Grand Tour
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Estamos em Rangum, na Birmânia, uma cidade que é dominada colonialmente pela Grã-Bretanha. O ano é 1918. Edward (Gonçalo Waddington) é um funcionário público que abandona Molly (Crista Alfaiate), a sua noiva, no próprio dia do casamento, e foge, viajando sozinho pelo continente asiático. Molly vai atrás dele.
A sétima longa metragem de Miguel Gomes (“Aquele Querido Mês de Agosto”, “Tabu”, “As Mil e uma Noites”) valeu-lhe o prémio de melhor realização na edição de 2024 do Festival de Cannes, onde o filme teve estreia e competia pela Palma de Ouro, e é o candidato português à edição de 2025 dos Óscares. O elenco inclui ainda nomes como Cláudio da Silva, Lang Khê Tran, Jorge Andrade, João Pedro Vaz, Teresa Madruga, Joana Bárcia, Jani Zhao ou Diogo Dória. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Grand Tour, de Miguel Gomes: da vida das marionetas
O realizador-marionetista num momento de autoconsciência contemplativa. Tudo isso enquanto, em simultâneo, monta o seu espectáculo com bonecos e fios. Estreia-se quinta-feira.
Ler maisCríticas dos leitores
Português Suave
Fernando Pimentel
Foi uma das raras vezes em que me comovi num filme sem os frequentes sentimentalismos ou músicas afins, e que habitualmente têm sobre nós um efeito parecido ao da casca da cebola quando cortada, ou do picante em excesso, que nos fazem chorar pelo corpo, mas não pela alma.
Não são determinantes na história, mas na minha subjectiva experiência, esses breves momentos sublimes no filme, cuja beleza me deixou para além da narrativa, ou do pensamento, são aquilo que por vezes recordo.
A longa-metragem é interessante, achei a história feliz e original na forma como é contada, bem como o seu lado documental, que mostra pequenas pérolas sobre a vida local numa região que muitos de nós provavelmente nunca visitaremos.
As coisas estão bem articuladas entre realidade, ficção e estética, quanto a mim precisamente por esta ordem. Cada uma delas cria as possibilidades para a seguinte, e o filme sabe a uma coisa só. Muito haveria a dizer, o principal sendo que tenciono ver de novo. Não por me ter afligido a escassa meia dúzia de pessoas numa sala das maiores para ver um filme português que ganhou um prémio em Cannes, mas porque a película deixa saudades.
Num mundo em que tudo se pretende regular por contrato, troca comercial ou impulso de conquista, fica aqui um convite a dar lugar sentado à contemplação. Chama-se Grand Tour. Podia chamar-se Português Suave.
3 estrelas
José Miguel Costa
O aguardado novo filme de Miguel Gomes, "Grand Tour" (vencedor do Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes), é um inventivo/caótico produto cinéfilo hibrido de difícil catalogação (docuficção dramática de época em modo road movie?), que se estranha e não se entranha.
Filmado em formado 16 mm, e detentor de uma sublime fotografia a preto e branco (ou não tivesse esta o dedinho do aclamado Rui Poças), faz uso de uma narrativa em espelho (numa primeira parte seguimos exclusivamente o percurso errático de um dos protagonistas, na segunda temos acesso à visão complementar de um outro personagem sobre o mesmo evento) para relatar-nos, através de uma omnipresente voz em off, a história de um funcionário público do Império Britânico (encarnado por Gonçalo Waddington) a cumprir funções na Birmânia que, no ido ano de 1918, iniciou um inesperado périplo por vários países vizinhos com objectivo de fugir da noiva (com a qual não mantinha contacto há 8 anos) que vinha no seu encalce para consumar o matrimónio.
Os múltiplos episódios desta fictícia e onírica jornada sem rumo (com uma mise-en-scène clássica) são intercalados, sem qualquer distinção, com (magnificas) imagens contemporâneas de cariz documental dos vários países por onde decorre a acção, dando origem a pouco clara manta de retalhos com débeis elos de interligação.
Não se pode dizer que não tentei...
José
Sinceramente não gostei. Foi com grande entusiasmo que fui ver o filme num Nimas (um dos cinemas onde vi alguns dos mais belos filmes de sempre, ainda este ano revi o "Paris, Texas") quase cheio mas há aqueles filmes que não sabes explicar porque gostas e os que não sabes bem explicar porque não gostas...
Tentei encontrar algumas razões para ter tido esse sentimento. Talvez por ser escuro, arrastado. Demasiado lento. Espero que o filme encontre melhor eco no íntimo de outras pessoas.
Grande desilusão
Nuno Alves
O filme prometia, mas desde o guião à direção de atores, passando pela própria história, tudo ali se arrasta de forma desconexa e banal. A evitar.
Grand tour
Manuela Sousa
Imagem espetacular, argumento pobre e filme demasiado longo.
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