que qualquer coisa se salva.<BR/><BR/>Não quer dizer que o filme seja uniformemente mau; existe um ou outro momento que faz esboçar um sorriso e está melhor conseguido. No geral, contudo, mais outra tentativa falhada do Jim Jarmusch de produzir alguma coisa semelhante a um filme. Depois de "Ghost Dog" e disto só nos resta esperar que ninguém mais em Hollywood lhe dê dinheiro para fazer outro filme.
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Sem rede

Filipa

Começamos a acostumar-nos a esta nova postura de Murray no ecrã - de uma frieza pensada, um desconforto latente. Este é mais um filme em que o "secretismo" da sua presença nos inquieta, nos deixa cheios de interrogações. Em "Broken Flowers" saltamos sem rede. Uma análise nua e crua da realidade, sem floreados, sem maquilhagem. E, no entanto, temos um filme repleto de humor, com cenas hilariantes e brutais. De ver e chorar por mais.
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