Inland Empire

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Drama, Mistério 172 min 2006 M/16 05/04/2007 FRA, POL, EUA

Título Original

Sinopse

A história de um mistério, que se vai adensando numa catadupta de descobertas e revelações, à volta de uma mulher apaixonada e em apuros. Ela é actriz e quer fazer um filme amaldiçoado. Todo o universo de David Lynch, os jogos de espelhos, as ilusões, os fantasmas são convocados para "Inland Empire", o seu filme mais perturbador desde "Eraserhead". Parafraseando um crítico francês: "apertem os cintos", vão iniciar uma viagem ao mundo delirante do mais intrigante cineasta da actualidade, conduzida pela sua mítica actriz Laura Dern.<p/>PUBLICO.PT

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Críticas dos leitores

INLAND EMPIRE

Fernando Oliveira

"INLAND EMPIRE”, de 2006 é a última longa-metragem de David Lynch, um dos mais fascinantes e perturbantes realizadores da história do Cinema. “INLAND EMPIRE” com maiúsculas como o realizador queria. E este pormenor é por si só demonstrativo. Porque este filme não é mais do que uma confusão de narrativas, ou não-narrativas, e de percepções deste conflito, codificadas e difíceis de compreender, e onde o realizador demonstra o enorme deslumbramento que sente por ele próprio, num filme que se consome a ele próprio e que não deixa espaço para quem o está a ver. O realizador falou na altura do método que utilizou para a realização deste filme, de como pega numa ideia e a transforma em imagens, e como daí vão surgindo novas ideias e novas imagens, e como depois cria o seu filme na sala de montagem: do “sonho” como forma de criar. Este método é um que balança no fio da navalha. O realizador criou a partir dele alguns dos mais fundamentais filmes e séries televisivas dos últimos anos, “Twin Peaks…” (o filme, mas também as séries de televisão), e “Mulholland Drive”, por exemplo, mas este é um filme falhado. Claro que tem alguns momentos deslumbrantes, mas torna-se em muitas partes bastante entediante e desconfortável de seguir. É um filme de que não consigo gostar. Uma pena. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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Faz todo o sentido

Luis Marques

É somente um filme magnífico criado por alguém genuíno e genial... Afinal de contas cada um vê o mundo a sua maneira... mundo cheio de abstractos, mundo cheio de imagens desconectadas, mundo cheio de cenas sem sentido... é um reflexo compactado de realidades... será...<BR/>Um filme não é realidade daí ser um filme e este como tal faz todo o sentido.
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Ainda bem que existe cinema assim...

Ângela Fernandes

Numa narrativa labiríntica, David Lynch leva-nos durante 3 horas a um universo caótico e idiossincrático que não poderia ser concertante. O cinema é objecto do filme, mas a violência também. Descrita na sua forma mais indulgente e socialmente aceite. Há mulheres humilhadas, há mulheres com medo. Há acima de tudo um desconcerto que nos é oferecido através de uma objectiva, que por tão perto do absurdo tem cenário no real. E é assim que Lynch comunica. Permitindo-nos prescindir de finais prenunciados, porque a linguagem plástica não tem como pretensão o conclusivo. O importante aconteceu!<BR/>Quem espera um convencionalismo confortável de uma narrativa lógica, não vai gostar de Inland Empire, quem espera que o cinema mostre tudo aquilo que no universo do onírico é possível, não pode perder este filme. <BR/>
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Não, não é nada disso.

NL

Ora, temos aqui um grupo de críticos para os quais ainda devíamos estar todos a ver a "Saída da Fábrica" dos irmãos Lumiére ou um qualquer filme do Eisenstein, pois inovar e experimentar não cabem na arte, aparentemente. Se calhar o Eisenstein já é demasiado experimental para alguns de nós, não?<BR/><BR/>"Não há narrativa", dizem, como se o cinema se limitasse à narração. "É desconexo", proclamam, como se um filme tivesse de apresentar imagens interligadas (aliás, aqui até aconselho o Eisenstein, reparem na técnica de montagem), é "um filme só para o próprio Lynch", como se fosse assim tão difícil perceber do que trata a história.<BR/><BR/>Suponho que quando olhamos para um quadro do Dalí ou do Picasso também tenhamos de dizer que não é arte, pois não percebemos tudo o que está lá representado. Suponho que o "8 1/2" do Fellini não seja arte, porque dificilmente alguém para além do próprio Fellini tenha compreendido tudo aquilo que filme tenta transmitir.<BR/><BR/>Há narração sim. As cenas estão ligadas, sim. O filme é uma visão que o Lynch nos quer mostrar, e isso é "arte", sim. Um filme que seja "anti-cinema", também é cinema, sim (apesar de não considerar Inland Empire como anti-cinema, é aliás uma homenagem a vários filmes clássicos). Peço desculpa se ofender susceptibilidades, mas quando falamos de algo devemos saber um mínimo sobre aquilo que falamos. Ninguém é obrigado a gostar de nada, mas chamar "disparate" a uma coisa que nunca chegámos a compreender, é....bem, um disparate.<BR/><BR/>Não é o melhor filme de Lynch (esse seria o anterior "Mulholland Dr"), mas Inland Empire é uma obra interessante e mordaz, repleta de humor e terror ao bom estilo pós-moderno a que Lynch nos habituou. Recomendado.
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experimentação

