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Spencer

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Drama, Romance 111 min 2021 M/12 04/11/2021 GB, ALE, EUA, Chile

Título Original

Spencer

Sinopse

<div>Depois do sucesso, em 2016, da sua versão de Jackie Kennedy – com Natalie Portman a ser nomeada ao Óscar pela sua interpretação – o chileno Pablo Larraín regressa com outro filme biográfico, desta vez sobre a princesa Diana. A acção decorre em Dezembro de 1991, quando a família real se junta em Sandringham House (Norfolk, Inglaterra) para as celebrações natalícias. Durante esses dias, sentindo-se esmagada pela pressão sob a qual que tem vivido os últimos anos, Diana decide terminar o casamento com Charles, o príncipe herdeiro da coroa inglesa, e afastar-se definitivamente da família real. </div><div>Um drama ficcional que se inspira na vida da princesa Diana, Princesa de Gales – ou Spencer, o seu nome de solteira. Com argumento de Steven Knight, realização de Pablo Larraín  (“Tony Manero”, “Post Mortem”, “Neruda” ou “Jackie” ) e Kristen Stewart a dar corpo à protagonista, conta ainda com a participação dos actores Jack Farthing, Timothy Spall, Sean Harris e Sally Hawkins. PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Pablo Larraín, coleccionador de borboletas

Vasco Câmara

Depois de Jackie, o chileno Pablo Larraín junta Diana Spencer, Lady Di, à sua colecção. Não de personagens, mas de borboletas aprisionadas.

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Críticas dos leitores

Spencer vs. Windsor

Pedro Brás Marques

“Spencer” era um filme que tinha tudo para eu nem sequer perder tempo com ele: o retrato duma personagem que sempre detestei, fútil e superficial, a que se somava ser interpretada por uma actriz inexpressiva, sempre com um olhar mortiço, idêntico ao da retratada, e cuja carreira assenta, maioritariamente, em papéis “pop”. No entanto, o que o chileno Pablo Larrain nos oferece, habituado que está a ‘biopics’, é um drama psicológico duma enorme brutalidade e de surpreendente profundidade, afastado do brilho e do “glamour” que eram a imagem de marca de Lady Di. E muito longe da série “Crown”, já agora…

Aqui, vamos encontrar uma princesa que, praticamente, se sente prisioneira. Há palácios, luxo, criados para tudo, divertimentos high-class, mas o marido despreza-a, a família dele também, não pode fazer o que quer e tudo isso a dilacera, qual Alice no País do Terror. Toda a acção de “Spencer” decorre em três dias, à volta do último Natal de Diana com a família do marido. O cenário é o palácio de Strathingham, onde tudo funciona de forma racional: a comida chega transportada pelo exército, os cozinheiros marcham, as ordens são escritas, os momentos do dia são controlados pelo relógio e até o peso dos convidados é verificado à entrada – por piada, que é este humor arcaico que se usa por aquelas paragens… A verdade é que todo este ambiente frio e insensível é o oposto do que a jovem, extrovertida e maternal Diana pretende. Sente-se só, abandonada, deslocada e rejeitada. Compara-se a Ana Bolena, a segunda mulher de Henrique VIII, que morreu decapitada. Aliás, a imagem de corpo sem cabeça é usada várias vezes por Larrain para sublinhar o estado de alma da retratada, nomeadamente quando Diana, num campo de cultivo da sua família, vislumbra um espantalho com um casaco que terá sido do pai, o recolhe e leva para o palácio, para depois o colocar num manequim sem cabeça, com quem procura um diálogo impossível. Mas há muito mais episódios simbólicos, como o da sua bulimia nervosa, como que a rejeitar a comida que os “maus” lhe davam, o facto de conduzir um veículo alemão, um Porsche, quando a família real só usa produtos nacionais, Rolls-Royce e Range-Rover e, claro, a sua roupa vir etiquetada de “POW”, que tanto significa “Princess of Wales” como evoca “Prisioner of War”…

Kirsten Stewart não está bem, está muito bem. Quase irreconhecível na sua transformação em Diana, compôs uma princesa alucinada, com crises psicológicas profundas, mergulhada numa angústia nos limites do insuportável. Está perdida, sem norte, o que é sublinhado quando, efectivamente, se perde a conduzir ou ao passear na propriedade real. Pablo Larrain não larga o seu rosto e Stewart não o deixa ficar mal. A camara prende-se aos olhos da actriz e nós com ela ou esvoaça à sua volta, numa vertigem de desorientação, realçada pelos travellings em longos corredores, um pouco à Kubrick em “The Shinning”. Sentimos pena desta Diana, que adorava os filhos, que queria passear com eles de cabriolet, enquanto cantavam músicas pop, como aquela que anunciava “All I need is a Miracle”, dos Mike & The Mechanics, uma vez que, realmente, uma reparação na sua vida era o que desesperadamente necessitava. Porque se tinha apercebido do seu profundo erro: o de ter querido ser uma Windsor, quando lhe bastava ter permanecido uma Spencer.

