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O Laço Branco

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Drama 144 min 2009 M/16 14/01/2010 FRA, ALE, Áustria

Título Original

Sinopse

A acção decorre durante os 15 meses que precedem a I Guerra Mundial. A história é contada por um narrador que, tendo presenciado alguns dos factos, tenta encontrar fundamentos e justificações para os anos posteriores da História do seu país.<br />Numa aldeia remota, no Norte da Alemanha, vários incidentes vão retirar os seus habitantes da calma monotonia a que se habituaram. Esses eventos, de grande violência, parecem ser rituais punitivos justificados pela fervorosa religião protestante. Até que o professor da aldeia (Christian Friedel) começa a tentar perceber o terrível segredo por detrás de tudo...<br />Filmado a preto e branco, é, segundo as próprias palavras de Michael Heneke, um filme sobre "a origem de todo tipo de terrorismo, seja ele de natureza política ou religiosa".<br />Foi o grande vencedor da Palma de Ouro na 62.ª edição do Festival de Cannes e candidato alemão para o Óscar de melhor filme estrangeiro. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Mário Jorge Torres

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Vasco Câmara

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Em nome dos filhos

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Laços de sangue

Eduardo Costa

Excelente filme. Defende uma tese bastante radical, mas que encontra muito eco dentro de mim. Adolphe Hitler seria assim um epifenómeno desta educação terrorista transmitida de geração em geração.
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Laços brancos, mentes negras!

Carlos D Silva

Excelente contributo de Haneke para a impossível a tarefa que é filmar a alma. E por isso, o contexto histórico da história não me parece relevante. Foi antes da Primeira Grande Guerra? Poderia ter sido antes da Segunda ou antes de nenhuma que é o mesmo que ser antes de todas. É de ontem e de hoje a mórbida atitude de assinalar a virtude em cores alvas, passeando-a para apaziguar a culpa e descartar responsabilidades. (Não sou daquele tempo, mas também fui forçado a exibir laço branco – ou orelhas de burro em cartolina, no trajecto da escola para casa – tanto faz). Com filmes como este, não sei se as pessoas se tornarão melhores, mas podem perceber melhor porque são o que são.
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Enlaçados

JPT

Grande filme. O melhor de Haneke. Como recriação de época é perfeito. Nada falha, nem visualmente, nem nos comportamentos e relações. Cada gesto, cada palavra, cada imagem, são o produto de um evidente e exaustivo labor de investigação documental e de reconstituição. Como parábola sobre a origem do mal absoluto, ou sobre o precário equilíbrio entre ordem e repressão, entre autoridade e violência, entre perfeição e horror e entre revolta e selvajaria, é brilhante. Como representação do singular ethos teutónico, que resiste, mesmo desbastado pelos revezes do século XX, é insuperável. Pois é: são duas horas e meia, faladas em alemão, sem banda sonora, filmadas, a preto e branco, do modo mais clássico que se concebe, num argumento sem resolução nem expiação (e sem na’vis). Mas não é, de todo, um pastelão pretensioso e hermético, é uma obra-prima de cinema a ver e rever.
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O piquenique que não chegou a ser

Jacinto Ramos

A forma como ela o olha e deixa de olhar numa expressão de tensão interior e apreensão, e lhe diz: "bitte…" Os olhos que vão dos dele para o colo e voltam aos dele e lhe volta a dizer: "bitte…" A expressão facial dela mostrando tensão e incerteza quanto ao desfecho da situação. A distensão da expressão do rosto quando ele lhe diz que vai voltar p’ra trás. E por fim lhe coloca a sua mão na dele aquiescendo à necessidade de lhe oferecer o seu amor. Tudo isto mesclado num rosto ingénuo e puro que, neste caso sim, é digno de um Laço Alvíssimo. Sublime! Vão ver ao Alvaláxia (digital) e deslumbrem-se com a fotografia. Uma obra-prima.
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Obra maior “Hanekiana”

Thim

Tenho seguido fielmente a carreira de Michael Haneke e todas as estreias dos seus filmes (felizmente isso tem sucedido) em Portugal e, é com prazer que afirmo que com “O Laço Branco", o realizador consegue aqui a sua obra maior, quer em termos estéticos (o preto e branco, a cinematografia, os planos e enquadramentos), quer de maturidade (a complexidade das personagens, a representação do macrocosmos num universo de microcosmos, o rigor histórico). Esta película intelectualmente estimulante, e para não prolongar este comentário, leva-me a consolidar uma teoria pessoal: Haneke camufla os seus filmes. Faz-nos acreditar que o que realiza são dramas crus, análises frias e sociais do Mal ou a sua génese. Penso que, na verdade Haneke filma obras-primas do horror, onde o mistério da sua monstruosidade latente não é mais que o reflexo da nossa própria natureza e condição humanas. Magnífico!
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Uma correcção temporal, não mudei de opnião :)

ser-digital

Corrijo uma imprecisão histórica, a acção desenrola-se por volta de 1913, não nos anos trinta como referi mas a preto e branco na mesma porque também nessa altura, obviamente, não havia cor... Os restantes argumentos mantenho e de resto, saúdo todos os apreciadores de bom cinema.
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E se eu escrevesse NÃO ?!

