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Proof - Entre o Génio e a Loucura

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Drama 99 min 2005 M/12 24/11/2005 EUA

Título Original

Sinopse

Catherine (Gwyneth Paltrow) é uma jovem mulher que há vários anos cuida do seu pai, um brilhante mas instável génio matemático chamado Robert (Anthony Hopkins). À beira do 27º aniversário, Catherine terá de lidar com a chegada inesperada da irmã e ainda de gerir as atenções de Hal, um antigo estudante do pai que espera encontrar inéditos nos cadernos de Robert. Catherine descobrirá também que o amor, a fé e a sanidade são difíceis de provar. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

Proof

Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Pobre menina louca

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Embora tenha realizado outras películas, o britânico John Madden destacou-se sobretudo com "A Paixão de Shakespeare", um filme sobrevalorizadíssimo e vencedor de sete Óscares, em 1998, que assinalou o maior equívoco cometido pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas americana durante a década de 90. Já o seu filme seguinte, "Capitão Corelli", de 2001, passou a leste das atenções, e agora o realizador regressa com "Proof – Entre o Génio e a Loucura", reencontrando-se com Gwyneth Paltrow, a actriz que protagonizou a sua obra mais emblemática e que assume aqui de novo o papel principal.<BR/><BR/>Paltrow foi também a protagonista da bem sucedida peça de David Auburn em que o filme se inspira, encarnando Catherine, filha de um conceituado matemático recentemente falecido que aparenta ter herdado deste parte da sua genialidade assim como alguma da sua instabilidade emocional. Para além de ter de superar os difíceis primeiros dias de luto, Catherine terá de voltar a contactar com a sua irmã mais velha, com quem mantém uma relação difícil, e de tentar compreender o que sente por um ex-aluno do seu pai que estuda os muitos apontamentos que este deixou.<BR/><BR/>Filme de personagens e, principalmente, de actores, "Proof – Entre o Génio e a Loucura" evidencia as suas bases teatrais, tendo em conta que possui poucas cenas de exteriores, centra-se bastante nos diálogos e não apresenta grandes ideias de cinema. Formalmente, Madden é até muito acomodado e académico, proporcionando um trabalho de realização competente mas demasiado previsível, sem nenhum plano com sinais particulares (dando assim continuidade à matriz que já caracterizava os seus filmes anteriores).<BR/><BR/>Não é, portanto, pela inventividade do realizador que "Proof – Entre o Génio e a Loucura" se torna num filme interessante, mas antes pelo argumento que, mesmo não sendo revolucionário, é suficientemente sólido, assim como o são as interpretações de um elenco bem dirigido. Paltrow volta a provar que é uma actriz meritória, oferecendo um desempenho convincente e compondo uma protagonista intrigante, mas o elenco de secundários é igualmente forte, contando com interpretações de um Anthony Hopkins pouco empenhado mas ainda assim seguro e de Jake Gyllenhaal, um dos melhores jovens actores norte-americanos que aqui encarna com eficácia mais uma personagem idealista (que, no entanto, o argumento poderia ter explorado mais). A interpretação mais surpreendente, contudo, é a de Hope Davis, num papel nos antípodas daquele que lhe deu alguma visibilidade em "American Splendor", mas não menos conseguido e credível.<BR/><BR/>Oscilando entre o drama e a comédia sem cair em facilidades emocionais ou num humor óbvio, "Proof – Entre o Génio e a Loucura" pode não trazer nada de novo ao cinema mas pelo menos conta uma boa história de forma competente, com personagens e situações verosímeis, algo que nem sempre é muito habitual hoje em dia, pelo menos em domínios mais "mainstream". Não torna John Madden num realizador especialmente marcante, mas permite que este se redima por ter gerado títulos tão inócuos e facilmente esquecíveis como o famigerado "A Paixão de Shakespeare". 3/5 - Bom.
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Esperto

cfa

Magnífico.
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Serão assim tão diferentes?