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Spencer vs. Windsor

Pedro Brás Marques

“Spencer” era um filme que tinha tudo para eu nem sequer perder tempo com ele: o retrato duma personagem que sempre detestei, fútil e superficial, a que se somava ser interpretada por uma actriz inexpressiva, sempre com um olhar mortiço, idêntico ao da retratada, e cuja carreira assenta, maioritariamente, em papéis “pop”. No entanto, o que o chileno Pablo Larrain nos oferece, habituado que está a ‘biopics’, é um drama psicológico duma enorme brutalidade e de surpreendente profundidade, afastado do brilho e do “glamour” que eram a imagem de marca de Lady Di. E muito longe da série “Crown”, já agora…

Aqui, vamos encontrar uma princesa que, praticamente, se sente prisioneira. Há palácios, luxo, criados para tudo, divertimentos high-class, mas o marido despreza-a, a família dele também, não pode fazer o que quer e tudo isso a dilacera, qual Alice no País do Terror. Toda a acção de “Spencer” decorre em três dias, à volta do último Natal de Diana com a família do marido. O cenário é o palácio de Strathingham, onde tudo funciona de forma racional: a comida chega transportada pelo exército, os cozinheiros marcham, as ordens são escritas, os momentos do dia são controlados pelo relógio e até o peso dos convidados é verificado à entrada – por piada, que é este humor arcaico que se usa por aquelas paragens… A verdade é que todo este ambiente frio e insensível é o oposto do que a jovem, extrovertida e maternal Diana pretende. Sente-se só, abandonada, deslocada e rejeitada. Compara-se a Ana Bolena, a segunda mulher de Henrique VIII, que morreu decapitada. Aliás, a imagem de corpo sem cabeça é usada várias vezes por Larrain para sublinhar o estado de alma da retratada, nomeadamente quando Diana, num campo de cultivo da sua família, vislumbra um espantalho com um casaco que terá sido do pai, o recolhe e leva para o palácio, para depois o colocar num manequim sem cabeça, com quem procura um diálogo impossível. Mas há muito mais episódios simbólicos, como o da sua bulimia nervosa, como que a rejeitar a comida que os “maus” lhe davam, o facto de conduzir um veículo alemão, um Porsche, quando a família real só usa produtos nacionais, Rolls-Royce e Range-Rover e, claro, a sua roupa vir etiquetada de “POW”, que tanto significa “Princess of Wales” como evoca “Prisioner of War”…

Kirsten Stewart não está bem, está muito bem. Quase irreconhecível na sua transformação em Diana, compôs uma princesa alucinada, com crises psicológicas profundas, mergulhada numa angústia nos limites do insuportável. Está perdida, sem norte, o que é sublinhado quando, efectivamente, se perde a conduzir ou ao passear na propriedade real. Pablo Larrain não larga o seu rosto e Stewart não o deixa ficar mal. A camara prende-se aos olhos da actriz e nós com ela ou esvoaça à sua volta, numa vertigem de desorientação, realçada pelos travellings em longos corredores, um pouco à Kubrick em “The Shinning”. Sentimos pena desta Diana, que adorava os filhos, que queria passear com eles de cabriolet, enquanto cantavam músicas pop, como aquela que anunciava “All I need is a Miracle”, dos Mike & The Mechanics, uma vez que, realmente, uma reparação na sua vida era o que desesperadamente necessitava. Porque se tinha apercebido do seu profundo erro: o de ter querido ser uma Windsor, quando lhe bastava ter permanecido uma Spencer.

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Muito bom

Helena

Kristen Stewart consegue expressar a pressão insuportável da realeza. 
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Spencer

Jaiane ribeiro

Filme muito bom. Amei assistir.
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2 estrelas

José Miguel Costa

Quando vi o cartaz e o trailler do filme "Spencer" reneguei-o quase instintivamente, julgando tratar-se de mais um banal, e pouco imparcial, biopic light com o objectivo único de reforçar o endeusamento da "Princesa do Povo". Todavia, após aperceber-me que o mesmo teve honras de exibição no festival de Veneza e que é pertença do chileno Pablo Larrain (um dos meus realizadores de eleição, que me conquistou com "Tony Manero", "No", "O Clube", "Neruda", "Jackie" e "Ema"), mudei imediatamente o "fuso" em 180°. <br /> <br />Infelizmente, o meu faro inicial não me induziu em erro, uma vez que, grosso modo, não passa de um mediocre melodramalhão ultra-maniqueista, e quase básico, que retrata a Diana Spencer (encarnada por Kristen Stewart, que alguns afiançam já ter um pézinho nos óscares) como uma pobre inocente tontinha, completamente isolada, aprisionada no abismo da insensível e retrógrada tradição ancestral da maléfica familia Windsor. E tudo isto tendo apenas por base um mero exercício de especulação (exagerado, que roça a caricatura grotesca) sobre os acontecimentos ocorridos na propriedade de Sandringham, durante a celebração do natal de 1991. <br />Vale-lhe a excelente e arrojada fotografia - a antitese da utilizada, por norma, em obras com temáticas desta natureza -, bem como a atipica banda sonora (algo barroca).
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Bom drama psicológico

Martim Carneiro

Intenso e duro, muito bem recriado. Interpretação convincente e muito bem trabalhada de Kristen Stewart no papel de Diana.
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Pouco interesse

Leila

Demasia lento e egótico na personagem principal. Toda a história se desenrola em 3 dias na época de Natal. Falta um pouco mais de substância para uma longa metragem.
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