Fogo-Fátuo
Título Original
Fogo-Fátuo
Realizado por
Elenco
Sinopse
Alfredo, príncipe herdeiro de Portugal, está muito preocupado com o ambiente. Determinado a fazer a sua parte para proteger as florestas da terrível ameaça dos incêndios que todos os Verões assolam o país, convence os pais, profundamente conservadores, a ingressar na carreira de bombeiro. É assim que conhece Afonso, um colega de quartel por quem se apaixona perdidamente.
Estreado na Quinzena de Realizadores do Festival de Cinema de Cannes, “uma comédia erótica em formato musical” com a assinatura de João Pedro Rodrigues. Parceria entre a Terratreme Filmes e a Filmes Fantasma, em co-produção com França, “Fogo-Fátuo” conta com Mauro Costa e André Cabral como protagonistas, assim como Joel Branco, Oceano Cruz, Margarida Vila-Nova e Miguel Loureiro. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Poupem-me
Susana
O pior filme que vi este ano. Parece feito por estagiários para o Canal Q. Embaraçador.
O Rei vai nu
Lucília Cardoso
Estive numa sessão em que éramos 8 pessoas no início e, a 20 minutos do fim, eu já estava sozinha na sala. Este filme é o exemplo mais óbvio que já vi de um filme tuga que cai nos favores da crítica, por oposição a outros filmes melhores (os exemplos são muitos mas basta citar dois que estão em cartaz: "Restos do Vento" e "Nunca Nada Aconteceu") que não têm quem os leve nas palminhas. Estou farta de filmes que enganam o espectador a prometer algo que não são e a tratar a audiência como se fosse pobre de espírito. Parece tudo uma provocação barata mas não se percebe a quem. À monarquia? Aos bombeiros? À geração woke? Aos hetero? O que é que isso interessa? Que tabu é que está aqui a ser quebrado afinal, se tudo não passa de uma piadola grosseira de traques e pilas? A sério, não há pachorra.
Amargura
Nuno Rebelo
Eu sei porque é que este filme não funciona. O namorado do realizador faz uma apresentação de outro filme e destila ódio por tudo e por todos. A postura de pavão combativo inspira logo desdém por tudo o que pode dizer. O que diz é que toda a gente é burra e só ele/eles é/são espertos. Depois vê-se este filme e não se encontra essa esperteza nem correspondência para essa postura em lado nenhum. Pelo contrário, até os especiais de fim de ano do Herman eram mil vezes mais engraçados, eróticos e pertinentes. O problema deste filme é ser feito por pessoas que se consideram melhores do que as outras mas que, acima de tudo, não têm nem sentido de humor nem a capacidade de se reconhecerem ao espelho.
Dispensável
Leonor Santos
Às vezes temos vontade de desculpar toda a arte, reconhecendo que ela não tem de servir um propósito. Isso, claro, é a boa arte. Mas não é fácil perceber o que há a apreciar neste filme, nem o porquê de algumas pessoas, sobretudo fora do país, se rirem com isto. Ou será que estão a rir "disto"? Um filme desconjuntado, preguiçoso e mal amanhado. Parece mal ensaiado e às vezes dá a ideia que tanto o guião quanto a montagem ficaram-se pelo princípio. Bastante pobre.
4 estrelas
José Miguel Costa
Alfredo é um jovem angelical, pretendente a príncipe (sem trono) na república portuguesa que, apoquentado com os fogos florestais que assolam o país, decide ser bombeiro voluntário, o que provoca um frenesim no seu núcleo familiar elitista e ultra-conservador. Chegado ao quartel, um mundo à parte da redoma de vidro em que tem vivido, é acometido por uma nova vontade (que lhe era até então desconhecida)... possuir um esbelto bombeiro negro republicano de uma classe social "inferior". E está dado o mote do novo filme de João Pedro Rodrigues, "Fogo-Fátuo" (estreado nos festivais de Cannes e Toronto), uma delirante e surrealista comédia musical homoerótica (quase pornográfica) que, de um modo absolutamente nonsense, expressa preocupação pelas alterações climáticas, bem como ridiculariza o colonialismo(s) e a(s) monarquia(s). Apesar das múltiplas risadas, do principio ao fim do seu visionamento ecoou-me na mente "WTF is this?" (o que não foi necessariamente mau... antes pelo contrário).
Pedestre
Patrícia Gamito
O problema deste filme não é mostrar pilas e criticar a monarquia. O problema é que toda a gente vê pilas todos os dias na internet e já ninguém pensa em monarquias em Portugal. Mesmo a minoria que puxa pelo seu regresso não é suficiente para o assunto ser relevante. É pelo "conto de fadas"? Não basta haver príncipes para os contos serem de encantar. A mim encantava-me que me tivessem surpreendido ou contado com a minha inteligência, em vez de parecer que acham os espectadores burros e incapazes de perceber as graçolas. O resultado irrita não porque toca na ferida mas porque ofende o espectador com a sua postura. E no final das contas, fica rente ao chão, com o peso do seu próprio auto-deslumbre.
Certo
Rui Maria
Para a próxima, talvez chamar alguém que saiba escrever comédia, em vez de fazerem as mesmas piadas sempre duas vezes.
Classificável
Ricardo Pinto
Quando fui ver este filme na terça, à saída estava uma senhora que conheço de ser uma intelectual relevante da nossa praça a lamentar-se e a dizer que achava o filme "inclassificável". Eu discordo. Acho que é classificável de várias maneiras. Primeiro, é mau. É um mau filme, na medida em que quer ter graça mas não tem, quer tocar em temas da moda mas não toca, é "cringe" em vários momentos (não me venham dizer que foi intencional), e deixa o espectador com uma sensação de ter ido a correr e não ter chegado à meta. Isto são coisas que nós normalmente dizemos de filmes quando os resumimos como sendo maus. Segundo, é o tipo de filme que os críticos (muitas vezes a querer ser uma contra-voz em relação ao povo) defendem sem argumento. Críticos, festivais, etc. É um filme em que o realizador é mais importante que o tema, que o objeto fílmico, que o resultado. É o género de filme que vai a todo o lado porque as pessoas já aceitam qualquer coisa que o realizador faça. Por isso, repito, acho um filme bastante classificável até. É um filme tipo, como há os dos bairros sociais e os das crises de género, feitos em estilo voyeur, nos quais o realizador se apropria da voz de um grupo ao qual não pertence. Finalmente, o realizador devia parar de dizer que o filme é uma comédia, porque se era para ser não funcionou, e que é um musical porque só há dois momentos musicais embora ambos pareçam intermináveis.
Sem graça nem subtileza
P. Gamito
Um príncipe sem trono, uma "comédia" sem graça, um "musical" sem música, uma "mensagem" sem mensagem... Este filme tenta ser tudo aquilo que o realizador diz que não queria fazer, mas não consegue ser nada do que ele ambiciona que seja. Ao menos parece que se divertiram a filmar. Se calhar é por isso que acham que o público também iria rir-se a ver isto. Temos pena.
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