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Jackie

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Drama, Biografia 100 min 2017 M/12 09/02/2017 EUA, FRA, Chile

Título Original

Jackie

Sinopse

<div>A 12 de Setembro de 1953, a jovem Jacqueline Bouvier (1929-1994) casa-se com John Fitzgerald Kennedy, na altura senador. Em Janeiro de 1960, ele anuncia a candidatura à presidência dos EUA pelos democratas e, na eleição geral de 8 de Novembro desse mesmo ano, vence Richard Nixon, o candidato republicano, tornando-se o 35.° Presidente dos Estados Unidos e o segundo mais jovem presidente do país (depois de Theodore Roosevelt). Três anos depois, a 22 de Novembro de 1963, Kennedy visita a cidade de Dallas (Texas) já em campanha para a reeleição. Durante o desfile, com Jackie a seu lado, é atingido mortalmente por uma bala. Apesar de destroçada, ela mantém a presença de espírito necessária para, antes de abandonar definitivamente a Casa Branca e o seu papel como primeira-dama, organizar os detalhes do funeral numa cerimónia que fica na lembrança do povo norte-americano e que merece a admiração pública internacional até aos dias de hoje. Uma semana após os trágicos acontecimentos, a recém-viúva concede uma entrevista a Theodore H. White para a revista "Life", em que conta vários detalhes da sua vida e compara os anos de John Kennedy na Casa Branca à lenda do Rei Artur narrada em "Camelot", o musical favorito do marido.</div><div>Com argumento de Noah Oppenheim (responsável pelos argumentos de "Maze Runner - Correr ou Morrer" e "Da Série Divergente: Convergente"), um drama biográfico que marca a estreia em língua inglesa do realizador chileno Pablo Larraín ("Tony Manero", "Post-Mortem", "O Clube", "Neruda"), sobre um dos mais marcantes acontecimentos do século XX. Com Natalie Portman como protagonista, o filme conta também com Peter Sarsgaard, Greta Gerwig, Billy Crudup e John Hurt, numa das suas últimas aparições em cinema antes de morrer, em Janeiro de 2017. Estreado na 73.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado para três Óscares: Melhor Actriz, Melhor Banda Sonora e Melhor Guarda-Roupa.</div>

Críticas Ípsilon

Com Jackie, Pablo Larrain filma para o boneco

Vasco Câmara

No centro de Jackie, as dificuldades de uma actriz em encontrar o seu "boneco" - na verdade, é o único (e involuntário) obstáculo do filme; e não é seguro que haja personagem.

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"Especial" Jackie

Luís Miguel Oliveira

Jackie é como um “especial” duma revista ou dum programa de “social”, mas um “especial” de luxo.

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Jackie Kennedy encontra e perde o sentido da vida

Jorge Mourinha

Pablo Larraín filma Jackie Kennedy como uma mulher que encontra, e perde, o sentido da vida, com uma Natalie Portman irreconhecível mas algo perdida no boneco.

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Críticas dos leitores

Grande seca

Teresa

Que grande seca de filme! O ritmo é nulo a história está chata, salva-se o desempenho da atriz.
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Interpretação e Banda Sonora notáveis

Ramiro Esteves Ferreira

Este filme tem um nome que se destaca - Natalie Portman - com uma interpretação notável, desempenhando com classe, intimismo e beleza, o desafio de interpretar Jackie Kennedy no momento mais difícil da sua vida. <br />De destacar também, a poderosa banda sonora do filme, dando à estrutura narrativa um impacto dramático que realça as cenas e personagens de forma magistral. <br />Temos portanto, a versão da então primeira dama dos EUA sobre o assassinato de John F. Kennedy, um dos mais amados e carismáticos presidentes daquela nação, com várias referências a Abraham Lincoln, um seus dos fundadores, homens visionários e humanistas, ambos assassinados, talvez devido às suas ideias e ideais. Nunca é demais lembrar o legado destes grandes líderes nesta altura, dado a conjuntura atual que se vive no mundo e nos Estados Unidos em particular.
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Magnifico

Helena Oliveira

Brillante, intelligente, estrutura narrativa sedutora, interpretação magistral, fotografia excelente, um grande momento de cinema. A não perder.
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Somente Jackie...

