A Hora do Desespero
Título Original
Lakewood
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas dos leitores
A Hora do Desespero
Fernando Oliveira
“A hora do desespero” é um filme apenas interessante. O que lhe dá importância é lembrar-nos e sublinhar uma verdade muitas vezes ignorada: os filmes são histórias, contam-nas através das imagens, são Cinema quando os realizadores criam através delas, são bom entretenimento quando apenas as sabem contar. Phillip Noyce já realiza filmes há muito tempo e numa carreira bastante desigual tem alguns filmes muito bem contados. Nenhum deles é Cinema. Este é mais um desses casos: a história de uma mulher, viúva recente e com dois filhos a cargo, vai correr numa manhã pelos trilhos ao redor da pequena cidade onde habita e que, entretanto, recebe a noticia de que a escola do filho está refém de um atirador; é contada de uma forma bastante competente, onde se destaca a adequação da mise-en-scène à perturbação emocional e fisica que toma conta daquela mulher. Sozinha e sem possibilidade de chegar rapidamente à escola onde o filho está sequestrado, a narrativa evolui quase só pelo “suspense” criado pelas chamadas telefónicas que a mulher recebe e faz em desespero, “perdida” emocionalmente porque tudo parece ir correr mal, e com uma reviravolta inteligente lá para o meio da história. O filme é, claro, uma denúncia, um grito, contra a a liberdade que a “Segunda Emenda” proporciona no uso de armas nos EUA. O filme abusa um pouco dos recuos que faz às memórias daquela mulher, do “peso” da morte do marido um ano atrás, que se aceita por algumas das possibilidades que a história indicia, exagera na lamechice, que no entanto se dilui na entrega de Naomi Watts à personagem. Um filme apenas interessante, é certo, mas que se vê com agrado.
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