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Dheepan

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Drama 108 min 2015 12/05/2016 FRA

Título Original

Dheepan

Sinopse

<div>Sivadhasan, um ex-guerrilheiro tamil, vê-se obrigado a fugir da Guerra Civil do Sri Lanka, o seu país natal. Para que a entrada na Europa seja viável e ele possa ser aceite como exilado político, resolve formar uma família fictícia com uma jovem mulher e a uma menina de nove anos. São-lhes dados passaportes sob os nomes de Dheepan, Yalini e Illayaal (Jesuthasan Antonythasan, Kalieaswari Srinivasan e Claudine Vinasithamby, respectivamente). Depois de milhares de quilómetros de uma viagem difícil, conseguem instalar-se numa zona periférica da cidade de Paris (França). Apesar de mais seguros do que no seu país de origem, estes três estranhos vão ter de enfrentar novas batalhas numa outra zona de conflito: a língua, a xenofobia e as dificuldades económicas são agora o inimigo a vencer.</div> <div>Vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, uma história dramática sobre emigração, com realização de Jacques Audiard – também responsável pelos multipremiados "De Tanto Bater o Meu Coração Parou" (2005), "Um Profeta" (2009) e "Ferrugem e Osso" (2012) –, segundo um argumento seu em parceria com Thomas Bidegain e Noé Debré. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

Famílias felizes

Jorge Mourinha

O confronto de uma família refugiada do Sri Lanka com os subúrbios parisienses resulta num filme inteligente mas desequilibrado.

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Os migrantes contra os traficantes

Luís Miguel Oliveira

Dheepan deixa-se prender pela lógica da observação social: falta anima a este filme de Jacques Audiard.

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Críticas dos leitores

Diferentes mas iguais

Pedro Brás Marques

Há certos realizadores que gostam de brincar com os espectadores, indicando caminhos que nunca serão seguidos ou promovendo valores que jamais serão defendidos. Este jogo é evidente em “Dheepan”. Quando somos levados a pensar que se trata dum filme sobre refugiados e os seus problemas de integração, descobrimos que, afinal, é muito mais do que isso. <p> A narrativa começa, precisamente, num campo de refugiados, aguardando a vez para seguirem viagem. Como as famílias têm prioridade, Dheepan junta-se circunstancialmente a uma mulher, Yhalini, e a Illayala, uma criança. Por diferentes motivos, os três estão em fuga do Sri Lanka mas, ao contrário da outra há dois mil anos, não há nesta família nada de sagrado. Procuram, sim, a terra prometida, onde reside a esperança duma vida melhor. Conseguem enganar as autoridades francesas, os adultos obtêm trabalho e a miúda vai para a escola. Entre os três começa a tomar forma algo semelhante ao conceito de família, mas o «banlieu» onde vivem alberga um dos cancros urbanos do Velho Continente: o tráfico de droga. E Dheepan, antigo combatente tamil, não pode ficar indiferente ao perigo que a sua família corre… </p><p> Através dum argumento aparentemente simples, Jacques Audiard leva-nos a ponderar valores que temos por adquiridos e outros que votamos a alguma indiferença. Desde logo, o conceito de família, como base social e como entidade a proteger. Apesar de não haver qualquer ligação entre os três, a não ser a nacionalidade, a verdade é que aos poucos vai emergindo uma família, com cada membro a assumir os seus papéis tradicionais. Porque o que une, real e efectivamente, as pessoas são os laços emocionais e eles brotam nos momentos mais inesperados. Daí a zona de paz que é aquele pequeno apartamento e a zona de guerra que é o exterior. Dheepan bem tenta traçar uma fronteira, mas ele sabe, por experiência própria, que a natureza humana é igual em qualquer lado. A questão das lutas tribais não é algo que apenas acontece no distante Terceiro Mundo. Ela existe dentro do Mundo dito Civilizado, amedrontado com o potencial perigo terrorista dos refugiados, quando a verdade é que, no seu seio, há muito que grassa um terrorismo que continua a escapar aos poderes policial e judicial. Portanto, apesar das tantas propaladas diferenças civilizacionais, quando passamos para lá dos rótulos e da superficialidade, o que vemos é que, no fundo, somos todos iguais, enfrentamos os mesmos problemas, os mesmos dramas e necessidades. </p><p> Depois de grandes filmes como "De Tanto Bater o Meu Coração Parou", de "Ferrugem e Osso" e, principalmente, do que realizou entre estes dois, o extraordinário "Um Profeta", Audiard volta a insistir em personagens que se transfiguram para lá do seu estado normal, face às circunstâncias da vida. Como se, por vezes, o mais profundo “eu” estivesse ali à espera que alguém abrisse a porta da coragem para ele poder sair. O realizador francês foi feliz em ter encontrado esse actor com nome impronunciável, Jesuthasan Antonythasan, que encarnou na perfeição toda a dor das angústias existenciais e do sofrimento da inevitabilidade das acções de Dheepan. O mais extraordinário é que, cada um na sua área, conseguem contar a história duma forma o mais objectiva possível, sem entrar em moralismos e, o que seria pior, em manipuladores sentimentalismos. Mais uma vez, Jacques Audiard não desilude. </p>
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Dheepan (2015), de Jacques Audiard

Diogo Vintém

Provavelmente o filme mais fraco a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, nos últimos 7/8 anos. <br />Clichés atrás de clichés, exagero da realidade e alguns plot holes. Final absolutamente ridículo, faz lembrar o do "Sabor da Cereja". <br />No entanto não posso tirar o mérito por completo. É bem filmado, bem editado, agradável banda sonora e atuações brilhantes.
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2 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Jacques Audiard, que passou a ser um dos meus realizadores de culto franceses, após brindar-nos com filmes como "De Tanto Bater Meu Coração Parou" (2005), "O Profeta" (2009) e "Ferrugem e Osso" (2012), volta a surpreender (desta vez, pela negativa) com o seu mais recente trabalho, "Dheepan". No entanto, tal não o impediu de ganhar a tão cobiçada Palma de Ouro do festival de Cannes. Como foi possível? Será por abordar um "tema da moda", a migração ilegal? <br /> <br />Esta película desequilibrada, que não se decide sobre se quer "ser carne ou peixe", constituindo-se como uma ridícula e sofrível manta de retalhos (que, para agradar a "gregos e troianos", tenta conciliar as características inerentes a um drama social realista com traços ficcionais de acção à la Chuck Norris), até parte de uma ideia base interessante e original (a saga de 3 desconhecidos, provenientes do Sri Lanka - um homem, uma mulher e uma criança - que, na posse de identidades falsas, se assumem como uma família para mais facilmente conseguirem asilo em França). E se também é, igualmente, verdade que inicialmente a narrativa "segue dentro dos trilhos" (isto se esquecermos a irreal facilidade com que conseguiram entrar na Europa, bem como todos os clichés levados ao extremo do retrato social do bairro suburbano em que foram integrados), ao mostrar-nos a interessante dinâmica da adaptação destes 3 imigrantes (e não me refiro à difícil adaptação à cultura de um país que lhes é estranho, mas àquela que ocorre entre 4 paredes, dado que estes indivíduos apenas partilham entre si a nacionalidade - e os actores são bastante credíveis neste seu papel), aos poucos vai resvalando para o degredo, tendo o seu climax num happy ending (extremamente) forçado e idealizado.
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Deephan

Marina Martins

Belíssimo filme, onde os valores humanos estão em destaque, e com música dum compositor inglês, fantástica, pena não saber o seu nome.
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