Diários de Che Guevara

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Drama 128 min 2004 M/12 07/10/2004 EUA, ARG

Título Original

Motorcycle Diaries

Sinopse

Em 1952, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) tem 23 anos e estuda medicina. Quase no fim do curso, deixa a sua casa em Buenos Aires para seguir numa viagem com o amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). Os dois partem na temperamental Norton 500, a mota de Alberto a que chamam "La Poderosa", para realizar um sonho comum: explorar a América Latina. O mapa de viagem que desenham é ambicioso: leva-os de Buenos Aires à Venezuela, passando pelos Andes, pelas costas do Chile e pelas ruínas de Machu Picchu até Caracas, onde tencionam chegar a tempo do 30º aniversário de Alberto. Mas a viagem torna-se mais do que uma descoberta geográfica e conduz os dois amigos numa grande odisseia de descoberta interior. Os dois começam a questionar o valor do progresso dos sistemas da época, que exclui tantas pessoas, e ganham uma consciência de justiça e uma vontade de mudar o mundo para melhor. Enquanto Alberto regressa ao seu trabalho, agora com diferentes objectivos e perspectivas, Ernesto "Che" Guevara tornar-se-á num dos mais importantes líderes revolucionários do século XX. <br /> "Diários de Che Guevara", de Walter Salles ("Central do Brasil"), baseia-se nos diários dos dois companheiros de viagem, em relatos da família de Che Guevara e nas memória do próprio Alberto Granado. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Diários de Che Guevara

Mário Jorge Torres

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Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Decepcionante

Tomás

Não partilho do coro de louvores. Este filme fica aquém das suas potencialidades. Realização segura, escorreito, simplista, por vezes fascinante, vale a pena como filme de estradas, mas fica longe de ser efectivo. Também é verdade que quem fala de Direitos Humanos deveria conhecer o percuro político de Che Guevara e das pessoas que foram mortas por sua culpa.
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Dignidade

Zed

Espantoso fazer-se um filme, onde uma das personagens é o Che e que ele mal apareça, pois AINDA não o era....<BR/>Esta a grande qualidade deste filme, que sem ser político também o é. Explico: o filme segue o livro, escrito pelo companheiro da viagem de Ernesto e por isso a personagem do livro (e do filme) é apenas a América Latina, as suas gentes e paisagens. Grandioso q.b. e muito, muito digno... Quem se recorde de “O Carteiro de Pablo Neruda” vai adorar este também.
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Um daqueles filmes...

Catarina F.

Há filmes e filmes. Há aqueles que dá gosto ver e nos quais ficamos a pensar durante vários dias. Há aqueles tão máus que até ficamos indispostos. Há aqueles que "sim... gostei..." e que esquecemos ao fim de um dia. E há aqueles que ficaram na memória para sempre na história de Hollywood. O "Titanic" pertence ao último grupo. E "Diários de Che Guevara" também. Neste fantástico filme fala-se de liberdade, igualdade (fraternidade?) e uma incrível vontade de viver e lutar pelos direitos dos outros e de si mesmo. O filme ideal para o Dia Mundial dos Direitos Humanos e para todos os dias. A não perder!
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Rebeldes com causa

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Argentina, 1952. Dois jovens amigos partem à descoberta de um continente que desconhecem, fazendo uma pausa na sua previsível vida urbana e tentando encetar uma aventura arriscada antes da entrada definitiva na idade adulta. Esses dois jovens poderiam ser quaisquer outros, mas em "Diários de Che Guevara" ("The Motorcycle Diaries") a dupla é constituída por Ernesto Guevara (Gael Garcia Bernal, em mais uma interpretação convincente), de 23 anos, e Alberto Granado (um credível e carismático Rodrigo de la Serna), de 29. Acompanhados por "A Poderosa", uma fiel e incansável motoreta, o duo dá início a uma viagem de oito meses por surpreendentes geografias de um continente que apenas conheciam dos livros.<BR/><BR/>Passando pelo Chile, Venezuela ou Peru, visitando locais por vezes encantadores e a espaços inóspitos, os dois amigos contrastam os modos de vida que observam com a realidade mais familiar de Buenos Aires, da qual provêm. Walter Salles, o premiado cineasta de "Central do Brasil" e "Abril Despedaçado", apresenta uma perspectiva acerca desta conturbada mas aliciante aventura, debruçando-se sobre algumas das motivações que levaram a que Guevara se tornasse mais actuante e contestatário a nível político. Contudo, o filme não é um mero panfleto que se limita a glorificar uma incontornável e polémica personalidade (e ícone não só político, mas pop), antes oferece um interessante retrato - entre o documentário, o drama intimista e o "road movie" - da viagem de auto-descoberta de dois jovens idealistas e curiosos.<BR/><BR/>"Diários de Che Guevara" explora a relação de amizade dos dois companheiros de viagem, alternando momentos de melancolia e alguma desolação com episódios mais reluzentes e bem-humorados, aproveitando a química entre os actores e contrastando as personalidades dos protagonistas (um Ernesto Guevara circunspecto, calmo e introspectivo e um Alberto Granado mais dinâmico, espontâneo e espirituoso).<BR/><BR/>Se, em certa medida, o filme segue a lógica linear e formatada de um qualquer "road movie" - com atmosferas não muito distantes de "E a Tua Mãe Também", de Alfonso Cuarón, onde Gael Garcia Bernal também participou -, consegue conquistar através da genuína emotividade envolvida no projecto, dos impressionantes cenários, do tom realista e credível dos espaços, da absorvente banda sonora ou ainda da muito bem conseguida fotografia. Contudo, em termos narrativos o ritmo nem sempre cativa e alguns dos momentos finais do filme são demasiado sentimentalizados, expondo uma vertente que muitos criticam no cinema de Walter Salles (o caso mais marcante encontra-se na cena da travessia de Guevara no lago, com certos exageros melodramáticos e uma quase beatificação da personagem).<BR/><BR/>Mesmo com estes deslizes em certas ocasiões, o realizador gera uma obra honesta, acessível e geralmente fascinante, proporcionando um intenso drama realista e uma oportunidade de observação de uma América pouco divulgada (para o melhor e para o pior). Contemplativo e humanista, "Diários de Che Guevara" é um recomendável olhar sobre o crescimento interior e novas formas de observar e analisar o mundo, tornando-se num título a acrescentar às boas surpresas cinematográficas de 2004. Classificação: 3/5 - Bom.
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A construção de um guerrilheiro

