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O Clube

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Drama 98 min 2015 M/18 09/06/2016 Chile

Título Original

El Club

Sinopse

<div>Quatro sacerdotes vivem isolados numa velha casa junto ao mar, em La Boca (Chile). A única companhia é uma freira que cuida deles e lhes vigia os passos. Pecadores, eles foram excomungados pela Igreja e estão ali para expiarem os crimes mais ignóbeis. Tudo acontece rigorosamente como o esperado e cada dia que passa nada altera as suas vidas. Até que é para lá enviado um quinto homem, também caído em desgraça. A sua chegada vai transformar toda a dinâmica da casa, fazendo-os regressar ao passado e reavivando as suas culpas e dores.</div><div>Escrito e realizado pelo chileno Pablo Larraín ("Tony Manero", "Post Mortem", "Não"), um filme dramático que arrecadou o Grande Prémio do Júri no Festival de Cinema de Berlim e foi também nomeado para Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. A Alfredo Castro, o "actor-fetiche" de Larraín, juntam-se Roberto Farías, Antonia Zegers, Marcelo Alonso e Jaime Vadell, entre outros.</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Ninguém é inocente

Jorge Mourinha

O chileno Pablo Larraín assina um filme de uma inteligência notável que não deixa o espectador em paz nem depois do final: O Clube

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O clube das almas penadas

Luís Miguel Oliveira

É inteligente o desenho deste grupo de personagens - sacerdotes caídos em desgraça - perdidas na sua entropia, em cenas que oscilam entre o burlesco e o sinistro: O Clube, de Pablo Larraín.

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Críticas dos leitores

Cinema de qualidade

Nelson Faria

Vi neste filme o próprio aparelho prisional da Igreja. A casa como local de expiação, punição, vigilância e regeneração. <br /> <br />Bons diálogos. <br /> <br />Filme diferente do panorama norte-americano e também do europeu. Com meios reduzidos podem ser aflorados, em cinema, temas actuais. <br /> <br />É a prisão da Igreja, uma Instituição tão poderosa que cria as suas próprias estruturas de vigilância, expiação e punição. A Igreja define aqui o seu poder, criando os seus meios de integrar, socializar, normalizar e intervir de modo terapêutica. <br /> <br />Críticos do Público: se querem perceber melhor este filme, leiam Foucault, "Vigiar e Punir".
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Impressionante

Rui

Esqueçam as produções americanas porque este simples filme chileno dá-vos um soco no estômago como nenhuma película recheada de estrelas ainda o conseguiu fazer.
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5 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

“Deus viu que a luz era boa e separou a luz da escuridão”. É com este trecho bíblico que o chileno Paco Léon (que já me havia arrebatado, em 2009, com o surpreendente "Tony Manero") abre as "hostilidades", numa espécie de síntese/antecipação da luta angustiante entre o bem (ou melhor, o "menos mal") e o mal a que iremos assistir neste Clube. <br /> <br />O Clube é uma espécie de casa de repouso/prisão em regime aberto, situada numa pequena comunidade piscicola isolada, na qual a igreja católica exila os seus padres indesejados que intentaram, com a consumação de actos pecaminosos, contra os ensinamentos divinos (sim, sim é um filme que gira em redor da temática da pedófilia - e não só). Nela residem , em aparente harmonia, 4 padres e uma ex-freira, cumprindo diariamente, à risca, toda uma série de rituais de indole religiosa, sendo que, alegadamente, a sua actividade mais mundana se resume exclusivamente às corridas de cães (possuem um galgo de competição). No entanto, esta normalidade podre, perpetuada pela lei do silêncio, será quebrada com a chegada de um enigmático/ambíguo membro da hierarquia eclesiástica (um autêntico anjo negro) que irá remexer nas sombras/dilemas morais que os atormentam (bem como a toda a Instituição). <br /> <br />O Clube é um triller dramático denso/apaixonante e bem construído (numa espécie de novelo que se vai desenrolando num crescente clima de tensão, suspense e desconfiança - as cartas não nos são todas dadas de inicio, pelo que vamos descobrindo os personagens, e os seus respectivos segredos, gradualmente). Possui uma mordaz critica social, política e (obviamente) religiosa, embora opte por não ser excessivamente virulento em relação àqueles que, à revelia das instituições judiciais civis, "escondem o seu lixo debaixo do tapete" (preferindo não tomar partido, de modo que, sem sensacionalismos e/ou condenações à priori, nunca expôe directamente as atrocidades, "limita-se" a lançar-nos pistas, ficando os julgamentos morais, devidamente "semeados", por nossa conta e risco). <br />Acresce que explora com mestria as nuances psicológicas dos personagens (nada é simplesmente "branco ou preto"). <br /> <br />Um dos aspectos, igualmente, (muito) interessantes desta obra é o uso peculiar que o realizador faz da fotografia (constituindo-se como mais um elemento narrativo), na medida em que a luminosidade opaca, as imagens frias e desfocadas intensificam o efeito de uma atmosfera sombria e claustrofobica (numa quase metáfora ao "sufocamento moral" daquele mundo povoado por vergonhas e arrependimentos).
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