Margarida Saramago

Gostaria de começar por dizer que, ao ver este filme, ficamos com uma noção, se já não a tínhamos antes, que quando se é génio é-se louco, porque as nossas genialidades são por muitos consideradas loucuras. Mas com "Proof" ficamos a saber que são os loucos os mais geniais da nossa espécie e que dentro da mais profunda loucura há lucidez, quer seja ela lógica ou filosófica, sobre matemática ou sobre a vida em si. "Proof" é uma lição de vida, faz-nos repensar a noção que temos sobre o que é um génio e o que é um louco, e com ele apercebemo-nos de que não somos tão lúcidos como pensamos nem como queremos ser. Mas o que devemos perceber, e o que eu acho que o escritor da peça quer transmitir, é que a vida não é possível sem loucuras.
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A vitória da inteligência

Joaquim Moedas Duarte

G. Paltrow é o rosto deste filme. A partir de um texto com marcas evidentes de teatralidade ergue-se o filme com a soberba interpretação daquela atriz. E nós, espectadores, vivemos ao lado dela com a insegurança e a sedução que nos dá o convívio com os genialmente loucos. Num mundo a cair rapidamente na iliteracia geral, este filme também fala numa realidade completamente estranha para a maioria das pessoas: o mundo da inteligência superior, das altas matemáticas, expoente supremo da cultura humana. Território onde nós, portugueses, mal entramos, ignorantes contentinhos e alarves. Filmes como este fazem-nos sentir como a Humanidade seria diferente se não fosse governada pela tribo maioritária dos estúpidos endinheirados.
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A prova de que nem tudo é o que parece

Frederico Galhardo

Confesso que aguardava com alguma ansiedade o regresso da parceria Gwyneth Paltrow e John Madden, já que, após "A Paixão de Shakespeare", tanto um como outro parecem ter apostado em projectos pouco ambiciosos. Depois de arrebatarem os prémios mais importantes na cerimónia dos Óscares de 1998, a actriz conseguiu despertar a atenção dos críticos apenas em 2003, com "Sylvia", enquanto que o realizador limitou-se a dirigir "O Capitão Corelli" com Nicolas Cage. Mas não tenho dúvida alguma que os dois se entendem perfeitamente quando decidem trabalhar juntos, algo evidente em "Proof", adaptação da obra premiada de David Auburn. A história pretende mostrar, sobretudo, o amor incondicional de uma filha, personagem de Paltrow, que abdicou dos seus estudos e da sua vida para tomar conta do seu pai, um génio matemático "mergulhado" na sua loucura, interpretado por Anthony Hopkins.<br/><br/>Após o falecimento do seu pai, Catherine vê-se obrigada a enfrentar a sua irmã - que, julgando-a "instável", pretende levá-la para Nova Iorque - e a provar a sua sanidade não só perante a irmã, mas também a Hal, um estudante apaixonado por ela que no meio dos cadernos do pai de Catherine encontra algo importante que ela afirma ter escrito. Um filme tocante, a prova de que nem tudo é o que parece e a ironia de que aqueles que aparentam ser os mais loucos são, na verdade, os mais sãos.<br/><br/>Não posso terminar sem antes referir o fabuloso elenco do filme, com destaque para Paltrow, Hopkins e Jake Gyllenhaal, a provar que é um dos grandes da nova geração de actores.
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Podemos provar da santa loucura dos deuses aqui e agora

Gonçalo Abrantes

Tal como os problemas matemáticos, que podem ser vistos e revistos de diversos ângulos, alguns dos quais difíceis até de imaginar, a vida reserva-nos surpresas inexplicáveis aos nossos modestos olhares e à nossa limitada sabedoria sobre a existência humana como o amor ou a fé. De sãos e de loucos todos temos um pouco - se calhar é preciso ser-se um pouco louco para se ver um pouco mais além... saber inovar não é só saber construir. Acima de tudo, este filme mostra-nos uma forma diferente de pensar, uma forma diferente de raciocinar, uma forma diferente de se ser.
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Para um entendimento genial da vida

Pedro Miguel Andrade da Silva

Deveria começar este meu comentário por uma concepção matemática qualquer que exemplificasse e identificasse a realidade paradoxal que este filme pretende demonstrar. Mas começo-o dizendo uma máxima: "se não sabes pensar fica em casa a ver a novela". Não sou matemático, nem preciso de o ser, para perceber que esta escolha de actores conceituados é a acertada para um argumento que ronda a genialidade e perdura na loucura. É muito ténue o que as separa. Por vezes confundem-se, misturam-se, coabitam. Retomando a máxima anterior: aqueles que vêm novelas fazem parte de um paradigma de sociedade a que esses mesmos designam "normal". Poderia dizer que o entendimento deste filme não é para esses "normais" (logo, não terá muitos espectadores), mas para aqueles que buscam a cada momento um "entendimento genial da vida" que passará com certeza por momentos de loucura.<BR/><BR/>Este filme é para quem tem consciência da vida limitada que nos foi dada e do uso que fazemos dela todos os dias, em cada momento, em cada segundo. Viver vale a pena. Mesmo que sejam mais os momentos de loucura e pouquíssimos (senão nenhuns) os momentos de genialidade.
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