Pedro Brás Marques

Numa altura em que os EUA voltam a exibir uma Primeira-Dama bela e jovem, parece ser a altura indicada para recordar a mais icónica de todas, Jackie Kennedy. <br />Mas o filme de Pablo Larrain não é exactamente um biopic, já que se centra nos trágicos acontecimentos de Dallas, onde JFK foi assassinado a tiro por Lee Harvey Oswald. A narrativa é apresentada em flashback, com Jackie a relatar a um jornalista o turbilhão que foram aqueles dias, em especial o tempo que mediou entre a morte e o funeral. <br />O filme é, essencialmente, um veículo para Natalie Portman, cuja omnipresença no écran quase não deixa espaço para mais ninguém. Mais do que interpretar a personagem, a actriz oscarizada em “Cisne Negro” mimetiza Jackie. Basta ir ao YouTube e ouvir a verdadeira para se perceber a qualidade da cópia que Portman conseguiu produzir: desde os trejeitos afectados à forma peculiar de falar e à constante insegurança, Jackie realmente parece ter ressuscitado no corpo da actriz israelo-americana. E o problema é mesmo esse. Faz lembrar aquelas interpretações dos concursos de talentos onde, mais importante do que apanhar a alma do interpretado, é conseguir a mais perfeita semelhança física com ele. Não que Portman esteja mal, longe disso. Ela consegue fazer passar a dor pela morte do marido, muito embora já nem se pudesse dizer que viviam juntos, ou fazer-nos crer nas surpreendentes hesitações sobre o tipo de funeral e sobre quem merecia mais a parada fúnebre, ele ou…ela. Quanto a isso, tudo bem, até porque a ajudar a esta colagem, Pablo Larrain usa excertos de imagens da época, sublinhando que estamos mesmo muito mais numa reconstituição do que numa reinterpretação duma realidade que não foi publicamente presenciada. E é precisamente aí, nesses momentos “inéditos”, que o filme ganha alguma força. Veja-se o brilhante plano em que o carro acelera para o hospital, com a cabeça desfeita de JFK pousada no colo de Jackie, onde só se ouve o vento e a deslocação de ar e em que apesar de irem cinco ou seis pessoas na viatura, a sensação de solidão, quase de paragem do tempo, é esmagadora. Nos planos interiores, em especial na Casa Branca, Larrain não soube tirar partido de toda aquela vertigem de corredores e de salas, com o que poderia ter acentuado a sensação de abandono de Jackie por ter perdido o marido, bem como a de tontura por ver perder a vida de excelência em que confortavelmente se via instalada… <br />Um filme acima do banal, mas muito longe da qualidade de outras propostas aos Óscares deste ano. Aliás, dos prémios principais, só Natalie Portman está indicada, o que comprova esta perspectiva de que se trata dum filme à medida da actriz e da sua acertada fusão com a mítica Jackie Kennedy.
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Jackie

Ana Margarida Lemos

Extraordinário desempenho da actriz principal.
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4* - Sério..

Luis

Apresentado duma forma eloquente, levantando como questão de fundo: "o que é real e o que é uma "interpretação" na vida? <br />A interpretação é por vezes fabulosa indo exactamente ao encontro do seu fundamento principal. A não perder.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Pablo Larraín (o realizador chileno que idolatro graças às magníficas obras "Tony Manero", "No" e "O Clube" - esta última uma obra-prima da 7ª arte) arrisca, pela primeira vez, filmar em inglês, e fá-lo logo em grande estilo, pegando na eterna viúva do JFK, "Jackie", uma personagem que lhe é distante culturalmente (e, quiçá, esta aparente desvantagem lhe tenha permitido "descortiná-la" sem tabus e/ou estereótipos), para retratá-la de modo pouco ortodoxo, através de uma não convencional biografia dramática (quase documental - que se faz valer de inúmeras imagens de arquivo da época). <p> Apostou numa narrativa não descritiva e algo subjectiva (desinteressada do simples relato dos factos históricos, focando-se no processo que levou à criação do mito), pouco linear (com flashbacks dentro de flashbacks), fragmentada (ziguezagueando constantemente entre lugares e situações) e arrítmica, que se constitui como um autêntico puzzle que vai ganhando forma graças a um exímio trabalho de produção. E esta é a sua principal virtude, transformando "Jackie" num produto verdadeiramente idiossincrático, caso contrário, facilmente poderia ter resvalado para um retrato débil, melodramático e mainstream (afinal, assinalar cronologicamente os factos e os estados de espírito da dama cor-de-rosa no período que medeia entre o assassinato do chefe de estado e as cerimónias fúnebres não seria a mais apelativa das temáticas). </p><p> Outro dos pontos fortes de "Jackie" advém do seu "realismo visual", amplificado por uma fenomenal fotografia, filmada em formato de 16 mm, que propositadamente utiliza o grão da película, conferindo-lhe uma aura de "regresso ao passado" (sensação que é reforçada pelo competente trabalho da direcção artística e guarda-roupa). </p><p> Apesar de tudo isto, este filme não seria (quase) nada sem a titânica prestação de Natalie Portman (permanentemente exposta pela câmara através de enormes close-ups), que mergulha na personagem (que nunca chegamos a "desmontar" na integra - será Ela uma vitima ou uma eximia mestre da manipulação?) de forma desconcertante. </p><p> Realce-se ainda a atípica e emotiva banda sonora, composta quase exclusivamente por instrumentos de cordas, que cria toda uma atmosfera sombria que nos mantém em constante desassossego. </p>
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