Pedro Pais

Achei sem dúvida um filme fantástico, visto na perspectiva do "Che" ainda acabado de sair da faculdade. O homem, que marca e marcou várias generações, envolvido numa fantástica viagem pela América do Sul. Deslumbrante ! Dá para pensar... Que andamos nós cá a fazer? Vale a pena chatearmo-nos com certas coisas? Hasta la victoria siempre.
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Vale muito a pena ver.

Lúcia

Este filme "transporta-nos" por uma América Latina pouco conhecida e geograficamente deslumbrante. Também quem vê o filme viaja na "poderosa" sempre na ansia de conhecer novos lugares, novas pessoas, enfim... surpreender-se. Mas serve acima de tudo para nos conhecer-mos, nem que para isso seja necessário mudar o nosso eu, conscientes de que será para um mundo melhor, mais justo.
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O jovem Che, segundo Salles

João Tomé - www.magaCINE.blogspot.com

"Eu já não sou eu. Pelo menos não sou o mesmo que era." É desta forma que termina o filme "Diários de Che Guevara", e é exactamente da transformação emocional e política de um jovem, que parte à aventura pela Argentina, Chile, Perú e Venezuela com um amigo, que se trata neste filme. O jovem é o estudante de medicina Ernesto Guevara – que mais tarde se tornou no inspirador de milhões, Che Guevara –, e a história do filme é baseada nos diários que o próprio escreveu na sua primeira viagem em 1952 pela América e nos depoimentos do seu amigo, Alberto Granado, actualmente com 82 anos (e que aparece no final do filme). Ambos vão à aventura pelo seu continente, mas pouco a pouco descobrem também a realidade política e social que os circunda e isso modifica-os.<BR/><BR/>Como pano de fundo viajamos, através da realização do brasileiro Walter Salles, por uma América Latina de uma beleza natural única, com rios, montanhas e desertos deslumbrantes, mas que é pouco conhecida e pouco "vista" nos filmes "mainstream". Ernesto e Antonio percorrem 12.425 km, a maior parte deles numa motorizada mal tratada de nome "La Poderosa": desde as zonas mais inabitadas e inóspitas, com neve e o sol quente do deserto, até às zonas mais habitadas, onde existem diferentes tipos de civilização: dos incas à colonização dos espanhóis.<BR/><BR/>O jovem Ernesto, tanto no filme como nos seus diários, ao se deparar com o "mundo" da civilização inca pergunta-se: "É possível ser nostálgico por um mundo que nunca conhecemos?". A resposta é afirmativa e é também a base para a sua transformação ao longo da longa jornada. De Buenos Aires a Caracas há: juventude inquieta e espíritos apaixonados; amor pelo longínquo e pelo risco; saudade e entusiasmo; alegria e tristeza; solidariedade e ideais morais e políticos. <BR/><BR/>Os jovens vão à descoberta da riqueza étnica e cultural da América Latina, contactando de perto com os vários povos que encontram, influenciando e deixando-se influenciar. Há um grande valor humano não só de amizade entre dois amigos, como de solidariedade e de idealismo. Gael García Bernal (mexicano) e Rodrigo de la Serna (argentino) – Ernesto e Antonio – têm excelentes interpretações num filme totalmente falado em castelhano mas que ganha uma mensagem universal.<BR/><BR/>"Esta é uma história de dois jovens que deixam o seu país numa viagem repleta de aventura, e esta viagem de descoberta passa a ser também de auto-descoberta". Quem o diz é Walter Salles, o famoso realizador de "Central do Brasil", que entrou no projecto por intermédio dos produtores Robert Redford e Michael Nozik para dar a conhecer alguns dos motivos que tornaram o jovem Ernesto no conhecido revolucionário Che Guevara.<BR/><BR/>O filme termina com nostalgia. É o fim de uma viagem emocionante que acompanhamos como nossa. No final, custa vê-los separarem-se um do outro, tal é a aventura intensa que têm em comum. Mas os dois amigos levam coisas diferentes da viagem. Um consegue um emprego numa clínica em Caracas, o outro leva em mente ideiais que nunca pensou ter. Só sabe que não voltará a ser o mesmo... <BR/><BR/>Uma história para quem quer conhecer mais sobre Che Guevara, sobre a América Latina e sobre a natureza humana.
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