Histórias de Cabaret

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Comédia Dramática 96 min 2007 M/16 09/04/2009 ITA, EUA

Título Original

Go Go Tales

Sinopse

Ray Ruby's Paradise é um cabaret em Manhattan, um palácio do sonho, dirigido pelo carismático empresário Ray Ruby, com a ajuda de alguns amigos. No cabaret, actuam as mais talentosas raparigas. Mas nem tudo é cor-de-rosa no paraíso de Ray. A falência parece inevitável e as bailarinas ameaçam fazer greve. Mas Ray não desiste e compra um bilhete para a lotaria, à espera que numa noite mágica ganhe o jackpot.<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Vasco Câmara

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Jorge Mourinha

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Independança

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Obrigado Sr. Oliveira e Sr. Câmara

Miguel

<p>Era para ir ver este filme mas quando vim aqui e vi que deram, OS DOIS, 4 estrelas ao filme, achei por bem não cometer a loucura de perder 96 min numa sala de cinema para ver, muito provavelmente, uma péssima obra cinematográfica. Obrigado Jorge Mourinha por existires!</p>
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Look At The Bright Side of Night

Carlos Natálio/c7nema.net

Perguntaram a Abel Ferrara, aquando do lançamento deste “Go Go Tales”, já lá vão quase dois anos, porque tinha decidido filmar em Itália, mais concretamente nos célebres estúdios da Cinecittá, uma obra tão nova iorquina. O cineasta, além de desmentir o apego exclusivo do filme ao espaço em causa, frisou que não estava para aturar os caprichos dos estúdios norte-americanos e que lá (em Itália) eles ainda queriam saber de cinema. Esse “querer saber”, neste contexto referente a métodos de produção mais do que a qualquer outra coisa, possui no cinema de Ferrara uma dimensão fundamental. O cunho pessoal do seu universo de “exploitation” não está na forma como filma o grotesto e o vulgar integrados numa narratividade solta e onírica. Nem sequer na sua iconografia vagamente felliniana, onde a demência e a sanidade não jogam em campos opostos. Está sim no facto de tudo isso nos ser dado a partir de dentro, com uma seriedade moral que convoca valores, dir-se-ia, clássicos. O seu “know how” é muito feito dessa ténue linha entre o trash assumido e o “querer saber” das coisas, do mundo. Essa tensão surge límpida em “Go Go Tales”. O cenário é um clube nocturno de strip, o “Paradise”, local que parece ter os dias contados, com os turistas a aparecerem cada vez em menor número e as dúvidas a acumularem-se. O seu dono, Ray Ruby (Willem Defoe), um noctívago viciado em jogar na lotaria, luta como pode para manter o seu espaço aberto: adia até à exaustão o pagamento às suas bailarinas, tenta evitar que a senhoria (Sylvia Miles) reclame o espaço dado o atraso na renda, além de lidar com as ameaças do seu irmão (Matthew Modine), um cabeleireiro famoso com porte à Andy Warhol, em retirar-lhe o apoio financeiro. Mas por muito curioso e deabulatório que seja o olhar de Ferrara, e é-o, nas danças das performers, nos conflitos banais do dia-a-dia aqui ganhando uma dimensão bizarra, ou na imersão da luz e banda-sonora, o que ressai é o erotismo apagado do seu paraíso, onde seios e celulite merecem igual destaque. Esse seu espaço de observação, que nas mãos de Robert Altman, por exemplo, ganharia uma textura semi voyeurista, é aqui sempre um ponto de partida do qual o cinesta, como se disse, também faz parte. Abel Ferrara está mais interessado no “tale”, em extrair a moralidade da imoralidade. Por isso, “Go Go Tales” afirma-se sobretudo como alegoria da capacidade de manter um sonho e gerir os seus milagres (Ruby quer manter-se afastado do sol da Califórnia, sendo que de momento, o outro sol, o artificial do solário, explodiu); e ainda como comentário ao destino de trabalhadores encerrados em trabalhos menores à espreita de um oportunidade de ver o sol real (veja-se a sequência em que, semanalmente, o cabaret se transforma em montra de talentos, após o expediente). Enquanto essa linhas de fuga não chegam, e o mais certo é que possam nunca chegar (é pelo menos esse o significado do olhar final do seu protagonista), tudo se resume a capitalizar a ideia de que “people love to see other people fail” e a manter unida “a família”. E nunca Abel Ferrara se filmou, via Willem Defoe, tão “pai de família”, tão ciente dos seus vícios. O que personifica simultaneamente o seu optimismo e a sua contrição face às habituais dificuldades de distribuição das suas obras. 8/10
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