Ferrari
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Em 1957, Enzo Ferrari estava a ter um ano complicado. A Ferrari, o colosso da indústria automóvel por ele fundado em 1939, estava em maus lençóis, à beira da falência, e o seu filho, Dino, tinha morrido no ano anterior. O seu casamento também não estava bem, e não só pelo filho que tinha tido com uma amante. Foi nesse contexto que inscreveu a sua equipa de corrida, a Scuderia Ferrari, na Mille Miglia, com pilotos como Piero Taruffi, Wolfgang von Trips ou Olivier Gendebien.
Este filme de Michael Mann (“O Ladrão Profissional”, “Heat - Cidade Sob Pressão”, “O Informador”) conta a história desse ano, tornando Ferrari, aqui interpretado por Adam Driver, em mais um dos seus protagonistas complexos, ambiciosos e ultracompetentes. O guião é assinado pelo escocês Troy Kennedy Martin, que morreu em 2009. No elenco, além de Driver, surgem nomes como Penélope Cruz, que faz de Laura Ferrari, sua esposa, Shailene Woodley, como Lina Lardi, a amante, Sarah Gadon ou Patrick Dempsey. A estreia ocorreu na 80.ª edição do Festival de Veneza. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Ferrari: óculos escuros, vício vermelho
Ferrari, de Michael Mann, estreia-se esta quinta-feira. Filmes como este já foram muito comuns, hoje são cada vez mais raros: é aproveitar.
Ler maisCríticas dos leitores
Ferrari
Paulo Lisboa
Fui ver o filme porque achei o argumento potencialmente interessante e porque gosto de ver actuar Adam Driver e Penélope Cruz. Gostei do filme, é um filme que se vê mais ou menos bem, embora confesse que esperasse mais do filme.
É certo que as interpretações de Adam Driver e de Penélope Cruz são boas, as cenas de corridas também, mas a realização é algo limitada, muito devido ao facto de o filme se centrar apenas no ano de 1957. É um filme competente, mas que não deslumbra. Estamos perante um filme entre o suficiente mais e o bom pequeno.
Numa escala de 0 a 20 valores, dou 14 valores a este filme.
Filme atraente, mas híbrido
Nazaré
A actual moda dos biopics dedicados a figuras de projecção internacional é bem um sintoma da crise de ideias em Hollywood. Por isso a exorbitância de fazer esta fita, um projecto já antigo de Michael Mann, acabou por ter luz verde. E, no final das contas, até que valeu a pena ter-se feito.
Primeiro as coisas boas: a Itália dos anos 50 em pano de fundo, as corridas vistas do lado dos que correm e fazem correr, o rigor quase impecável das encenações, a audácia das cenas de estrada. Sobretudo, a escolha de concentrar a acção num momento particularmente tenso na carreira de Enzo Ferrari, vivendo-o estritamente no momento presente (de 1957) sem o truque do flashback — até no pormenor da belíssima canção desse mesmo ano, que passa já com os títulos finais a correr há um pedaço: Nel giardino del mio cuore, cantada pela voz magnífica de Jula de Palma. Vale a pena ficar para ouvir esta delícia.
Mas também há coisas menos boas, bem penosamente: Michael Mann não conseguiu transportar os actores para aquele tempo e lugar, ficando uma sensação de produto híbrido onde as peças encaixam mal. Curiosamente, a bem mediterrânica Penélope Cruz é a que sabe melhor transpor esse fosso, embora para mim (mesmo com todo o mérito dela) seja um típico exemplo de miscasting, na personagem de Laura Ferrari. O próprio Adam Driver, estupendo actor, parece não estar alerta para o facto de que era um Enzo Ferrari já em cima dos 60 anos de idade, com uma postura corporal que lhes corta uma boa vintena. Enfim, uma série de desatenções que seriam evitáveis, e deveriam ter sido evitadas considerando o esforço posto em montar esta fita. Quanto aos carros... embora pareçam exagerados os efeitos sonoros dos motores, e esticadas para além do razoável as cenas na pista/estrada... eles impressionam mesmo, e a mentalidade de racer que lhes está associada apreende-se perfeitamente: se tiverem de morrer, jovens ou não, será ao volante dum daqueles colossos de 400 CV, e nada mais importa.
3 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Ferrari", do realizador norte-americano Michael Mann, é um sóbrio biopic sobre um curto, mas decisivo, período de tempo (verão de 1957) da vida do polémico e obcecado Enzo Ferrari (fundador da luxuosa marca de carros italiana), marcado por um turbilhão de acontecimentos decisivos a nível familiar (a sua aguerrida mulher e sócia, após a morte do único filho de ambos, toma conhecimento da existência de um descendente ilegítimo, fruto da relação com a amante - uma entre muitas - de longa data) e profissional (a empresa encontra-se à beira do colapso financeiro, estando a sua eventual sobrevivência dependente de uma vitória na exigente corrida das Mil Milhas desse ano).
O carismático Adam Driver e a intensa Penélope Cruz revelam-se como o "abono de família" de uma obra dotada de uma densidade dramática frouxa (a Narrativa não é, nem nunca foi, o ponto fulcral do ADN de Michael Mann) e um ritmo algo desacelerado, se atendermos àquilo a que nos habituou no passado (porém, a sua aparatosa excelência formalista continua "toda lá ", sobretudo nas inesquecíveis cenas dos acidentes automobilísticos).
Ferrari
Rui Pedro Sobral A. P. Ferreira
Considero um excelente filme que retrata uma época da marca mais mítica do mundo.
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