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Bugonia

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Negro, Comédia 120 min 2025 M/16 30/10/2025 EUA, Coreia do Sul, GB, CAN, IRL

Título Original

Convencidos de que o planeta se encontra invadido por uma perigosa raça de alienígenas, Teddy e Don, adeptos inveterados de teorias da conspiração, entram em casa de Michelle, directora executiva de uma multinacional, e raptam-na. Acreditando que ela pode ser a chave para a salvação da Humanidade, levam-na para uma cabana isolada, onde esperam conseguir convencê-la a mudar de ideias. E claro que não demora muito até a situação ficar completamente fora de controlo.

Estreada na 82.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, esta comédia negra de ficção científica é realizada pelo cineasta grego Yorgos Lanthimos e tem argumento de Will Tracy, que adapta o filme "Save The Green Planet!" (2003), do sul-coreano Jang Joon-hwan. A banda sonora é da autoria de Jerskin Fendrix – que também compôs a música de "Pobres Criaturas" (2023) e "Histórias de Bondade" (2024), ambos de Lanthimos.

O elenco inclui Emma Stone (na sua quinta colaboração com o realizador), Jesse Plemons (na segunda), Aidan Delbis, Stavros Halkias, Alicia Silverstone, J. Carmen Galindez Barrera, Marc T. Lewis, Vanessa Eng, Cedric Dumornay e Charita Momma. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Bugonia, de Yorgos Lanthimos: a sociologia como circo

Luís Miguel Oliveira

Em Bugonia, a Yorgos Lanthimos interessa apenas o espectáculo, quanto mais grotesco melhor.

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Críticas dos leitores

Bugonia

Fernando Oliveira

Então é assim: Michele (Emma Stone) é uma CEO duma grande companhia farmacêutica e química; parece-nos uma mulher desagradável, rotinada no exercício físico e no trabalho, parece interessar-se pelos funcionários mas soa a falso, inteligentíssima a comunicar a suas ideias. Teddy (Jesse Plemons) é um daqueles jovens mal-educados pelas teorias de conspiração que encharcam a internet, a esta desinformação soma a burrice e um ódio à empresa onde até trabalha “responsável” pelo tratamento que deixou a mãe às portas da morte – a empresa de Michelle.

Infectado pelas ideias que germinam na internet convence-se que está decorrer uma invasão alienígena para exterminar a vida na Terra e que Michelle é um deles e que a sua empresa é uma das “armas de extermínio”. Com a ajuda de um primo ainda mais burro do que ele, Don (Aidan Delbis), resolvem raptá-la - o melhor momento do filme a lembrar a o burlesco dos primórdios do Cinema na fisicalidade exagerada e cómica – para a convencer a pô-los em contacto com o imperador andromedano .

A partir daqui o filme é o confronto verbal e depois físico entre os dois lados, eles torturam-na sadicamente, ela vai usando a sua astúcia e manha para procurar uma saída. Uma estória estapafúrdia, portanto.

Resumido assim o filme parece ser uma comédia que não deve ser levada a sério. Mas todos os filmes de Lanthimos percorrem uma corda bamba que baloiça sobre o absoluto ridículo, e quase todos eles lá caem; “Bugonia” no entanto, e não deixando de ser um filme exibicionista, circense, sempre à procura do espalhafatoso, vai pouco a pouco instalando um mal-estar, uma sensação do “será que?”, do “não pode ser…” que torna o riso num esgar, uma sensação amargosa.

Percebemos que Lanthimos nos quer levar da maneira mais fácil para os terrenos da sociologia (o confronto entre os muito ricos e os muitos pobres que se vão estupidificando nas redes sociais), para a denúncia da crise climática (a apicultura e a morte das abelhas, os dois primos têm colmeias, são um achado, já que os argumentos são utilizados pelos dois lados), e nisto usa muita vezes os estereótipos mais absurdos.

Percebemos até que Lanthimos usa a ironia, uma pobre ironia, para não se comprometer. Vemos, até, que o final do filme entra em contradição com toda esta denúncia. Tudo coisas que me fariam rejeitar o filme, como rejeitei quase todos os outros do realizador; mas, lá está, a estapafurdice que tudo encharca deixa-nos apegados a ele.

Não é um grande filme, mas é curioso na sua excentricidade (a cheirar aos anos cinquenta na sua singeleza: Andrómeda é uma galáxia, não é um local é uma imensidão), que nos leva à surpresa do final com inteligência (e as imagens finais são bastante cruéis, sem contemplações), e com uma interpretação de Emma Stone a tanger e excelência. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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4 estrelas

José Miguel Costa

A cinematografia do realizador grego Yorgos Lanthimus não deixa ninguém indiferente, ama-se ou odeia-se (eu incluo-me na barricada daqueles que o idolatram), já que Ele é "sinónimo" de bizarria e surrealismo em doses hiperbólicas, tanto ao nível da narrativa como do grafismo (privilegiando a utilização de lentes grandes angulares, lentos travellings e composições visuais que abusam do contrastes de cores).

O seu novo filme ("Bugonia") acaba por "não fugir à regra", embora de modo manifestamente mais soft e, quiçá, por isso mesmo, esteja uns furinhos abaixo do expectável (mas, calma, continua a ter excentricidade grotesca para "dar e vender" e obviamente... a Emma Stone, que não "desgruda"!).

Um delirante thriller politico (com umas pinceladas de ficção cientifica) impregnado de comédia negra e sátira ao estado psicótico da sociedade americana, fruto da sua permeabilidade às fake news, teorias da conspiração, negacionismos científicos e ideologias ultra-neoliberais.

A história (desta vez, algo simplista, discursiva, explicita em demasia e até previsível) tem por base dois jovens primos anti-sociais e obcecados por desinformação (Jess Plemons e Ainda Delbis) que decidem raptar uma poderosa CEO de uma multinacional farmacêutica (a diva do Yorgos) convencidos de que esta é uma perigosa extraterrestre com a missão de erradicar os humanos do planeta Terra. Insta: Jmikecosta

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