ser-digital

E se eu, depois da revolta que senti ao sair da sala (sim, também eu esperava algo diferente) e da percepção de outras opiniões na leitura de críticas em geral, me apetecesse escrever que o filme afinal não é assim tão bom, ou melhor e para abreviar, que o filme é fraquinho, deixa muito a desejar e por tantos motivos...(mas que só vou abordar alguns)?! Será que ao escrever que de facto o filme não passa do mediano e que se torna pior consoante as expectativas pessoais de cada espectador, terei eu a mesma atenção de quem lê e/ou afronto as tantas opiniões positivas? Espero que sim, tanto a atenção como a afronta. E se eu escrevesse que o filme chegando às salas (e aos críticos de cinema em geral) em branco (e preto), sem nome do realizador, sem prémio no festival do cinema (mais ou menos) alternativo, sem referências, provavelmente teria muito menos atenção sobre si e presença em menos! Salas ainda? Assim como aposto que nas críticas (se as tivesse) não passaria de um filme "europeu" vulgar no seu tom realista com referências óbvias a traumas (pré)nazis e consequente reflexão sobre a maldade humana - tema que o autor tão bem explorou em "Funny Games" (na sua versão original) mas que aqui, de tão subtil abordagem, chega a irritar tamanha contenção formal/visual. Qualquer relação ao universo Lynchiano é desajustada. E se ainda reforçasse a ideia de que o filme não é nada de especial ao comentar o uso do preto e branco: imaculado, cheio de atenção ao detalhe (e às moscas) que no fundo tenta "limpar mais branco" a violência que (não) pretende mostrar - solução estética que apenas sustenta a ideia de que a acção se passa nos anos 30 (onde não havia cor) e que a cores o filme seria ainda mais banal... E já agora expressar como me incomoda a ideia de que uma história que se subentende nos primeiros minutos de projecção precisa ou utiliza mais de 2 horas para passar essa mesma ideia sem rasgo, sem nada de novo de tão óbvia a cadência de um texto e encenação teatrais em permanente e quase forçada contenção, escondendo a tal violência que o realizador não quer que se veja mas que se sinta...mas não sente, é dormente e assim tudo se perde quando transposto para o grande ecrâ (cinema?!) onde poucos momentos, além dos sonolentos, ficam... Para mim, do que conheço e aprecio em Haneke ficam pouco mais de 2 minutos numa conversa directa e brutal, de uma honestidade cruel entre o sórdido médico da aldeia humilhando a sua amante ao mesmo que tempo que se limita a si mesmo...2 minutos Haneke em 2h e tal de filme é pouco, muito pouco... Qualquer comparação a “Avatar” de James Cameron é também desajustada... Mas escrevo também que nada tenho contra o cinema europeu, alternativo ou que ganha Cannes, muito pelo contrário, sou pelo cinema que conta ou inventa história e estórias, renova ou inova quer visual quer narrativamente mas convenhamos, estamos em 2010 - critica-se tanto o cinema espectáculo ou pipoca (ou que leva efectivamente o público às salas), e concordo, grande parte apenas compensa um terço pelo que se paga por um bilhete - no entanto e analisando os factos: este filme está em exibição na sua primeira semana em 5 salas em Lisboa - na última sessão a que fui no primeiro Sábado em exibição estavam 7 pessoas. Questiona-se, como é que o vencedor da Palma d´Ouro em Cannes tem tão pouca projecção?! E como explicar tão baixa (que se prevê) afluência às 5 salas? Pois, nem sempre é o caso - um filme excelente estrear em poucas salas e com pouco público - mas talvez este filme não seja mesmo assim tão bom...ou serei eu um dos poucos que efectivamente foram ver e seja, depois de tantos anos a ver cinema, o pseudo-ignorante que não atingiu todos os significados de uma obra maior e simplesmente não gostou e assim escrevo: Não gostei. E se para me sentir ainda mais fora, o filme acabasse de ganhar o Globo de Ouro...sou eu contra o Mundo, seja :) E mais uma nota, também negativa para a projecção. Pelo menos no UCI do El Corte Inglês, uma vergonha: dos trailers só se via metade do ecrâ, situação corrigida depois de eu ter que sair da sala para avisar alguém. E depois, num filme alemão a preto e branco com legendas em branco sem sombra ou destaque, acontece que, à parte da qualidade do filme, se não souber alemão é provável que algumas partes do texto escapem ao comum dos mortais nacionais, os tais poucos que como eu, vão às poucas salas onde está em exibição e além do filme em si, acham que ter ido a este cinema naquela noite não valeu a pena...
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Laço Branco sem embrulho

Sofia

Esplendorosa prestação na interpretação, verdadeiras delícias de naturalidade especialmente impressionáveis nos mais novinhos... numa vida em tempos de rigidez e ainda assim recheada de espontaneidade. E obra-prima nos vários momentos fotográficos, genialmente concebidos e envolventes apesar do nosso olhar mal habituado aos mundos monocromáticos... Peca pela demora de um momento de maior tensão que ao chegar se instala, não como um bom crescendo para desenlaçar, mas, como mais uma personagem que fica muito igual a si mesma até ao fim. E pelo ruminar de um conto lento. Belo mas lento. Coisas contadas a Preto e Branco para quem estiver num dia de espírito Cinzento.
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Não há público?

X

Caro NL da capital, porque dizes não haver público nos meios mais pequenos? Se os filmes não passam fora dos grandes centros como se pode julgar o seu público? Há cineclubes em Portugal que se aguentam e que tem bastante público. No passado ano, o Cineclube de Joane passou o filme vencedor do Festival de Cannes de 2008 ("A Turma") e havia gente sentada nas escadas do auditório, tal foi adesão. É preciso é pensar no Cinema e querer promovê-lo em vez de se pensar só em enriquecer. Os públicos criam-se. E não faltam cinéfilos em terras pequenas.
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Pois é Rafael

NL

Tens razão, mas não há público suficiente para este filme nos meios mais pequenos. Porquê? É bom de mais. "O Laço Branco" é a obra-prima de Haneke. Vale por vinte "Avatares". Aliás, vale por vinte de quase qualquer outro filme de 2009. Altamente recomendado.
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