vitor pedrosa

é o que toda a gente quer fazer... é dificil não é, e é bom não é?
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Do you really want to see?

Rita (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

INLAND EMPIRE<BR/>de David Lynch<BR/><BR/><BR/>Libertem-se de todas as regras racionais, de todas exigências lógicas incutidas por anos e anos de uma educação pouco virada para a originalidade, libertem-se dos vossos pensamentos e deixem-se levar pela mão de David Lynch para mais uma roda viva de sensações. Ou, como no próprio filme, acendam um cigarro e façam um buraco na seda. Espreitem pelo buraco até se sentirem cair do outro lado. <BR/><BR/>“Inland Empire”, sustentado numa portentosa interpretação de Laura Dern, leva-nos numa viagem alucinada pela mente fragmentada e instável de uma mulher, "a woman in trouble" como indica a tagline. <BR/><BR/>Nikki Grace (Laura Dern) é uma actriz de Hollywood contratada para representar o papel se Sue Blue no filme "On High in Blue Tomorrows" (o filme dentro do filme), realizado por Kingsley Stewart (Jeremy Irons) e com Devon Birk (Justin Theroux) no papel de Billy Side. Os três acabam por descobrir que o filme que estão a fazer é afinal um remake de um outro filme feito na Polónia e que, por motivos trágicos, nunca foi terminado (o filme por trás do filme). Na Polónia, uma mulher (Karolina Gruszka) assiste a uma sitcom onde todos os actores possuem cabeças de coelhos e onde o cómico se confunde com o sério. No final, parece ter estado a assistir a todo o “Inland Empire” e a sua identidade mistura-se com a da própria Nikki. Lá pelo meio temos ainda direito aos fabulosos Harry Dean Stanton, Julia Ormond e Diane Ladd. <BR/><BR/>David Lynch analisa a relação entre o actor e a representação através de uma mulher presa aos papéis que lhe são dados representar, quer na sua profissão quer na sua vida, e para quem a entrega à interpretação torna totalmente difusa a linha entre ambas. <BR/><BR/>A textura maleável do vídeo digital alia-se a um tempo que se dobra sobre si mesmo, (con)fundindo o ontem, o amanhã, o depois de amanhã, no presente em que é pensado/visto. Pode-se estar em diversos locais ao mesmo tempo ou diversos tempos no mesmo local. Lynch sabe como funciona a mente do espectador, como insistimos sempre em colar os bocados todos da história. Mas ele prefere que cada um faça, na sua mente, o seu próprio filme. Em cada imagem (todas elas impregnadas do mais que apropriado adjectivo lynchiano), ele joga com as nossas expectativas. Usando as palavras que todos conhecemos, ele constrói uma linguagem com frases novas, surpreendentes e perturbantes. <BR/><BR/>Um filme difícil de explicar. Um filme que se continua a ver, mesmo depois de sair da sala. Mesmo depois de regressar a casa e apagarmos a luzes. Mesmo depois de fechar os olhos. <BR/><BR/><BR/>7/10<BR/>
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Para pseudo-intelectuais

