Filme sobre três raparigas retiradas à força aos seus familiares.

Gostaria de assistir este filme.

Muito triste é a pequenez portuguesa de que somos mais e sabemos mais. Este filme não trata apenas de pôr a mão na consciência e de clichés — trata de lembrar o passado e informar, a quem não o viveu — para que esse passado não se repita. "Infindável monotonia" não e coisa que se diga sobre um filme que narra aspectos tão importantes e marcantes de uma Austrália racista — na minha perspectiva não são necessárias explosões de aviões, perseguições a alta velocidade ou corpos escaldantes para me manterem desperta durante um filme. Tento encarnar nas personagens, tento compreender o que me é mostrado, que mensagem é transmitida. Outros, que não recordam, não introspeccionam, não tentam aprender com erros antigos — riem de quem o faz. Em vez de depreciativamente criticar, porque não praticar o mesmo exercício? Infelizmente o Portugal racista ainda está muito atrasado no processo de introspecção que decorre um pouco por todo o mundo: os americanos perguntam-se por que todos os detestam; os australianos meditam sobre o seu passado racista; mas Portugal continua a acreditar ser um país feito de glórias e triunfos.

Estava muito curioso por saber como seria recebido este filme nas nossas salas de cinema! Talvez o nosso passado colonial nos tivesse provido algum estado de consciência capaz de absover assuntos tao delicados como os que "A vedação" nos apresenta. <BR/>Tive a sorte de poder ver este filme no Reino Unido, cerne da Commonwealth e, para mais, rodeado de um público predominantemente "Aussie", "Kiwi" e "Safa". Ao longo da projecção vi expressões pesarosas, encolher de ombros, cerrar de dentes e, no final, ninguém se levantou do seu lugar até que a tela voltasse ao seu inanimado branco! <br/>Numa altura em que na Austrália tanto se recalca o passado, em busca da absolvição, este filme tornou-se numa "prova física" de todos os horrores vividos pelo povo aborígene. <br/>Sem dúvida que o filme recorre a inúmeros clichés... mas como fugir a eles? Para mais quando estamos diante de um filme/documento? Bom...lugar comum para uns, dor na consciência para outros!