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Maria Madalena
Título Original
Mary
Realizado por
Elenco
Sinopse
"Maria Madalena" é inspirado na mítica Maria Madalena, discípula de Jesus. A história segue três personagens ligadas pelo seu espírito e pelo seu mistério.
A actriz Mary Palesi (Juliette Binoche) encarna a personagem no cinema e fica obcecada com ela. Tony Childress, o realizador, interpreta Jesus Cristo no seu próprio filme. Ted Younger, célebre jornalista, apresenta um programa sobre a fé. Entre o fascínio e a procura da espiritualidade, o destino irá uni-los... <p/>PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Desilusão
Emerson Barbosa
Ao sair da sala e após ter visto o "trailer", sinto que perdi qualquer coisa, que o filme que vi em apresentação não é o mesmo que me cativou ir ver. Na minha opinião falta conteúdo ao filme, tem pouco "corpo". Estava à espera de melhor.
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A procura espiritual
Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)
O filme com que Abel Ferrara venceu o Prémio Especial do Júri no passado ano em Veneza é bastante mais interessante pelas questões que levanta do que por aquilo que relata. “Mary” fala da procura espiritual de três personagens com distintas relações com a religião. A crente: Marie Palesi (Juliette Binoche) recusa-se a regressar a Nova Iorque no final das filmagens de “This Is My Blood”, onde desempenhou o papel de Maria Madalena. Usando a sua personagem do “filme dentro do filme” como inspiração, Marie vai para Jerusalém, movida por um chamamento de fé. Durante mais de um ano perde-se por Israel. Marie abandona amigos e posses em busca das raízes da religião.<BR/><BR/>O não-crente: O realizador Tony Childress (Matthew Modine) é ambicioso e movido pelo lucro.Indiferente à crise de Marie, ele regressa a Nova Iorque, onde passado um ano se prepara para fazer o lançamento do seu filme. Mas “This Is My Blood” está rodeado de polémica. Na ocasião de um boicote à estreia e de uma ameaça de bomba, Tony está decidido a tornar-se um mártir pela liberdade de expressão e de criação. <BR/><BR/>O Céptico: Ted Younger (Forest Whitaker) é apresentador de um programa de televisão de debates sobre a vida de Cristo (num improvável horário de "prime-time"). Para ele a religião é retórica, conceitos e argumentos, com poucas repercussões na sua vida privada, entre compromissos profissionais e pessoais, dúvidas existenciais e relações conflituosas. Face à estreia de “This Is My Blood”, Ted decide convidar Tony e Marie para o seu programa.<BR/><BR/>O filme de Ferrara não prima pela credibilidade, estranhas coincidências permitem recursos dramáticos demasiado óbvios. A meio da negociação de um pacto mediático entre Ted e Tony, a sua limusina é apedrejada por um "gang", numa clara referência a “quem nunca pecou que atire a primeira pedra”. O "Go to Hell!" da mulher de Ted (Heather Graham) face à sua indiferença durante o período de gravidez lança, sem subtileza, o caminho descendente. Mais tarde, em simultâneo, as três personagens principais são confrontadas com a sua crise existencial, e a introspecção de última hora de Ted perante um trágico acontecimento dificilmente pode ser classificada de sincera redenção. A mensagem final parece andar à volta de “todos os pecados serão cobrados”. Mais uma vez a fé é vendida com o medo do castigo.<BR/><BR/>“Mary” vai intercalando a narrativa com imagens do filme “This Is My Blood” (filmado em Matera, Itália, também local de rodagem de “O Evangelho Segundo São Mateus” de Pasolini e de “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson), ajudando à fusão de Marie e Maria Madalena. É também ela, Marie, e a sua serenidade, a fonte de inspiração de Tony e Ted, em diferentes momentos. A todos eles parece estar a ser dada uma segunda oportunidade de vida.<BR/><BR/>O mundo do cinema e da televisão é aqui mostrado como uma amálgama de pecados, um símbolo do mundo moderno, onde a busca espiritual é marcada por uma forte e dolorosa inquietude. Os meios de comunicação são também mostrados na sua duplicidade: como forma de aproximar quem está longe, mas também de afastar através de mentiras e dissimulações.<BR/><BR/>Especialistas como Jean-Yves Leloup, Elaine Pagels e Amos Luzzatto, que investigaram o Evangelho de Maria Madalena, documento encontrado em 1945 no Egipto e negado pelo Vaticano, fazem a sua aparição como convidados do programa de Ted Younger. “Mary” retira muita da sua força destes debates, que lançam insidiosamente ideias para pensar. E depois há o elenco, todo ele poderoso: Juliette Binoche, Forest Whitaker, Matthew Modine, Heather Graham e Marion Cotillard.<BR/><BR/>Cada um verá em “Mary” o que quiser. Ferrara não avança grandes explicações. Mas entre o positivo e o negativo, Ferrara mostra-nos meios para procurar as respostas. Notas: 3/5.
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