Uma trapalhada de filme. “A Festa” foi o anterior filme de Vinterberg e pertence ao movimento Dogma 95. Houve, entretanto, uma mudança drástica no trabalho do realizador: foi para a América contar-nos a história melodramática de um romance (muito pouco convincente) passado num futuro próximo. “It´s All About Love” tem, também, uma trama “hitchcockiana” (se é digna desse nome) que se vai diluindo na fábula amorosa. O mundo encontra-se num estado caótico: as pessoas, de coração fraco, morrem na rua e as temperaturas atingem graus negativos, em pleno Verão. A incomunicabilidade e a solidão apagaram o amor que restava no planeta Azul. Mas há um casal que resiste a todo este cenário - é o amor a sua salvação. Joaquin Phoenix tem uma das suas piores interpretações (o que já diz muito, tendo em conta o seu grande potencial). O argumento entra numa linearidade atroz: afinal de contas, é simplesmente mais uma daquelas histórias amorosas absurdas e “puxa lágrimas”. Falta inspiração e, sobretudo, atrevimento a Vinterberg que mostra não ser capaz de lidar com as tradições do cinema Americano - incrível como passa de um cinema de extremos para um insosso exercício de estilo. Sim, porque “It´s All About Love” não foi mais do que uma experiência mal sucedida, apesar do bom laboratório que Vinterberg tinha à disposição - há ideias, mas falta o génio de um cineasta.

"O Amor é Tudo" num filme que não me disse nada. A desumanidade de Nova Iorque no ano 2021, um enredo difícil de descodificar, deixa-nos a sensação de perplexidade e desconcerto. Tal como a paisagem final, a mensagem que passa é gélida: gela a mente e a alma.