Duarte Figueiredo

Aqui está um filme que não aconselho a ninguém com três dedos de testa. Se acharem que o filme poderá ser interessante porque gostaram do Mulholand Drive ou da série Twin Peaks tirem daí a ideia. É que nesses casos sempre há alguma história, o que não acontece aqui. A estrutura do filme é a seguinte: 10 minutos iniciais de cenas completamente desconexas e sem sentido, seguidas de 30/40 minutos de alguma história, seguidos, por sua vez, por mais de duas horas de cenas completamente aleatórias sem sentido absolutamente nenhum. Isto porque, segundo li, o filme nem guião tinha. O realizador foi filmando cenas conforme ia tendo ideias, independentemente de quão idiotas fossem. <BR/>O pior é, no fim do filme, ainda ter que aguentar com o genérico (que tem como pano de fundo umas mulheres a cantar por entre algumas das personagens do filme) porque ninguém se levanta e parece mal estar a fazer levantar meia fila de pessoas para se sair. Depois ainda há alguns aplausos de "intelectuais" que querem fazer passar a ideia de que são muito iluminados e que realmente o filme terá algum significado (muito obscuro decerto, porque nem o realizador afirma conhecê-lo), ou simplesmente não querem parecer mal em frente aos seus amigos, também eles "intelectuais" (sim, as aspas são necessárias). Claro que ainda há algumas pessoas mais sensatas que acabam por sair a meio do filme, visto que ficam na mesma do que se o virem até ao fim.<BR/>Não consigo deixar de acreditar que o David Lynch estará a gozar com muita gente quando se lembra de fazer algo tão obviamente idiota.<BR/>Deixo aqui esta apreciação mais como um aviso para todos aqueles que vão ao cinema somente para se divertir e não porque são muito eloquentes. Não façam como eu que, no fim do filme pensei "Parvoíce por parvoíce devia ter ido ver o Mr. Bean".
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O encontro

ana p

Ao fim de muitos anos a seguir o percurso deste realizador/artista, depois de muitas horas de puro prazer cinematográfico e outras tantas de conflito racional com as invulgares estruturas narrativas, finalmente a obra que se esperava deste senhor.<BR/>Inland Empire não é um filme, é uma peça de vídeo arte, na sua forma mais pura, retirando todo o proveito técnico dessa forma de expressão e juntando-lhe a já esperada homenagem ao maravilhoso e estonteante universo de Hollywood.<BR/>David Lynch já tinha perseguido o tema, em Mulholland Drive, deixando bem claro esse fascínio pelas personagens idealizadas que tomam o nosso lugar, às histórias mais glamourosas que substituem o triste e sórdido dia-a-dia do cidadão comum. Envoltas em mistério, todas as histórias podem figurar assim num drama do grande ecrã.<BR/>Mas desta vez fomos mais longe, e a nossa actriz principal, Laura Dern, tem pela primeira vez no universo de Lynch, a possibilidade de se rever projectada, no ecrã de uma magnífica sala de cinema vazia, tomando consciência da sua natureza fictícia, e assumindo assim, depois do encontro, todo o peso e responsabilidade do papel que representa, e da possibilidade de salvação da verdadeira heroína, que permaneceu até aí em frente a um ecrã, comovida e fascinada com o potencial da sua própria história.<BR/>O encontro entre o real e a ficção comoveram-me a mim também.
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O disparate feito cinema

José Sande

Não é nonsense. É simplesmente um filme que nos trata por estúpidos, uma das maiores imbecilidades que já vi, uma sequência interminável de cenas sem sentido, da primeira à última, desconectadas, que não narram coisa nenhuma, que não revelam coisa nenhuma, que não dizem nada do mundo, da realidade, das pessoas. Apenas revelam a personalidade narcísica de um autor a brincar com o cinema, com os recursos que o cinema lhe proporciona, mas um exercício lúdico sem qualquer propósito, divertido para ele, 3 horas entediantes para o espectador. Será esse o seu mérito? O seu propósito? Impor-se ao espectador provocando-lhe a repulsa? Mesmo assim, no fundo, é algo já visto, e que não soma nada à arte. A destruição do cinema enquanto instrumento de qualquer coisa. O cinema não mais do que uma lata de lixo que vamos remexer, onde vamos chafurdar. Quanto ao resto, um par de boa música, umas pegas jeitosas, a própria Laura Dern, e uma fotografia às vezes a roçar a excelência permitem resgatar alguma forma para dar à película 1 estrela.
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Um hino ao indivíduo na sua plenitude

pc

O melhor filme do ano.<br/>É assim que classifico esta obra que mostra que é possível expressar-se cinematograficamente sem fazer do cinema uma actividade estritamente lúdica e comercial.<br/>David Lynch, uma vez mais não abdica do seu imaginário e dos seus valores na busca da sua verdade. A expressão artística de lynch não tem barreiras morais ou conceptuais. Ele simplesmente põe a sua criatividade ao serviço da arte.<br/>Estruturalmente mantém a "formula" testada em muholand drive, levando-a neste filme a um nível de densidade e intensidade dramáticas nunca antes revelado com tanta coerência. Isto sem nunca perder a qualidade técnica quer da sua cinematografia, quer da direcção de actores que mais uma vez é suprema.<br/>Um filme a não perder se ainda se acredita que o cinema pode ser um dialogo entre o homem e o mundo em que vive através da expressão do imaginário.<br/>Obrigado david lynch.
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